Capítulo dezessete

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    A noite estava confusa.

    Digamos que não se recebe um beijo da garota que te odeia do nada. Ainda mais quando você estranhamente se sente atraída pela mesma.

    Chloe estava deitada em sua cama, encarando o teto em uma tentativa falha de não pensar no gosto dos lábios de Marinette. Claramente o objetivo não estava sendo realizado, já que a loira tinha seus dedos médio e indicador da mão direita encostados em seus lábios enquanto pensava sobre a maciez da boca da menor e em como ela queria mais daquele contato.

   — Eu disse que você queria ela. — Kyoko falou, chamando a atenção da amiga.

    — Eu quero, Kyoko. Eu só não a tenho.

   — Ainda.

   Com o canto dos olhos, a Bourgeois observou a maior caminhar pela extensão de seu quarto até chegar a beirada da cama da loira.

   — Não é como se ela fosse querer ser minha. — Chloe disse após um suspiro pesado.

   — Ela não quer ser sua. Não se você não for dela primeiro. — A loira encarou a Tsurugi com confusão em seu olhar. — Qual é, Chlo. Está na cara que ela quer!

    — Se quisesse ela não teria fugido.

   — Se não quisesse ela não teria te beijado. — Kyoko retrucou, obtendo um revirar de olhos como resposta.

   Chloe bufou em desapontamento e finalmente se levantou, agora estando sentada em sua cama.

   — Que mulher mais complicada. Nem a Sabrina era assim!

    A loira ouviu a mulher ao seu lado sorrir, se divertindo com sua situação.

   — De um desconto para a garota, ela nem deveria saber que gosta de meninas até essa noite.

    Com a frase da Tsurugi, Chloe teve um choque de realidade e automaticamente pensou no loiro que estava presente com as duas mais cedo.

    — Quando Adrien foi embora? — A loira perguntou enquanto se levantava da cama e procurava seu par de chinelos pelo chão do quarto.

   — Um pouco antes das oito e meia. Mas o pai dele ligou furioso para o seu pai uma hora depois porque Adrien ainda não estava na mansão.

   — Então ele finalmente está se rebelando?

   A pergunta de Chloe acarretou uma grande risada compartilhada pelas duas garotas, risada essa que fez a loira até se esquecer do ocorrido.

   A Bourgeois gostava de momentos como aquele, momentos em que ela simplismente não se importava com seus problemas e vivia. Era até meio poético, ao ver dos olhos azuis tempestuosos da garota.

   — Descobriu o que o loirinho fez para a sua garota? — Kyoko finalmente perguntou, utilizando um tom passivo, como se falasse "Ei, eu saquei o rolo de quinze minutos que vocês tiveram na sala de reuniões. Mas você sabe que eu amo fofoca.".

    Chloe não pôde evitar de suspirar e arrumar uma mecha de seu cabelo antes de a responder brevemente.

   — Não a chame de minha, é possessivo demais.

   — E você não quer a chamar de sua? — Mais uma pergunta, dessa vez sem uma resposta. A Tsurugi sorriu levemente para a amiga. — Não precisa fingir que não gosta dela, Chlo. Não comigo... e nem com você.

   A francesa sentiu suas bochechas avermelharem-se por completo, por mais que ela fosse negar até a morte se alguém, especificamente Kyoko, afirmasse que o motivo era uma certa garota de cabelos azulados e olhos brilhantes.

ꜱʜᴀᴍᴇʟᴇꜱꜱ | ChloenetteOnde histórias criam vida. Descubra agora