Fugindo da ilha.

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Depois de um café da manhã improvisado com o que restava de nossos suprimentos, voltamos para o P.d.M. O navio parecia estar em um estado pior do que eu me lembrava, os danos do ataque do Kraken eram evidentes.

— E agora? — perguntou Oliver, olhando para o navio.

— Bom, vamos consertar o que podemos e tentar sair daqui. — respondi, apontando para as botas de Neptunum que eu estava vestindo. — Com sorte, estas botas vão nos ajudar.

— com sorte! — repete Oliver com um sorriso nervoso.

Passamos o dia consertando o navio, usando o que restava de nossos suprimentos e o que pudemos encontrar na ilha. Enquanto procuravamos coisas pela ilha, acabamos encontrando o navio da imperatriz (o barco do barba negra, ou o que sobrou dele), era majestoso, e espero que o barba não se importe de pergarmos o mastro dele emprestado.

Quando a noite caiu, e dessa vez a noite não estava mais divertida (já que acabou o rum).
No dia seguinte, depois de um café da manhã silencioso, voltamos para o P.d.M. O navio estava tão pronto quanto poderia estar, e era hora de tentar a nossa sorte.

— Todos a bordo! — eu gritei, e a tripulação subiu a bordo do navio.

— Vamos tentar sair pelo lado leste da ilha. — eu disse a Oliver, que estava no leme.

Com o navio balançando sob nossos pés, começamos a nos afastar da ilha. O mar estava calmo, e por um tempo, tudo parecia estar indo bem.

Então, sentimos o primeiro tremor.

— Agarrem-se! — gritei, enquanto o navio começava a balançar violentamente.

Olhei para trás, e lá estava ele. O Kraken havia surgido das profundezas, seus enormes tentáculos ondulando na água.

— Velocidade máxima! — eu gritei para Oliver, que girou o leme com todas as suas forças.

O navio acelerou, mas o Kraken estava ganhando. Podíamos ver seus tentáculos se aproximando, a água espumando ao redor deles, eu sabia que no estado que o Príncipe dos Mares estava ele não aguentar nem um único golpe.

— Continuem e não olhem para trás! — eu gritei, e pulei do navio.

A água estava fria, mas eu mal percebi. As botas de Neptunum estavam funcionando, eu estava caminhando sobre a água, indo em direção ao Kraken.

— Ei, Molusco! — gritei, para chamar sua atenção.

O monstro parou bem na minha frente e por poucos segundos o mar se acalmou novamente até que um tentáculo se errolou nas minhas pernas e me puxou com força para baixo.

— Oliver! De meia volta! O Noah pulou do navio! — gritava Eliza desesperada.

— Eu sei, ele me contou que ia fazer isso — Respondeu Oliver ainda seguindo em frente.

— Ele vai morrer! — Continuava Eliza.

— Parece que você não conhece o seu capitão — Diz Oliver com um sorriso.

Eliza o olha confusa — O que quer dizer? — ela pergunta.

— Noah já foi chamado de "O pior pirata dos sete mares" por duas rações, uma delas é que atualmente ele ficou bonzinho demais para ser um pirata, mas antigamente, antes dele conhecer... uma certa pessoa, ele era chamado de "O pior pirata dos sete mares" por causa dos seus feitos, eu ainda me lembro do dia que eu vi ele matar todos os marinheiros de um encouraçado, sozinho — Diz Oliver com uma estranha expressão de admiração no rosto — o navio de Gildor, que também foi o único sobrevivente daquele genocídio, então não se preocupe com ele, eu mesmo estou começando a ter pena do Kraken agora —

Eliza olha para Oliver como se ele tivesse dito algo como, Deus existe ou que a terra fosse plana.

Abaixo da água, eu tentava sobreviver o máximo que podia, desviando dos tentáculos de forma frenética, usando a minha espada para cortar o máximo de tentáculos possíveis. Eu desviei a minha visão para ver o quão distante o navio estava e só aquela abertura já foi o suficiente para o monstro me golpear com força, senão estivéssemos em baixo da água, eu teria me tornado uma mancha vermelha nos tentáculos daquele bicho, por sorte o golpe arremessou-me para longe do Kraken e também ne aproximou do P.d.M, eu aproveitei essa chance para voltar a bordo do navio.
— Isso foi insano, Noah! — disse Oliver, ajudando-me a subir a bordo do navio. Eu sentia dor por todo o corpo, mas consegui ficar de pé.

— Eu sei... — respondi, tentando recuperar o fôlego. — Mas funcionou. Nós ganhamos tempo.

— E agora, Capitão? — perguntou Eliza, se aproximando de mim. Ela parecia preocupada.

— Agora, vamos sair daqui antes que o Kraken se recupere. — respondi.

Oliver assumiu o leme novamente e eu me juntei a ele. A tripulação rapidamente se organizou e o navio começou a se mover novamente. Ainda podíamos ver o Kraken se movendo na distância, mas parecia que ele não estava disposto a nos seguir.

— Acho que estamos seguros... por agora. — disse Oliver.

— Não cantem vitória antes da hora. — respondi. — Vamos continuar em alerta até que estejamos longe o suficiente.

Oliver assentiu e eu me virei para o resto da tripulação. — Todos fizeram um ótimo trabalho hoje. — eu disse. — Vamos continuar assim e voltar para casa com nosso tesouro.

A tripulação soltou um grito de celebração e eu me permiti sorrir. Apesar de tudo, conseguimos. Conseguimos o tesouro do Barba Negra e conseguimos escapar do Kraken.

O Pior Pirata Dos 7 Mares.Onde histórias criam vida. Descubra agora