Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Wednesday Addams
A mansão está muito silenciosa nesse fim de tarde, muito silenciosa mesmo, o que não é um bom sinal ou é, isso vai depender do ponto de vista. Deixei meu escritório para procurar pela minha família. Mamãe, vovó e Pubert estão na cozinha preparando o jantar. Papai, tio Chico e Feioso estão no cemitério violando alguns túmulos, mas onde está minha esposa e os meus filhos?
—Vocês viram a Enid ou as crianças? -Perguntei ao entrar na cozinha. —Essa casa está muito silenciosa...
—Eles foram caçar um cervo para o nosso jantar... -Mamãe comentou enquanto mexia em uma das panelas.
—Um cervo? -A última vez que comemos carne de cervo fora a sete anos atrás, quando minha esposa estava grávida dos gêmeos.
—Valentin disse que estava com muita vontade de experimentar. -Vovó comentou enquanto picava alguns legumes. — Enid foi só realizar o seu desejo.
—Por que eles não pediram para que eu e o papai fossemos caçar? -Perguntei com um leve tom de indignação.
—Pelo exercício, eles são lobisomens, filhinha. Precisam caçar. -Mamãe disse e apenas acenei positivamente.
—Vou retornar ao meu escritório, me avisem quando o jantar estiver pronto, por favor. -Pedi e estava prestes a deixar a cozinha quando Pubert me parou. —Posso ajuda-lo em alguma coisa? -Perguntei ao me abaixar para ficar na mesma altura que o garoto com um bigodinho charmoso. —O que aconteceu?
—Me conta o que sentiu ao conhecer a Enid? -Ele perguntou com os olhinhos brilhantes. —E como vocês se apaixonaram? E todo o resto da história?
—Por que você quer saber? -Perguntei com uma sobrancelha arqueada em curiosidade.
—Ele fez pergunta similar a todos nós. -Vovó comentou. —Ele me perguntou o que senti ao conhecer seu avô e o que Morticia sentiu ao conhecer Gomez.
—Ele fez a mesma pergunta ao seu pai... -Mamãe comentou.
—Por quê? -Perguntei novamente, mas o garotinho deu de ombros.
—Você vai me contar ou não? -Perguntou com os braços cruzados.
—Vou... -Disse e me levantei para me sentar em uma das cadeiras da mesa de jantar. —Bem tudo começou, pois...
-Flashback-
Havia jogado piranhas em uma piscina para proteger o Feioso de alguns valentões, como consequência fui expulsa de mais uma escola e por esse motivo mamãe e papai decidiram me matricular em Nevermore. A escola onde se conheceram e se apaixonaram perdidamente. Eu prometi a mim mesma que fugiria daquele lugar e desapareceria no mundo, eles nunca mais iriam me ver. Aquilo seria fácil ou era o que eu pensava.
Eles me levaram ao meu dormitório, minha urticária atacou ao ver o quão colorido era aquele lugar, mas minha atenção logo caiu sobre uma figura loira que estava sentada em sua escrivaninha em frente a um notebook. Quando a garota percebeu que não estava mais sozinha, ela se virou e deu um largo sorriso ao me ver parada em sua porta. A loira tentou me abraçar, mas me afastei do seu toque. Descobri depois que seu nome era Enid Sinclair.
No primeiro contato só conseguia sentir raiva daquele ser extremamente colorido e estrambólico, sentia raiva da diretora por ter me colocado com ela e ainda mais da mamãe e do papai por terem me colocado naquela escola sem perspectiva de fugas, mas com o passar dos dias fui me acostumando com a presença de Enid, suas manias, seu perfume, suas cores e todo o resto que vinha com o pacote. Quando dei por mim já estava completamente apaixonada por Enid. Infelizmente, ela tinha um namorado, uma família conservadora e muito medo da sua mãe. No fundo, eu sabia que ela estava apaixonada por mim também.
Alguns meses depois acabei beijando o Tyler, descobri que ele era o Hyde por culpa de uma visão, fui expulsa da escola, sequestrada pela Thornhill e usada como chave para trazer de volta a vida um Pelegrino morto. Quase fui morta pelo Tyler, mas a Enid me salvou e eu a deixei lutando sozinha contra um Hyde para impedir que o Crackstone devastasse o colégio. No fim salvei a escola com a ajuda dos meus amigos e ainda ganhei um abraço de Enid. Aquele abraço foi o começo de tudo entre a gente.
Os meses se passaram lentamente em meio a mensagens de textos, Enid havia terminado com o namorado e admitido estar apaixonada por mim e quando voltamos a escola a primeira coisa que eu fiz foi abraça-la no meio de todos e em seguida a puxar para um beijo que foi prontamente correspondido. Naquela mesma semana a convidei para um jantar, ela aceitou e naquele mesmo dia a pedi em namoro no meio do restaurante e com direito a um anel e tudo. Enid aceitou prontamente, ela me beijou em meio a aplausos, um beijo cheio de carinho, amor, os próximos meses foram os mais felizes de nossas vidas, mas, nem tudo são flores e a família dela descobriu sobre a gente. Eles fizeram um escândalo no meio do dia familiar, Esther ordenou que a filha terminasse comigo naquele momento, mas, Enid se recusou e enfrentou a mãe pela primeira vez e como consequência foi exilada da sua matilha por ter escolhido ficar comigo.
Os Addams prontamente a acolheram, eles nunca virariam as costas para nós por amarmos e Enid ficou incrivelmente agradecida por isso, mesmo que ainda estivesse triste pela decisão da mãe. Os meses seguintes foram um pouco conturbados por culpa de um stalker, uma pessoa bem próxima, mas nada que não pudéssemos solucionar. Depois da formatura voltamos a mansão, tivemos nossa primeira vez, começamos a faculdade e assim que nos formamos a pedi em casamento. Alguns anos depois vieram os gêmeos.
[...]
-Presente-
—Essa sem duvidas foi a melhor história! -Pubert disse com um sorriso.
—É uma história e tanto... -Comentei com um sorriso. —E a cada dia que se passa me apaixono mais por Enid...
—Eu também me apaixono mais por você a cada dia. -Enid entrou na cozinha, vestindo apenas um casaco e um pouco suja de lama e sangue.
—Mama a gente pegou um cervo bem grande! -Valentin entrou correndo com um sorriso no rosto. Ele e minha filha também só usavam casacos.
—Ele foi difícil de pegar... -Audrey comentou com sua expressão monótona de sempre.
—Ele não era páreo para vocês, minha pequena tormenta. -Comentei. —Agora vão tomar um banho enquanto ajudo a prepararem o jantar...
—Sim, mama! -Valentin e Audrey disseram e subiram para os seus respectivos quartos para tomarem seus banhos.
—E você também, cara mia. -Me aproximei de minha esposa e ela sorriu antes de se inclinar e me dar um beijinho. —Eu te amo.
—Eu te amo mais, mi carinõ. -Ela disse e subiu para o nosso quarto para tomar o seu banho.
