ꜱʜᴀᴍᴇʟᴇꜱꜱ | Chloenette

Capítulo vinte e quatro

Era uma sexta-feira fria, mas Chloe Bourgeouis nunca havia se sentido tão aquecida.

A Bourgeois havia comentado sobre Kyoko a buscar em pouco tempo após sua visita a casa de Marinette, isso não ocorreu. Chloe nunca imaginou que agradeceria tanto a incapacidade da melhor amiga em simplesmente ignorar qualquer mensagem de texto e áudio enviada a ela, porque se a japonesa chegasse para busca-lá na hora que a Bourgeois havia pedido ela nunca estaria no paraíso como estava agora.

Kyoko deveria a buscar na quinta-feira, às seis da tarde. Já era sexta e o horário estava próximo das quatro da manhã quando Chloe ouviu o alarme de seu celular a alertando de uma mensagem.

- "Loira, você não tá no seu quarto."
- "Nem na cozinha do hotel."
- "Também não está no terraço."
- "Eu vou chamar a polícia."

    A loira ignorou todas as mensagens que apareciam na barra de notificações de seu celular, preparada para o desligar e voltar a admirar o rosto adormecido de quem estava deitada ao seu lado, encolhida e com a cabeça aninhada em seu pescoço. Entretanto, antes de desligar o aparelho uma última mensagem foi vista.

- "Pior, eu vou contar pra' sua mãe."

    Certo, aquilo era uma ameaça.

"Porra, vai dormir Kagami" -

- "Então a princesa tá acordada. Onde caralhos cê' tá?"

"Na cama da sua mãe, óbvio." -

    Kyoko não havia a respondido, o que fez um sorriso cansado surgir nos lábios da Bourgeois que só queria admirar a visão de Marinette nua e adormecida ao seu lado, isso até seu telefone tocar incessantemente. A filha da puta estava a ligando, e Chloe sabia que a Tsurugi não pararia de tentar uma chamada de áudio até a loira aceitar ou tocar tantas vezes que quem estivesse próximo a ela se sentisse incomodado. Resumidamente, ela não teve outra opção a não ser atender.

    — Sua filha da puta do caralho, onde cacetas você se meteu loirinha? Sua irmã me encheu o saco o dia todo falando de você e agora em plenas três da manhã eu tive que sair da minha cama com a menina quase tendo uma crise séria enquanto gritava que a irmã mais velha dela não mostrou nem sinal de vida. — A voz distorcida por sono e raiva começou sem ao menos deixar a loira raciocinar o que ela estava falando. — Escuta, eu amo que mulheres bonitas caiam em meus braços no auge da madrugada, mas eu não to falando isso no sentido literal. Zoe estava quase desmaiando, eu não sabia nem quem chamar caso algo acontecesse.

    Kyoko não parava de falar, Chloe só conseguiu registrar isso em sua mente. A loira estava atordoada e a amiga a jogava uma enchurrada de informações que talvez nem mesmo a japonesa estivesse entendendo essas horas.

    — Você leu a mensagem que eu te mandei hoje a tarde?

   Foi a única coisa que Chloe pôde pensar em falar quando a Tsurugi finalmente parou de falar milhões de informações de uma só vez em um tom um tanto quanto calmo, talvez pelo sono.

   — É claro que eu li, sua anta! Mas eu li aquela porra as dez da noite, tinha certeza de que você já havia voltado e estava na caralha do seu quarto! — A voz do outro lado da linha pareceu mais alta, isso fez a loira arregalar os olhos. — Zoe havia me dito que caso eu não fosse ela mandaria um dos seus motoristas ou sei lá, ela acabou achando que eu já havia te buscado e eu tinha certeza de que ela já tinha mandado alguém aí!