Capítulo dezesseis

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   Era uma sensação revigorante segurar as mãos macias e bem-cuidadas de Chloe Bourgeois, mas Marinette não admitiria isso naquele momento.

    Secretamente, a azulada desejava não ter que soltar a mão da maior. Talvez se ela fosse discreta, conseguiria deixar o aperto da mão da loira sobre a sua própria por mais tempo.

    A Dupain-Cheng nunca havia sentido tanto êxtase em um único toque, e nem tanta felicidade. Naquele momento, qualquer um poderia dizer que a mesma havia usado heroína e estava completamente absorta ao seu redor. E não seria mentira a segunda parte.

    Marinette não parava de sorrir, mas não é como se ela tentasse não o fazer. Naquele pequeno momento, ela sentiu que estava lá, que era ela na frente de Chloe, ela e apenas ela.

   Isso a assustou no primeiro momento, agir tão naturalmente perto da garota que vivia a implicando era estranho. Mas algo dentro da garota a falava que tudo estava tão certo.

    Isso até não estar mais.

    Foi um deslize, a noite estava incrível. Era para a noite ser incrível. Mas, como sempre, Marinette destruiu tudo.

    Para ser mais coerente, vamos voltar ao entardecer. Ou melhor, vamos voltar às seis e quarenta e dois do dia dezesseis de junho.

...

    — Então, você de cinco anos gostava de descer a rampa de cadeirantes do hotel em um carrinho de rolimã? — Perguntou a azulada com um ar risonho enquanto saboreava uma mini torta de limão.

    — Não conte isso para ninguém, Dupain-Cheng, mas eu era uma criança muito aventureira. — Chloe se gaba, tentando esconder um sorriso de canto.

    — Claro que era. — Marinette comentou escondendo sua risada atrás de sua mão.

   — E você? Como era a mini Dupain-Cheng?

    A azulada não deixou de dar uma doce risada, ela estava mais alegre que o normal.

   — Bom, eu era bem-comportada para falar a verdade. Um tanto quanto brava até.

    — Você? Brava? Vai, Dupain, você é a calmaria em pessoa.

   — Diga isso para as broncas que eu dava nos meus pais por deixarem o caramelo do pudim queimar.

    Chloe soltou uma risada surpresa antes de provar mais um pedaço do macaroon de morango que estava em sua mão, dando uma chance para Marinette continuar sua fala.

   — Tipo, imagine um serzinho minúsculo dando um sermão no meu pai, de 1,78cm, por ter queimado o caramelo do pudim de leite.

   — Seu pai tem 1,78cm? — Chloe perguntou curiosa, depois de ter soltado mais uma risada. A garota abriu a boca em um perfeito "o" quando Marinette assentiu. — Impossível! Você é tipo, muito pequena. Quanto você mede mesmo?

    — 1,55cm — Respondeu Marinette em um tom baixo, tendo suas bochechas tornando-se cada vez mais rubras.

    — Pequena. — Provocou a mais velha com um sorriso presunçoso no rosto.

   — Qual é, você tem o que? 1,59cm?

   — 1,62cm. Se eu me esforçar mais um pouco vou virar uma gigante ao seu lado.

   — Conta com a sua sorte, Bourgeois.

   Após a fala de Marinette, a mesma observou Chloe levantar-se do degrau em que estava sentada na escada de emergência do prédio e calmamente entreabrir a porta, olhando de um lado para o outro no corredor vazio que dava ao salão de festas do hotel. Quando seu trabalho pareceu ter sido concluído, a mesma virou-se com um sorriso malicioso e ajeitou seu cabelo.

ꜱʜᴀᴍᴇʟᴇꜱꜱ | ChloenetteOnde histórias criam vida. Descubra agora