Capítulo 17

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NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR
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Sentei na cadeira de minha escrivaninha, e senti uma imensa vontade de chorar. Olhei em volta do meu quarto, até que meus olhos pararam no armário aberto, expondo o traje de luta das valquiras e consequentemente o de Atlas. Eu estava servindo ao meu povo, salvando a minha terra, mas não podia deixar de sentir a mais profunda exaustão.

O medo a qual fazia anos que não sentia, corria pelo meu corpo todos os dias, em todas as horas, minutos, segundos, milésimos...

Achei que seria algo fácil, afinal a morte nunca será minha maior inimiga. O que vem antes dela me assusta.
Serei apedrejada? Queimada? Esquartejada? Arrancaram meus dentes, mãos, pés? Contaram minha língua?

Qual destas mortes seria a mais dolorosa?

Embora tenha poucos anos de vida, tenho uma longa e vasta experiência no assunto "dores". E como uma especialista, digo que a pior das dores é quando sabemos que daquilo não iremos sobreviver. Independente de odiar a vida com todas as forças possíveis, mas saber que nunca mais olharemos as cores opacas e sem vida deste mundo, causa um arrepio até do mais suicida entre nós.

Porque na realidade ninguém quer morrer.
Só quer um alívio para a dor que sente.

Estava pronta para começar minha nova carta para Atlas, quando ouço batidas na minha porta. Olhei para o relógio sobre a minha cama, e vi que o mesmo marcava as 03:05 da madrugada.

Quem estaria aqui tão tarde?

Peguei minhas espada, e me aproximei da porta. Abri e encontrei um idiota de cabelos loiros todo bagunçado.

--- Não tenho tempo para suas perguntas--- Ele falou entrando no meu quarto.

Me virei indignada e fechei a porta.

Ele utilizava uma blusa larga branca que chegava até seus pulsos, um calça folgada preta e nos pés uma pantufa.

--- Quando que lhe dei intimidade suficiente para entrar no meu quarto sem permissão?--- Perguntei guardando a espada e cruzando os braços

--- Que roupa feia--- Ele falou me olhando

Eu utilizava de fato uma camisola velha.

Quem em sã consciência se arruma para dormir sozinho?

--- Você não tem direito nenhum sobre isso--- Falei e ele revirou os olhos

--- Se arruma--- Falou e eu estretei os olhos

--- Tá maluco? Já viu que horas são?--- Falei apontando em direção ao relógio

--- Eu estou tão indignado quanto você. Iremos para Valença ao amanhecer. Faça uma bagagem pequena, e use o traje de Atlas--- Ele falou e caminhou até a saída

O parei segurando em seu braço.

--- Espera um pouco...--- Falei tentando assimilar tudo--- Você vai explicar isso com calma, e detalhadamente.

--- Quais os pontos que você quer saber?--- Ele perguntou cruzando seus-- musculosos-- braços, e me olhou com uma cara de tédio

--- Como assim Valença? E por que eu?--- Perguntei confusa

--- Valença decidiu fazer um espetáculo ridículo de duelos entre reinos...

--- E por que caralhos nós iremos? Declarou guerra contra nós, estaremos caminhando em direção a morte--- Falei

TROJAN HORSE| ⱽⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ Onde histórias criam vida. Descubra agora