Helena acordou cedo naquela manhã, na verdade madrugada. Ela precisava sair bem mais cedo de casa se quisesse chegar até a penitenciária no horário de visitas, ligou no dia anterior e sua entrada foi permitida, mas ela realmente não sentiu que a pessoa que lhe atendeu falou com Theo sobre aquilo, mas era apenas um chute.
Ela deixou Alice deitada na cama e colocou um travesseiro para que ela pudesse se apegar enquanto a mãe saia. Foi até o banheiro, tomou um banho rápido e colocou a roupa com a qual chegou na casa, ela tinha lavado na noite anterior, mas não estava exatamente seca agora. Rumou em direção à cozinha e preparou um chá preto, pegou algumas torradas integrais no armário, uma geleia de pêssego na geladeira e então se sentou na mesa. Lá fora ainda estava escuro, ela fechou os olhos por alguns segundos e suspirou pensando no dia longo que teria pela frente, quando os abriu novamente viu dois pares de olhos castanhos curiosos lhe observando, deu um leve solavanco, mas depois sorriu de leve para a criança.
— Já acordou? — Perguntou apoiando o cotovelo na mesa e o queixo em sua mão. A menina balançou a cabeça positivamente e caminhou até mais perto dela.
— Onde você vai? — A voz rouca de sono se fez presente e ela sorriu.
— Então ela fala. — Comentou se referindo ao dia anterior, onde não escutou a voz de Verônica.
— Eu falo. — Disse de forma óbvia e puxou uma cadeira, se sentando na mesa e ficando incrivelmente baixa nela, com seus braços apoiados no vidro e a cabeça tombada para o lado. — Por que você tá acordada? — Perguntou curiosa.
— Eu tenho que fazer uma coisa hoje. — Respondeu tomando um gole de seu chá.
— O que? — Perguntou novamente.
— Eu... eu vou visitar uma pessoa.
— Quem?
— Ninguém importante. — Disse e a menina franziu o cenho.
— Então porque você vai tão cedo? — Questionou confusa.
— Por que a pessoa não é importante, mas o assunto é.
— E qual é o assunto? — Perguntou encolhendo os ombros.
— A Alice. — Disse suspirando, com a filha ela seguia a diretriz de que sempre se deve responder uma criança com sinceridade.
— O que você vai falar da Alice? Eu pode ir? — Perguntou e Helena riu de sua fala errada.
— "Posso". — Corrigiu. — Você não pode ir, você deveria estar dormindo. — Falou séria.
— Por que?
— Porque essa hora as crianças ainda estão dormindo.
— Por que?
— Porque devem dormir pelo menos 8 horas. — Tomou mais um gole de seu chá.
— E por que? — Perguntou novamente e Helena a olhou divertida com sua curiosidade, engraçado, Alice não era assim.
— Porque é o indicado pelos médicos.
— Que médicos?
— Todos os médicos. — Deu de ombros.
— Hm. — Murmurrou balançando a cabeça. — Hoje a minha dinda vai vim aqui, sabia? — Tombou a cabeça e Helena sorriu.
— Mesmo?
— Sim. — Assentiu. — Ela é muito legal. — Sorriu. — Você não quer ficar pra ver ela? Aí você não precisa ir na visita que você não quer ir.
— Parece bem legal, mas eu preciso mesmo ir. — Tentou dar um sorriso e Verônica murmurrou outro "hm", desta vez mais arrastado.
— Eu pode perguntar uma coisa?
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entrelaços | PARADA
Fiksi PenggemarO destino é uma coisa engraçada, é estranho como certas pessoas estão ligadas a nós para sempre, existem tantos laços que as prendem e mesmo quando achamos que se desfizeram e os laços já não existem, o destino prova o contrário, as trazendo de volt...