⚠️ Gatilho: Menção a violência e suicídio. ⚠️
— Ok, então, vai ser você, Maria Luísa e eu? — Ele anota os nomes no caderno enquanto fala. — Mais ninguém?
O caderno esta na parede, a mesmo servindo de apoio. Um jeito estranho de agir, Ravi tinha que admitir.
— Sim, isso mesmo, só nós.
Fechando o caderno e jogando-o de qualquer jeito na mochila, Michel concorda com a cabeça.
Os dois estavam atrasados para seus compromissos da tarde e o mais velho ainda iria na farmácia, para depoos encontrar Luísa e lhe entregar o medicamento.— Tudo certo, então. Te vejo amanhã, China!
Ele abre a mão e espera Ravi bater, mas ele não o faz, somente revira os olhos, apertando a alça da mochila— Faz isso toda vez que está nervoso. — e começando a andar para longe.
A mão livre passando pelo corrimão da escadaria na entrada do colégio.
— Tava demorando pra você começar com isso de novo. — Sua voz é até alta, ele quer que Michel ouça. —Que diable!
Descendo os degraus que os separavam, Michel passa por ele, parando a sua frente.
— Ei, você me xingou?
— Não ...? — Não é uma resposta, parece mais uma pergunta para si mesmo. — Porque eu faria isso?
Desviando o olhar, ele tenta passar por Michel, mas é barrado, claro.
As pessoas ao redor estão olhando.— Eu tenho quase certeza que você me xingou em francês.
— Não fiz. — Ravi reponde, dando um passo para trás. Somente para ter uma certa distância do colega de classe.
— Ah, é? O que você falou?
Ele da um passo a frente, tão próximo que Ravi quase prende a respiração, e ainda acaba encostado no corrimão.
Isso da livre acesso para Michel apoiar ambos os braços no metal, um de cada lado. Encurralando-o.Não é intimidador, longe disso.
— Algo como: Aí, que Inferno! — Sua voz sai quase como um sussurro.
Os olhos indo direto para os lábios do amigo, é automático, ele nem percebe que está encarando. O coração acelerava tão facilmente quando Michel estava perto e, é, ele não entende o por quê disso ainda.
— De onde você é?
Os rostos estão bem próximos, um palmo de distância. Tentando se recuperar, acalmar e sair dessa situação, ele suspira e depois de semanas esperando o outro descobrir, ele diz.
— Você ainda deve adivinhar, Michel. Não é assim tão difícil.
Assim que escuta a resposta, um sorriso surge em seus lábios. Ravi está admirando-o, claro, mas é uma questão de segundos pra cair na realidade.
— Ravi, seu pai está bem ali. — Luísa fala na frente deles. Ela tinha passado o restante do tempo na biblioteca, escondida
Como que por reflexo, os dois se afastam quando Hikon chega perto. Luísa desce o restante das escadas, indo para a praça onde esperaria Michel.
— Boa tarde. —A voz nada amigável de Hikon soa bem próxima dos dois. — Vá para o carro, Ravi. Quero falar com seu amigo. — Ele olha Michel nos olhos, analisando-o.
Passando quase a contra gosto pelos dois, ele segue para o carro depois de dizer "Tchau". Está com o rosto todo vermelho, parecia um tomate, ele espera que o pai não tenha notado.
Ravi se senta no banco atrás do passageiro e observa a conversa dos dois.
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A Tudo Que Somos | Livro 2
RomanceMichel Darwin é um garoto de dezenove anos, assumido e muito bem resolvido consigo mesmo. Quando volta para o colégio depois de dois anos longe, fica encarregado de ajudar um garoto que vem de outro país com algumas matérias. Ravi Snodiny é filho de...