Capítulo vinte e dois

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    Marinette estava em desespero.

    Quer dizer, talvez essa fosse a melhor palavra para descrever o seu estado agora.

    O traje apertado da super-heroina vermelha pareceu grudar mais ainda em seu corpo enquanto ela tentava falhamente encontrar um modo de sair daquela situação. O último "bipe" já tinha soado a menos de quinze segundos e ela estava desesperada.

    Isso até uma garota loira a puxar para fora de lá alegando que se alguém ousasse contraria-la a pessoa seria demitida de sua própria cidade. E quando a heroína ouviu essas palavras, ela percebeu que se encontrou em uma situação bem pior.

...

    Eram nove da manhã de uma quinta-feira quando aconteceu o alvoroço.

    Marinette estava sentada ao lado de Alya e Alex na aula de artes cênicas enquanto observava uma Chloe reclamar a cada cinco segundos de como a aula devia ser escolhida para entrar em sua grade curricular. Entretanto, dessa vez, a azulada não deixou sua melhor-amiga irritar mais ainda sua... ficante... por assim dizer, com comentários indulgentes.

    Talvez ela estivesse fazendo isso pois descobriu recentemente a dificuldade de Chloe com humanas e a extrema facilidade com exatas quando a viu fazendo os deveres de casa uma vez. Mas a loira a pediu para não pontuar isso em lugar algum, já que ela gostava de ter sua dupla fazendo tudo sozinha enquanto a mesma olhava em seu celular as próximas promoções da semana.

    Mas o importante mesmo daquela aula foi que uma garota da sala vizinha, Amelie ou algo do tipo, teve seu mais novo trabalho de cerâmica em grupo quebrado em mil pedaços quando alguém trombou em Nathaniel, que segurava uma caixa pesada. Caixa essa que poucos segundos depois foi cair na peça. Um completo desastre, se querem saber.

Foi de fato algo ruim naquele dia, mas Marinette não poderia ter se importado menos já que ao transparecer a tal Amelie não pareceu de fato abalada pela situação, tendo alegado a Nathaniel que o professor já havia concedido sua nota e a de seu grupo e que realmente ela não tinha onde deixar a escultura.

De qualquer modo, Marinette não era obrigada a correr por pessoas que ela ao menos conhece para conforta-las sobre algo que não as chateou de fato. Ainda mais se essas pessoas não emitiam ser alvos fáceis demais para Monark.

Jesus, ela estava parecendo Chloe pensando desse jeito.

Na verdade, comentar sobre o "acontecimento claramente nada envolvido com o akuma que aterrorizou Paris pelas próximas duas horas e meia" não parece algo extremamente necessário, mas para uma super-heroína que usa um traje vermelho com bolinhas pretas nada é por acaso.

— Porra, pequena. Ajuda aqui se não minha obra de arte desmonta. — Uma voz ao lado de Marinette resmungou em claro desgosto

Quando a azulada olhou de relance para a garota ao seu lado, fez o máximo de esforço para não rir de sua situação.

Chloe estava com as mãos completamente sujas de argila, os anéis antes dourados agora estavam em um tom terroso e o principal: sua roupa antes branca agora estava com pedaços moles de argila e água suja ensopando a barra. A Dupain-Cheng não teve uma única resposta concreta que conseguisse com perfeição a fazer compreender o porquê de Chloe Borgeouis não ter surtado com o seu estado.

Mas claro, o mais engraçado não era apenas a bagunça que a loira estava, sua escultura também era muito notável.

Marinette não a entendeu de primeira, nem de segunda e ao menos de terceira. Era comprida, estava mole demais em lugares que a azulada julgava que deviam ser duros e duros demais em lugares que deviam ser moles. Era um caos, um caos extremamente cômico.

ꜱʜᴀᴍᴇʟᴇꜱꜱ | ChloenetteOnde histórias criam vida. Descubra agora