Amanda Meirelles
Após a sua pergunta, demoro alguns segundo em silencio, pensando no que deveria responder.
Ele tá certo quando fala que somos dois adultos e precisamos conversar tal como somos, mas ainda assim, eu não quero.
Sem responder nada, me levanto retirando do ambiente. Se ele quiser realmente conversar, virá atrás. Se não, seguimos o fluxo fingindo naturalidade.
Olhando levemente de lado, percebo ele me encara com um tremendo ponto de interrogação no rosto, mas não demora muito para levantar-se vindo atrás de mim.
-Sua mãe não te deu educação não? –Me indagou irritando entrando em meu quarto.
-Deu, mas ela também me ensinou com quem devo usar.
-Amanda, já chega desse joguinho de adolescentes. Porra! Vamos aos fatos?
-O que diabos você quer tanto conversar comigo?
-Eu quero resolver essa situação. Caramba! Não é difícil. Eu sou um adulto, solteiro, responsável pelos os meus atos, você também. A gente sente atração um pelo o outro, o nosso sexo é bom, a gente se entende perfeitamente bem na cama e eu tenho certeza que também podemos nos entender fora dela.
-Aonde você tá querendo chegar, Antonio? –Lhe indago um pouco confusa e ele se aproxima de mim com a guarda baixa.
-Tô pedindo trégua, Amanda. Te acho uma mina mó maneira e eu não quero esse clima horrível entre nós dois. Nós trabalhamos juntos, temos o mesmo ciclo de amigos e tem momentos que o clima entre nós dois tá simplesmente insuportável, isso é chato até para as pessoas que estão ao nosso redor.
Sei que ele tem razão e por mais que eu não queira, preciso baixar a guardar também.
Antonio está dando um show de maturidade, enquanto eu pareço uma criança birrenta de oito anos.
-Tá, você tem razão. A gente pode ter uma convivência legal. –Ele sorrir e dar mais um passo em minha direção. –Mas que fique claro que tudo isso começou por sua causa. Você que foi um imbecil comigo no dia em que lhe conheci, eu só retribui. –Falo desviando dele e me afastando.
-Você tem razão, Amanda. Eu fui um imbecil com você e com a Ceci naquele dia e eu te peço inúmeras desculpas por isso.
-Tudo bem! Acho que eu posso te dar esse voto de confiança.
-Amigos então?
-Amigos. E se você sugerir amizade colorida novamente como se eu fosse uma rapariga qualquer, eu te expulso daqui e peço demissão, entendido? –Falo lembrando da irritação que aquela pergunta me causou e ele gargalha. –Deixe essas amizades coloridas para suas outras funcionarias. Eu não tenho interesse nisso.
-A única funcionaria que eu queria, era você. Mas já que você não tem interesse em repetir o melhor sexo da sua vida, não vou de importunar com isso. O que tínhamos para resolver já foi resolvido, eu vou indo nessa. Obrigada por me ouvir, Amanda. Tenha uma boa noite!
-Boa noite! –Foi tudo que eu consegui responder depois de ficar impressionada com que havia acabado de presenciar.
Esse realmente não é o Antonio que eu conheci e que as pessoas me contam que conhecem também. Ele tá totalmente diferente. Não sei se pra bom ou pra ruim.
Quando eu o vi sentado no sofá da minha casa quando cheguei, não foi assim que eu esperei terminar minha noite.
Droga! –Falo alto, irritada! Não acredito que eu estou irritada por não estar transando nesse momento com o cara que eu repeti a semana inteira que eu odeio.
Você é estranha, Amanda. –Converso sozinha enquanto me deito na cama, completamente frustrada e confusa.
Será que ele enjoou de mim?
No exato momento em que minha mente me indaga sobre isso, recebo uma novamente mensagem do Caio que me faz cair no choro.
Me indago por que tudo isso tá acontecendo comigo, como eu passei tanto tempo com ele sem desconfiar que ele era esse monstro.
Ao mesmo tempo que me pergunto inúmeras coisas sobre Caio, lembro-me da cena do Antonio saindo do meu quarto sem ao menos tentar nada, totalmente diferente do que havia acontecido das outras vezes que nos esbarramos.
Será que meu ex noivo tinha razão quando falou que uma hora o Antonio enjoaria de mim?
Pensar nisso me causava um aperto no peito imenso e me voltar a chorar. Como a alguns dias eu não chorava.
A sensação de insuficiente e o medo voltaram a me afligir. Abraçada ao meu próprio corpo, adormeço em meio ao choro.
Três dias depois.
Antonio vem sendo extremamente educada e amigável comigo, mas tenho percebido ele estranho e apesar do Fred e da Lari saberem de algo, eles se recusam em mim contar. Assim como a Cecília.
Em meu consultório higienizo o ambiente após receber meu primeiro paciente do dia e me preparo para receber o Antonio com medo de como iremos agir a sós depois da nossa conversa.
Escuto o telefone do consultório tocar e vejo que é do ramal da Cecília.
-Amanda?
-Oi. Aconteceu alguma coisa?
-Preciso que você venha até minha sala agora.
-É demorado? Pois atendo ao Antonio em cinco minutos.
-Ele não virá á fisioterapia hoje. Por gentileza, compareça a minha sala com urgência.
-Tudo bem! Já estou indo.
Tô agora do a interação de vocês no comentários, então já aproveitem pra me contarem o que acham que rolou. ✨
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love and hate
RomantizmAntonio Carlos Monteiro Figueiredo Junior, também conhecido como Cara de Sapato. Lutador famoso, empresário e influeciador. Após uma grave lesão no joelho, Antonio decidiu retornar ao seu país de origem, Brasil. Mas com tudo que aconteceu, afastado...