love and hate

Capítulo 50

Amanda Meirelles

Depois de um longo período chorando, Larissa conseguiu me acalmar e me manter um pouco mais tranqüila.

Um tempo depois Fred também chegou e decidimos contar logo para ele a novidade.

-Eu to em estado de choque. Os meus dois melhores amigos decidiram juntos me dá um sobrinho. Eu devo realmente está sonhando. –Ele me abraça animado.

-Você acha que ele vai gostar da idéia? –Pergunto receosa.

-Claro que vai. Antonio tem aquele jeito durão dele, mas ele é louco por crianças e por você também, com certeza vai ficar nas nuvens quando souber. –Ele responde tentando me passar segurança.

-Ela colocou na cabeça que o Sapato não vai querer a criança e ainda vai abandonar ela sozinha com uma criança pra criar.

-Nem pira com isso, Amandinha. Sapato seria incapaz de fazer isso, confia em mim. E fora ele, você também tem a gente, tá? Eu e a Lari sempre vamos
estar com você.

-Eu sei que sim. –O braço e ele puxa a Lari para participar do abraço também.

*

Após uma longa sessão para me acalmar e me ajudarem a planejar como contar a novidade para Antonio, Larissa e Fred retornaram para seu apartamento.

Na manhã do dia seguinte, Larissa passou cedinho lá em casa. Combinamos de comprar algumas coisas de bebê e entregar ao Antonio dentro de uma caixa, junto com os testes de gravidez e uma carta.

Arrumo tudo certinho e como havia combinado com Lari, sigo até sua sala antes dele chegar, deixando a caixa em cima de sua mesa e me escondo dentro do banheiro.

Assim que escuto sua voz meu coração acelera, até perceber que ele está acompanhado de alguém que parece ter a voz familiar, mas eu não identifico de quem é e nem me dedico a isso. Apenas intercedendo para que ele vá embora e Antonio receba a notícia sozinho.

Mesmo não querendo, acaba sendo possível escutar a conversa deles e isso me causa medo de Antonio ficar chateado comigo depois. Penso em sair de lá de dentro, mas antes disso, sou surpreendida por uma maldita notícia que me destruiu.

Antonio não podia ter feito isso comigo.

Saio de dentro do banheiro desesperada, pegando a caixa sobre a mesa, mas ao passar pela porta, acabo esbarrando e deixando o objeto em minhas mãos caírem.

Antonio Cara de Sapato

-Foi mal cara! Eu não sabia que ela tava aí.

-Some da minha frente, Rodrigo. –falo irritado e ele rapidamente obedece.

Assim que ele cruza a porta, caminho até a caixa branca no chão. Fecho a porta da minha sala e volto a entrar no sofá com a caixa em mãos.

Nada me prepararia para que eu encontrei ali, nem mesmo toda a descoberta da minha mãe me doeu tanto como aquele momento.

Amanda está grávida, a espera de um filho meu e ao invés de estarmos comemorando, ela deve está cruzando a cidade com ódio de mim.

Sentado no sofá, sem forças pra absolutamente nada e sentindo meu coração se partir ao meio, caio no choro.

-O que aconteceu? –Escuto a voz de Cecília e me mantenho de olhos fechados chorando. –O que aconteceu, Sapato? –Ela me indaga mais uma vez sentando ao meu lado.

-Eu fiz merda como sempre. Dessa vez a pior de todas.

-Me conta o que aconteceu pra Amanda sair daquele jeito aqui. Ela descobriu que você havia ficado com alguma outra pessoa?

-Pior que isso.

-O que pode ser pior que isso?

-Ela descobriu que eu só fiquei com ela pra ganhar uma aposta que eu havia feito com o Rodrigo.

-E você só ficou com ela por isso, Sapato?

-Claro que não né, Cecília! –Levanto a cabeça lhe encarando com o rosto banhado de lágrimas.

-Me conta isso direito vai! –Respiro fundo criando coragem para começar a falar, sei que Cecília será a única capaz de me escutar, porque o restante, vai só me julgar.

-Assim que ela chegou e tava com aquela marra toda, Rodrigo me desafiou a pegar ela e aí, a g ente fez uma aposto. Mas não foi por isso que eu fiquei com ela, eu me apaixonei de verdade por ela. E pior, esses dias no Ceará me fizeram perceber que não é só uma paixãozinha qualquer que logo passa, eu amo essa mulher, Ceci. Ainda mais agora que ela tá gerando um filho meu.

-Como assim? A Amanda tá grávida? –Cecilia me encara surpresa.

-Ela tava vindo me fazer uma surpresa quando ouviu tudo. –falo me levantando e entregando a caixa para Cecília.

-E agora, o que você vai fazer? –Ela me indaga depois de alguns segundos encarando a caixa em sua mãos.

-Tô aceitando idéias. Se bem conheço a Amanda, ela deve tá com ódio de mim e é capaz de me matar se eu aparecer na frente dela.

-Pior que você tem razão. Até demissão ela pediu.

-E você deu?

-Claro que não. Na verdade nem deu tempo, ela passou igual furacão na minha sala.

-QUE DROGA! –Falo jogando um porta retrato no chão.

Demorei, mas apareci!