TROJAN HORSE| ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ

Capítulo 19

NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR
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Passei novamente o pano humido sobre meu rosto, e me senti bem com a sensação boa de estar finalmente limpa.

A casa já estava devidamente iluminada, fazendo com que agora eu possa perceber como ela verdadeiramente era. Não podia dizer que ela era pequena, mas também não era grande. Por toda a minha vida eu morei em um palácio, e por mais que meus aposentos não fossem dignos, ainda sim tinha conforto.

A casa era dividida em dois andares.

O térreo era onde ficava a sala minúscula e desconfortável, no primeiro andar onde estou, era onde estavam os quartos.

O meu quarto era tão minúsculo quanto a sala, mas agradecia por ter pelo menos um banheiro próprio. O colchão da cama pinicava, e eu sentia que a qualquer momento as pernas da cama sederiam, e o colchão juntamente a mim, cairia no chão.

Ouvi um gemido de dor no quarto ao lado, e quase que imediatamente soube o que estava acontecendo. Vincent deve estar cuidando de seus machucados da briga muito mais que ridícula com Zion.

Soltei meus cabelos já cansada de mante-los presos, e deixei com que eles caíssem sobre minhas costas. Meu corpo estava coberto por uma blusa branca de mangas bufantes  que iam até meus pulsos, que estavam cobertos por uma pulseira de pulso feita de couro. Sobre a blusa branca estava um corset Elf preto de amarrações. Uma calça preta igualmente preta e de couro, botas simples e gastas nos pés e os meus cabelos que já informei que estão soltos, sem qualquer tipo de penteado.

Sai do meu quarto e caminhei pelo corredor minúsculo até o quarto de Vincent, enquanto ouvia o barulho da madeira rangindo conforme eu passava.

Adentrei o quarto do loiro assim que percebi que a porta estava entreaberta, e a movimentação estava verdadeiramente em seu banheiro. Olhei em direção a sua cama, vendo que não havia grande diferença com o meu. Percebi uma pequena adaga sobre sua cama, e me aproximei dela.

--- De novo bisbilhotando minhas coisas?--- Ele perguntou de dentro do banheiro

Franzi o cenho pois não tinha como ele ter me visto.

--- Você jogou um verde, não sabia que eu estava aqui--- Falei me aproximando da porta do banheiro.

Certo...

Vincent estava com uma toalha branca sobre seu torso, e isso era basicamente o único pano que cobria seu belíssimo corpo. Observava sua aparência no espelho, enquanto jurava que estava arrumando os machados que ele mesmo procurou.

--- Devia parar de ser tão curiosa--- Falou e logo em seguida soltou um gemido de dor

--- E você deveria parar de ser tão molenga. Arrumou a briga e agora fica chorando com os machucados--- Falei cruzando os braços

--- Você não sabe de nada--- Falou jogando seus olhos com fúria sobre mim

--- Eu tenho certeza que aquele briga não foi para defender a honra de ninguém, muito menos a honra de ambos os reinos. Brigaram para definir quem entre os dois era considerado mais forte. Eu estou errada?--- Perguntei levantando uma de minhas sobrancelhas

Seu olhar se desviou do meu, e voltou a olhar o reflexo ainda na tentativa de limpar os ferimentos.

Seu silêncio foi o bastante.

--- Cacete--- Mumurrou quando passou o pano mais uma vez sobre o ferimento

--- Idiota--- Falei a mim mesma enquanto revirava os olhos. Me aproximei do loiro e peguei o pano branco e molhado de sua mão
--- Cala boca--- Falei antes que ele se atravesse a abrir essa boca dele

Tirei o piercing da sua boca, me deixando ter uma visão privilegiada de seus lábios carnudos. Abri a mão branca dele, e depositei a joia nela.

Foquei novamente meus olhos em suas feridas.

Um corte no supercilho, na lateral da bochecha e outro nos lábios.

Passei primeiro em seus supercilho, vendo ele fechar os olhos com força. Senti quando sua mão subiu até a minha que passava o pano humido em seu rosto, segurou meu pulso com leveza e abriu os olhos.

--- Devagar--- Murmurou e por um segundo eu me vi perdida nos seus olhos

Droga.

Ele se apaixona por você, não ao contrário.

Não ao contrário...

---... Relaxa reizinho--- Falei voltando a passar o pano no seu supercilho, desta vez mais suave

Sua mão que estava em meu pulso, desceu pelo meu corpo até que parou em minha cintura. Vincent deixou um aperto ali, antes de circular seu braço ao redor do meu corpo.

--- Não tô entendendo a sua graça--- Falei parando de passar o pano no seu corte

--- Por que parou? Ainda tá ferido--- Falou manhoso. Revirei os olhos agora indo limpar o corte em sua bochecha

Era desperador sentir seus olhos sobre meu rosto. Eu me perguntava o que ele pensava, se seus pensamentos eram bons, ou ruins...

Até que percebi que não me importo.

--- Posso te morder?--- Perguntou

--- Tá maluco?

--- Você já me mordeu--- Ele falou dando de ombros

--- Foi um caso isolado--- Falei também dando de ombros

--- Um caso isolado?--- Ele perguntou rindo

--- Um caso isolado--- Afirmei prendedo meu riso

Como um imã, meus olhos foram em direção de seus lábios. Juro que se eu perdesse a cabeça por meros cinco segundos, eu o beijaria. Não posso impedir a minha mente de imaginar minha boca sobre a sua...

Posso apenas impedir-me de fazer isto.

Mas está é a grande pergunta:

Eu quero?