Capitulo 20

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Acordei no dia seguinte antes que o sol se levantasse. Na realidade, toda a cidade acordou antes do sol nascer. Estavam todos em um clima de festa absurda. Gritaria de torcidas, fogos para todos os lados, barulho, movimentação, ladrões... Espiãs.

E até mesmo um cavalo de tróia.

Me vesti com a roupa de combate de Atlas, e analisei no espelho velho e quebrado, o bordão do reino em meu peito direito. Meus cabelos estavam presos em varias tranças que iniciavam na raiz do cabelo, até as pontas. Algumas argolas estavam presas a ela.  Nas minhas mãos estava uma luva preta que cobria a palma de minhas mãos, mas não os dedos.

Coloquei a espada devidamente afiada no meu codre, e coloquei as botas coturno preta em meus pés.
Na língua d'água de meus olhos estava a pigmentação igualmente preta.

Me olhei no espelho e sorri com o resultado da minha produção.

--- Vamos logo, morena--- Ouvi a voz de Vincent e rolei os olhos me aproximando da porta

Os olhos de Vincent percorreram meu corpo todo até que chegaram em meu rosto. Sorriu para mim e estendeu a sua mão em minha direção. Dei de ombros e estendi também a minha mão, deixando com que ela descansa-se na palma da sua.

Vincent segurou minha mão com firmeza, mas ainda assim com delicadeza, e girou o meu corpo em 360° e depois sorriu.

--- Uma verdadeira valquira--- Falou e eu sorri fraco

Desmanchei o sorriso quando eu percebi que não podia sorri assim. Soltei rapidamente a minha mão da sua, e lhe dei um tapa fraco no peito.

--- Ande logo--- Falei e sai em sua frente

--- Está ansiosa?--- Ele perguntou me seguindo até a saída da casa

--- De forma alguma--- Eu estava

--- Está sim--- Falou e eu rolei os olhos

--- Não sabe nada sobre mim--- Falei abrindo a porta de madeira velha e gasta

A expressão de tédio se estampou em meu rosto na mesma velocidade que abri a porta. Pessoas gritavam, cantavam seus gritos de guerra enquanto levantavam bandeiras de seus habitual reino. Confetes, tintas, fogos, buzinas, tambores e o pior de tudo... Pessoas.

Ah como eu odeio está movimentação desnecessária.

--- Podemos voltar para Atlas agora?--- Perguntei me recusando a atravessar o mar de pessoas barulhentas

--- Voltaremos apenas com o prêmio por ter ganhado--- Falou e eu rolei os olhos

Só quando tiver ganhado...

[...]

Ouvi mais uma vez o grito na arena, e soube que mais um competidor estava ferido, muito provavelmente agora morto.

Eu estava sentada sobre uma cadeira de madeira velha. O local onde estávamos era como um camarim para o espetáculo. Não conseguia vê-los, mas podia ouvi-los em alto e em bom som.

Havia um homem alto e forte que todo final de combate aparecia no meio da arena, sorteando as próximas duplas.
Até este exato momento, Atlas não tinha sido sorteada contra Gênova, e no fundo eu temia por isso.

O reino de Vincent já foi chamado duas vezes, e nas duas vezes, Vincent quem foi. Não por covardia minha, mas porque ele não confia o suficiente em mim, e confesso que estou começando a me enfurecer.

Observei o portão de barras de ferro que era a passagem para a arena. Um homem forte e alto, trajado com vestimentas resistentes, estava na frente liberando a passagem dos competidores. Em suas mãos estavam uma lança grande.

TROJAN HORSE| ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ Onde histórias criam vida. Descubra agora