Antonio Cara de Sapato
Apesar de extremamente curiosa, Cecília não insistiu muito em querer saber o que estava ocorrendo e acatou quando informei que ao voltar para o Rio lhe contaria tudo, mas agora infelizmente não podia contar.
Por sorte, ela conseguiu comprar passagem para o mesmo dia e conseguiu também uma ótima hospedagem. No fim da tarde, Amanda e eu já estávamos embarcando.
-Sabia que minha família também mora na Bahia. –ela fala puxando assunto ao me ver ansioso.
-Sério? Da pra você ir visitar eles.
-Se for pertinho, eu vou. Está com muitos meses que não nos vemos, as condições não estavam muito boas pra mim.
-Não entendo como uma profissional incrível como você tava desempregada.
-Você gosta mesmo do meu trabalho? –Ela me encara com um olhar inseguro e todas as vezes que eu vejo esse olhar, eu tenho vontade de socar a cara de quem a fez duvidar de si.
-Eu amo, Amanda. E não sou, mas todos da academia. Nossos clientes aumentaram bastante desde que você chegou. Inclusive, Cecí me falou que alguns clientes estão perguntando por você e estão sentindo sua falta. Você é incrível em tudo que faz, Amanda. –sorrio pegando sua mão para depositar um beijo e percebo ela se envergonhar.
-Eu não sei reagir a elogios, Antonio. –comenta sem graça.
-Pois trate de aprender. Pois vou fazer questão de sempre te lembrar da mulher e profissional incrível que você é. –Ela fica em silencio com as bochechas avermelhadas e eu decido mudar de assunto. –Aonde exatamente seus pais moram?
-Feira de Santana. Falando nisso, como você pretende fazer para encontrar sua mãe? Você sabe a cidade especificamente que ela mora?
-Pior que não. Eu não sei de muita coisa. Morei pouquíssimos meses na Bahia, logo minha mãe... Wilma... –Me auto corrijo sentindo o gosto amargo da magoa em minha boca. -... nos levou para João Pessoa.
-Mas você sabe ao menos qual cidade era?
-Não exatamente. Mas eu acho que eu sei quem pode me ajudar e por sorte, essa pessoa também mora em Feira de Santana. Isso significa que você vai poder ver seus pais, sabia?
-Sério? –Ela me encara com um sorriso imenso no rosto e eu não consigo evitar sorrir de volta.
-Sério, Amanda. E é o mínimo que eu posso fazer por você, é levar você pra ver os seus pais. Já que eu te trouxe pra essa loucura.
-Eu vim porque eu quis, lembra? –Assinto sorrindo e assim seguimos até o aeroporto.
Amanda Meirelles
O vôo até a Bahia foi bem tranqüilo, dessa vez Antonio estava bem mais calmo do que quando viemos para João Pessoa.
Mas ainda sim, era possível perceber que ele estava pensativo mais do que o seu normal.
Ao terminar o desembarque, pegamos um uber até a locadora onde ele havia alugado um carro.
-Vamos ficar hospedados aonde? –O indaguei enquanto ele guardava as malas no porta malas do carro.
-Feira de Santana mesmo. Perdi para Cecí alugar dois quarto para nós em um hotel.
-Sério? Nem acredito que vou conseguir ver meus pais. –falo empolgada realmente feliz por conseguir fazer essa surpresa para os meus pais.
-Sério. –ele sorri bobo colocando a ultima mala. –Vamos?
-Vamos. –respondo animada entrando no carro.
No caminho até o hotel, fomos conversando sobre nossa infância e acabamos descobrimos que temos muitas coisas em comum.
-Quer ver seus pais ainda hoje?
-Podemos?
-Claro que sim, Amanda. E para de falar como se eu tivesse te fazendo um favor, quando na verdade é você que tá fazendo pramim.
-Eu não to te fazendo favor algum, Antonio. E eu perguntei se podemos, porque a viagem foi cansativo e é você quem vai dirigir durante toda a viagem, então preciso do meu motorista bem.
-Não se preocupe, o seu motorista estará sempre a sua disposição. Inclusive, conto com você pra me apresentar a cidade.
-Pode deixar.
Chegamos ao hotel quase uma hora depois, um pouco cansado da viagem, mas bem humorados.
-Como assim só tem uma reserva? Eu reservei dois quartos, um para mim e outro para Amanda Meirelles. –Antonio discutia irritado com a moça da recepção.
-Sr Figueiredo, peço desculpas por qualquer engano. Mas a reserva feita foi de somente um quarto para duas pessoas. –A recepcionista tentava explicar de maneira calma.
-Antonio, se acalma. Ela não tem culpa de nada. Talvez a Cecília tenha se confundido, tava ocupada demais, sei lá. Não vamos quebrar cabeça com um problema tão fácil de resolver. Já estamos aqui, você tem uma reserva e agora a gente só pega outra.
-Desculpas, senhora! Não temos nenhum outro quarto disponível. Estamos em alta estação, então todos os quartos estão alugados. –Ela me interrompe fazendo Antonio ficar ainda mais irritado.
-Tem algum problema pra você dividir o quarto comigo? –O indago, mas rapidamente me arrependo e tenho medo de ter parecido uma oferecida com segundas intenções. – Eu posso ficar na casa dos meus pais também.
Claro que não, Amanda. Eu só imaginei que você quisesse ter seu próprio espaço. Não quero ser invasivo com você. –Ele confessa com a voz calma e eu acho extremamente fofo.
-Moça, a gente vai ficar com esse quarto, caso suja algum outro você nos avisa, por gentileza?
-Claro. Aviso sim, desde já mil desculpas pelo o transtorno.
-Sabemos que você não tem culpa de nada. Obrigada pela recepção.
-Sintam-se a vontade.
-Obrigada!
Peguei minha bolsa de mão, enquanto me encarava estranho carregando as duas malas grandes.
-Que cara é essa?
-Acho que eu to começando a gostar dessa viagem e gostando mais ainda desse engano de ter sido reservado só um quarto. –Ele pisca e eu enfim reconheço seu olhar de malicia.
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love and hate
Любовные романыAntonio Carlos Monteiro Figueiredo Junior, também conhecido como Cara de Sapato. Lutador famoso, empresário e influeciador. Após uma grave lesão no joelho, Antonio decidiu retornar ao seu país de origem, Brasil. Mas com tudo que aconteceu, afastado...