Não éramos apenas nós duas que corríamos pelo corredor, alguns alunos azarados também estavam preocupados com o tempo. Olhando para aquela cena, pensei em um filme de terror, porém, cômico, já que eu fazia parte dele. Preciso contar isso para a Gabi.
— Você não tem medo de morrer?! Humano fedorento! — O som do baque de um corpo entrando em contato com uma das grandes latas de lixo, chegou até mim e Nina.
— M-me desculpe, e-eu...d-desculpe...n-não queria...— Pobre garoto. Um menino alto de cabelos ruivos curtissimos, tinha tido o azar de esbarrar em uma vampira, acompanhada por dois homens de sua espécie, que saiam da sala. Aquilo me fez travar no lugar e Nina apenas esperou no lugar, tentando entender minha ação.
— Alisson?
— Espera aí, Nina.— Sai da frente verme imundo, ou mando seu corpo como casca vazia de presente para sua mamâe.
— Não! P-por favor! — O menino continuava se arrastando para o meio do caminho, sem perceber que sua atitude tomada pelo medo apenas o colocava na frente da vampira.
— Não faça isso. — A ordem veio da loira, que me segurou pelo braço, quando me viu dar alguns passos para frente.
— Não me peça para ficar só assistindo. — Me libertei de seu aperto.— Está brincando com a minha cara? Ta se fazendo de surdo, muleque?! — A perna da vampira teria acertado o ombro do garoto em um belo chute, se eu...sim, euzinha, não tivesse entrado na frente para segurar seu tornozelo.
— Peço desculpas pelo o meu amigo. — Os olhos alaranjados dela eram fortes como uma estrela solar e me encaravam por alguns segundos em choque. A emoção foi rapidamente substituída por indignação.
— Que cheiro bom...— Um dos homens admitiu, me olhando por cima dos óculos escuros que enfeitavam seu rosto. — Infelizmente é humana.
— Tira seu amiguinho da minha frente, protetora de merda. — A fala da mulher parecia um rosnado, me mostrando os caninos afiados como dentes de cobra. A picada não deveria ser tão ruim, talvez...semelhante a uma vacina?
— Agradeço pela gentileza. — O trio me olhava confuso, sem saber pelo o que eu agradecia. Mas diferente do que pessoas como Brad fariam com o ruivo, não senti zombação por parte dos vampiros. Apenas pareciam realmente com raiva do jeito atrapalhado do menino. - Vem. - Com uma mão e a quantidade certa de força, consegui puxa-lo para cima de uma vez, dando espaço para os sangue sugas passarem.
— Obrigado, obrigado, obrigado. — O garoto agradecia, com as mãos sobre a frente do rosto, levemente curvado. Era mais alto do que eu, mas tão medroso!
— Tudo bem, colega. Humanos se ajudam. — Dei alguns tapinhas em seu braço, sorrindo para acalma-lo.
— Na próxima alguém vira suco de uva vivo. — Disse o outro homem do trio, seguindo a mulher que começava a se afastar pelo corredor, com as mão no bolso da jaqueta preta. Eles não tinham bolsa ou mochilas, diferente de nós. Por que?
— Para onde você estava indo? — Perguntou Nina, se pronunciando ao chegar mais perto.
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Unida Com Os Vampiros
RomansUm ano. Esse é o tempo que vou passar morando com minha tia depois de ser aceita na prestigiada Escola de Proteção do Continente. Sem condições de pagar um hotel por tanto tempo, serei acolhida pela minha prima. Mas há um grande desafio: a escola ta...