Capítulo 14.

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Mal humorada

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Mal humorada. De alguma maneira que eu não compreendia, tinha conseguido deixar Gabi de mal humor pelo resto do dia, após minha pequena insinuação sobre o vampiro ser inocente. Ela me acusou de querer defender aqueles monstros e depois tentou me convencer de que a justiça não tinha falhado e que provavelmente haviam investigado a fundo para prender o sangue suga.

Para não irritar ainda mais a garota que não queria conversar sobre aquele caso e se trancou no quarto, tive de sair da casa da tia Claudia, acompanhada de Tati, ou Tatiane, a filha da vizinha. Minha tia julgava que andar sozinha pelas ruas daquela cidade poderia ser perigoso e ninguém melhor do que a filha de Leide para me dar um tour pelo lugar.

Já fazia 10 minutos que estavamos andando pela rua deserta e friorenta, enquanto eu não conseguia parar de olhar para a enorme corcunda que a menina possuia. Me foi explicado que ela sofreu um acidente quando criança, caindo de uma escada com muitos degraus. A lesão foi feia e a consequência seria a perda de seus movimentos, mas um homem desconhecido se encontrou com ela em uma noite e a "curou", não por inteira, mas resolveu o problema da paralisia. Todos questionaram quem era tal pessoa, mas a menina se recusou a dizer.

Em pouco tempo de observação, pude perceber que ela não era realmente uma jovem, beirava aos 35, talvez. Mas seu comportamento era similar ao de uma adolescente. Me perguntei se haviam mais sequelas, e se existiam, eram da queda ou da cura?

Entretanto, poderia ser coisa da minha cabeça, mas aquela corcunda...não me parecia algo...comum. Eu não sabia explicar, era como se fosse um objeto estranho e não uma deficiência de sua coluna. Já tinha visto outras pessoas, principalmente senhoras de idade, e nenhuma delas possuiam corcundas daquele modo.

— Você gosta de brincar, Alisson? Eu amo brincar com bonecos! — Os olhos pretos da menina se viraram para mim, o que me fez parar de encarar suas costas. — Prefiro os de porcelana!

— Bonecos? Oh...sim, eu brincava antigamente. — Bem antigamente mesmo.

— Então vamos comprar um! — Repentinamente ela levantou o dedo indicador e começou a correr, como se estivesse trotando pela calçada. Suas maria-chiquinhas balançavam para cima e para os lados. Seu cabelo era muito comprido, passando de seus quadris.

— Espera, Tati! — Gritei, correndo atrás da menina para não perde-la de vista. Para quem tem problema na coluna, ela corre rápido demais.

Quando nos aproximamos de um pequeno edifício com paredes vermelhas escuras e detalhes em branco, soube que a mulher se dirigia a uma loja de brinquedos. O nome "My Toy", estava gravado em uma grande placa de madeira clara e as nuvens negras se amontoavam sobre o local. Um ambiente pouco seguro, com certeza.

— Vem! — Chamou a menina, com um gesto de mão, sem hesitar em abrir a porta e adentrar a loja. Seu corpo já estava longe do meu, conforme nos distanciavamos.

Unida Com Os VampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora