Parte 7

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        Eles ficaram ouvindo música por um tempo, deitados na cama. O ventilador estava ligado, janela aberta, um clima ótimo. 

Em certo momento, quando estavam ouvindo outro disco, um de pop dessa vez, Ravi ficou em pé. Não estava dançando, mas dava uns passos pequenos.

— Se você quiser dançar, posso afastar o sofá lá na sala pra você. — O mais velho fala de repente. — Aí você terá mais espaço.

A atenção com isso, faz Ravi sorrir.

— Não precisa se incomodar com isso. — Ele olha para o rosto de Michel que está deitado, apoiado no cotovelo e o admirando.

— Não seria um incomodo, adoro te ver dançar.

Isso o faz corar mais ainda, ele foca nas paredes azul bebê e, depois de alguns segundos em Michel. Uma tentativa de não parecer nervoso demais.

— Ok, mas só mais tarde. Vou passar hoje e amanhã com você mesmo, então dá tempo.

Michel se senta na cama e continua olhando para o colega. Ravi não estava fazendo nenhuma coreografia mirabolante, porém ele achava lindo.

Um apaixonado.

— Está com fome? Já passou do horário de almoço. 

O mais velhos pergunta e estica a mão para Ravi se aproximar dele, ele o faz.
Se colocando na frente de Michel e acariciando seus cabelos.

— Não estou com fome, você está? — Ravi responde com outra pergunta e espera, Michel somente nega com a cabeça. Estava adorando o carinho.— Você é tão bonito. Adoro como sua pele, olhos e cabelos combinam tão bem. Parece uma obra de arte.

— Obrigado. — Sorrindo orgulhoso, ele responde, abrindo um pouco as pernas e trazendo Ravi mais para perto.

Está sentado e o mais novo em pé a sua frente.

— Eu também te acho lindo, adoro o formato de seus olhos. — Ele faz o mesmo, fazendo um carinho breve na bochecha de Ravi. — Acho interessante, pois parece de personagem de anime, não é o padrão asiático.

Sem saber se isso é bom ou ruim, ele da um selinho em Michel.

— Um tailandês e um brasileiro. Nós faríamos filhos lindos se fosse possível. — Ao finalizar a fala, Michel o beija.

Isso distrai por um tempinho, até que Ravi nota, afastando um pouco o resto.

— Me chamou de tailandês? — Questiona com a testa franzida.

— Sim. 

— Você acertou. —Ele está sorrindo, chocado.

— Como acertei? Eu sempre soube, meu garoto. — Um sorriso de lado pinta seus lábios e ele tenta beija-lo novamente.

— E por que me chamava de China, Japinha, Coreia do Norte e essas coisas?

— Por que era engraçado.— Ele da de ombros novamente. — Embora muitos não percebam, vocês da Tailândia são os mais fáceis de identificar. Começando pelos olhos, são diferentes dos outros.

Balançando a cabeça devagarinho, Ravi passa as mãos em volta do pescoço de Michel.

— Também acho, mas as pessoas de fora, não. Para mim, nenhum de nós do oriente se parece.

— E não parecem. Todos são diferentes, basta atenção que saberiam dizer de onde a pessoa é facilmente.

Orgulhoso, Ravi o beija novamente, um beijo mais profundo e não demora muito para Michel sentir os lábios dele sob seu pescoço.

A Tudo Que Somos | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora