Antonio Cara de Sapato
Meu mundo estava desmoronando e eu jurava que não suportaria tanta dor, mas estar no colo da Amanda e a sentir perto de mim, alivia um pouco mais toda aquela aflição.
Lhe conto detalhadamente tudo que me aconteceu durante toda a minha vida e acho que essa é a primeira vez que eu conto isso a alguém.
As pessoas que sabem, como Fred e Cecília, foi outra pessoa que contou, porque eu nunca tive coragem.
Toda essa confiança e dependência na Amanda, me causa um pouco de medo.
Ela é a única pessoa que me faz me sentir assim, tão a vontade para demonstrar minhas fraquezas.
Dividir tudo aquilo com ela, diminuiu a aflição que me consome todos os dias quando eu lembro que fui abandonado. E quando eu achei que havia me acalmado, a raiva me atingiu em cheio.
Wilma não podia ter feito isso comigo. Não podia ter feito isso com o meu pai e nem com minha mãe. A gente não merecia isso.
Tento de alguma maneira colocar pra fora toda a raiva que estou sentindo e na tentativa disso acontecer, começo a socar as coisas e da vários murros na parede.
A raiva é tão grande, que eu nem ao menos sinto dor com todos aqueles movimentos. Eu simplesmente me isolo ali e tento colocar tudo pra fora. Até que sinto seu toque e ela me puxa para seus braços.
Depois de está agarrado a ela, eu não consigo pensar em outra coisa que não seja lhe sentir novamente. E o pior de tudo, é que eu sei que não é só sexo.
Posso parecer um maníaco ao pensar em sexo nesse momento, mas não é isso. Eu só precisava sentir mais da Amanda e nem que por alguns minutos, ter a sensação de que ela é minha.
Completamente entregue, ela corresponde a cada toque meu. Seus gemidos de prazer ecoam pelo o quarto e se não fosse a isolação acústica, certamente os funcionários escutariam.
Estoco mais fundo dentro dela e procuro o seu olhar ao sentir que nós dois estamos chegando ao nosso limite.
Indo ainda mais fundo, lhe encaro com profundidade e sinto uma sensação estranha no peito.
*
Ficamos alguns minutos em silencio, seu corpo sob o meu completamente nu me dando o prazer de sentir ela em mim.
Mesmo que não, aquilo parece tão certo, me causa tanto paz, que eu tenho não pensar em nada, só aproveitar o momento.
-Antonio? –Ela sussurra sem se mexer.
-Hum. –Respondo ainda de olhos fechados, acariciando seu corpo.
-Quer me contar o que tinha dentro daquela caixa? –Ela levanta levemente a cabeça, apoiando seu queixo em meu peito para me encarar.
-Eu preciso contar. –Suspiro fechando os olhos.
Quando enfim crio um pouco de coragem, me levanto com cuidado para não machucar ela e caminho pegando a caixa, voltando com ela em mãos para a cama.
-Minha mãe me entregou ela na noite em que chegamos aqui, disse que eu só poderia abrir se algo lhe acontecesse. Mas ontem a noite me deu um pico de curiosidade e eu decidi abrir.
-O que tem dentro? –Me indaga curiosa.
-Ver com seus próprios olhos. –Respondo lhe entregando a caixa e ela se senta puxando o lençol para cobrir seu corpo nu e pega a caixa.
Sento-me ao seu lado e fico em silencio, enquanto ela ler atentamente as duas cartas.
-Eu sinto muito. –fecho os olhos sentindo uma lagrima escorrer por meu rosto.
Me mantenho ali, calado, enquanto choro mais uma vez lembrando de tudo que acabara de ler.
Cuidadosamente, ela se senta sob meu colo, colocando uma perna em cada lado, encostando sua testa na minha e suas mãos em meu rosto.
-Eu não consigo imaginar como você tá se sentindo, nem a loucura que sua cabeça deve estar. Mas quero falar que você não tá sozinho, independente de qualquer coisa, eu to aqui com você e vou sempre estar. –Sorrio levemente sentindo um afago no peito e lhe beijo.
Dessa vez, um beijo bem mais delicado do que todas as vezes que nos beijamos.
-Obrigada, Amanda. De coração. –Agradeço lhe puxando para mais perto e ela repouso sua cabeça em meu peito.
-O que você pretende fazer agora?
-Ir atrás da minha verdadeira mãe. Eu preciso encontrar ela.
-Você sabe aonde ela mora?
-Não. Mas acredito que seja na Bahia, antes a gente morava lá.
-Entendi, então é pra lá que nós vamos? –Ela me indaga me pegando de surpresa.
-Nós?
-Sim. Ou você vai recusar minha companhia? –Ela me encara sorrindo.
-Sua companhia é tudo que eu mais preciso nesse momento, Amanda. Eu só não esperava que você fosse querer ir comigo.
-Eu prometi estar com você, não foi? –Assinto com um sorriso no rosto. –Então, eu vou estar. Partiu Bahia?
-Partiu! –Respondo com um sorriso imenso no rosto.
Espero que tenham gostado. Até segunda 🫡❤️
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love and hate
Storie d'amoreAntonio Carlos Monteiro Figueiredo Junior, também conhecido como Cara de Sapato. Lutador famoso, empresário e influeciador. Após uma grave lesão no joelho, Antonio decidiu retornar ao seu país de origem, Brasil. Mas com tudo que aconteceu, afastado...