O Pior Pirata Dos 7 Mares.

Conversando com a prisioneira.

— eu?...eu... sou Eliza, já se esqueceu de mim capitão? — ela fala.

Eu podia estar bêbado mas não tanto assim para esquecer de alguém que estava no meu navio. Eu olhei para Oliver e ele apenas balançou o braço, acho que ele também não reconhecia ela.

— seja honesta, quem é você e de onde você veio? — pergunto com a espada apontada para ela.

— ESTÁ BEM, se acalma... meu nome realmente é Eliza, eu estava presa na prisão do sargento, mas por sorte uma das bolas de canhões acertou o convés e entortou as barras, eu aproveitei para fugir e acabei nadando até aqui —

— e por qual motivo você foi presa? — pergunto a ela.

— fui pega roubando comida —

— só por causa disto o sargento foi atrás de você? —

— é que ele estava passando no lugar bem na hora que eu roubei —

— que azar, coloquem ela na prisão, vai que ela decide roubar nossa comida também — falo enquanto riu.

— NÃO ESPERA! EU JURO QUE NÃO VOU ROUBAR NADA! — ela diz enquanto é levada por Jack e Harry.

— promessa de mulher é tão vazia quanto a promessa de um pirata, mas não se preocupe, na próxima ilha eu deixo você descer do navio — respondo com um copo de rum na minha mão.

Horas se passam ea festa acaba, cada vai para sua cama dormir restando apenas eu cuidando do leme do navio, com vento ao meu favor eu não preciso prestar muita atenção no leme então eu pego o pouco de comida que sobrou e levo para Eliza que surpreendentemente ainda estava acordada.

— Você não dorme? — pergunto passando a comida entre as barras.

— não acho que seja seguro uma bela dama como eu dormir em um navio com piratas — ela responde pegando a comida e comendo ela como se fizesse dias que não tinha comido algo.

— concordo, menos com a parte da "bela dama", modestia parte eu já vi coisas melhores — respondo me sentando de frente com a jaula.

— o que você quer? — ela me pergunta com um olhar de suspeita.

— eu só quero ouvir sua história, da onde você é, porque rouba comida —

— e porque você quer saber sobre mim? —

— muitas vezes o mar é chato então  uma história ou outra deixa as coisas mais interessantes — respondo com um leve sorriso em meu rosto.

— meu pai era marinheiro, ele acabou morrendo em alto-mar pouco depois de eu nascer, e minha mãe era uma pirata, depois que ela descobriu sobre a morte de meu pai ela me abandonou e foi atrás de vingança e desde de então eu nunca mais ouvi falar dela, agora só tenho minha irmã e como não temos dinheiro eu sou obrigada a roubar comida para ela — ela diz parando de comer.

— porque você não começa a trabalhar? —

— aonde eu vivo só tem três formas de uma mulher conseguir dinheiro, sendo elas, trabalhar em uma taverna, me casar com um homem rico ou vender meu corpo, e digamos que a minha cidade não tem muitas tavernas e nenhum homem gostaria de ficar com um trapo que nem eu — ela responde segurando o cabelo sujo e bagunçado.

Eu olho para ela tentando imaginar como ela ficaria se fosse limpa o que acabo não conseguindo, eu não consigo nem distinguir se seu cabelo é castanho ou moreno de tanta sujeira que há nele.

— de qual ilha você é? —

— Vitali, é aonde minha irmã está, eu não sei em qual ilha eu realmente nasci —

— sua irmã está sozinha? —

— sim, e deve estar preocupada comigo —

— quantos anos ela têm? —

— ela é apenas um ano mais nova que eu —

Eu me torno pensativo e me levanto.

— não somos tão diferente assim — eu digo.

— Você é um pirata — ela diz com um tom de nojo em sua fala.

— e você é uma ladra, piratas roubam no mar e ladrões roubam em terra —

— eu só roubo porque eu preciso — sua fala agora se torna um pouco mais agressiva.

— aqueles cinco que você viu lá em cima, você acha que algum deles é o filho de um conde? Que algum é bem de vida? Eles só aceitaram subir a bordo desse navio porque sabem que dificilmente consiguiram algo em pequenas ilhas como Rocktown — respondo indo em direção a saída.

— é mesmo? Então me diz sobre você, porque Noah, o pior pirata dos 7 mares, decidiu se tornar um fora da lei? —

Ao ouvir essa pergunta eu paro na porta do convés e levo alguns segundos para me lembrar do motivo de eu estar navegando pelo mundo, eu então me lembro, me viro para ela com um sorriso de canto de boca.

— Digamos que estou a procura de um certo desgraçado que merece morrer — respondo fechando a porta e volto ao leme do barco.

A noite termina com o nascer do sol no horizonte revelando Vitali, que era coincidentemente a mesma ilha de Eliza. Eu ancoro o Príncipe dos Mares no porto e mando a tripulação sair e conseguirem suprimentos para a viagem até o tesouro do barba negra, enquanto todos saiam do barco eu vou para a jaula de Eliza e a liberto.

— chegamos em terra firme, pode descer do meu navio agora — digo abrindo a porta.

Ela se levanta e vai para a cidade sem se despedir (o que eu achei uma falta de consideração da parte dela, pensei que toda aquela conversa tinha aproximado a gente, mas pelo que parece eu estava redondamente errado). Eu e Oliver ficamos no navio esperando os cinco que saíram, eu me mantive olhando o mapa do tesouro, tentando decifrar algumas coisas o que não me levou muito longe, Oliver esteve apenas olhando o horizonte o tempo todo em silêncio.

— Quer voltar para sua tripulação? — pergunto a ele me apoiando no mastro principal do navio.

— a minha tripulação toda foi morta no dia que me capturaram, provavelmente só alguns conseguiram escaparei — ele responde ainda olhando o vasto oceano.

Quando eu estava prestes a responde-lo Harry sobe no navio ofegante.

— Capitão... a marinha pegou Jack e James — eu o olhei surpreso, eu era famoso, eles não, então não tinha como a marinha saber que eles eram piratas e que eles estavam comigo.

Eu segui Harry, deixando Oliver para trás cuidando do navio, fomos até o lugar aonde eles estavas pegando caixotes de rum e pelo que Harry me contou, os dois foram pegos pelos guardas porque o Jack pisou no pé de algum sargento enquanto carregava uma das caixas e James o defendia, então os dois acabaram sendo levados por desacato a autoridade, parece que essa cidade tem alguns corruptos que abusam do poder.