Capítulo dezenove

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   Aquela terça-feira estava calma e monótona, duas coisas que Chloe Bourgeois odiava.

    Enquanto dedilhava seus dedos em acordes no instrumento musical que segurava, a loira não deixava de pensar na sensação de ter os lábios de um certa azulada pressionados contra o seu, o que a fazia errar a melodia conforme seus pensamentos iam fluindo para os momentos acontecidos no dia anterior.

    "Mas que porra, Dupain-Cheng!" A loira amaldiçoou a menina após errar novamente o solo de King For a Day.

    Com um suspiro cansado, Chloe guardou novamente sua guitarra e pegou o celular em uma tentativa desesperada de não pensar na garota de cabelos azulados e olhos profundos. O que foi uma péssima idéia.

    Ao abrir o instagram, a Bourgeois viu um trecho da nova reportagem de Nadja Chamak, noticiando a luta contra um akumatizado qualquer que Chloe não se deu o trabalho de descobrir o nome. Não como se ela se importasse, na verdade, não houve muitas akumatizações durante as últimas semanas.

    Mas uma coisa a chamou atenção, para ser mais específico, os cabelos azulados presos em maria-chiquinhas, os olhos azuis profundos como piscina e um sorriso doce e gentil direcionado a alguém não específico. A imagem totalmente igual a de Marinette, mas com um único detalhe, a pessoa possuía uma máscara vermelha com bolinhas pretas e era a porra da super-heroína que qualquer um tinha uma leve queda.

     Não que fosse impossível pensar na garota menor como Ladybug, já que era notória a admiração e queda de grande parte dos alunos de Françoise Dupont pela garota mais incrível da escola (opinião pública, não de Chloe.). E isso foi algo ainda mais evidente em apenas um único dia estando perto da azulada.

    Chloe parou de contar quantas pessoas olhavam para a garota de modo bem mais além que uma amizade quando chegou ao décimo quinto olhar ou flerte camuflado de gentileza e sua vontade de xinga-los verbalmente foi calada por uma Marinette risonha a falando sobre como as pessoas podiam se sentir mal com isso, e por mais que a loira repetisse que o resultado esperado era aquele, infelizmente ainda era visto como uma atitude má pela menor.

    Perdida em seus pensamentos, Chloe não ouviu a batida incessante em sua porta, não até ela ser aberta violentamente por uma figura alta que a loira não reconheceu nos primeiros momentos.

    — Porra! Com licença? Eu não chamei nenhum empregado aqui... — A Bourgeois começou, mas parou abruptamente quando a figura tornou-se mais visível ao seu olhar.

    — Isso foi um modo frívolo de falar com sua mãe, Cascina.

    Chloe encarou a mulher de óculos escuros em pleno local fechado mexer superficialmente em sua bolsa e retirar de lá seu celular apenas para ver o horário.

   — É Chloe, mãe. — A loira comentou, não tirando seu olhos de seu aparelho telefônico.

    Um suspiro foi ouvido do outro lado do cômodo e um par de óculos brancos da Prada foram jogados na mesa de centro que estava em frente à Chloe. A fragrância de Chanel Coco Mademoiselle tomou conta de seu olfato, fragrância essa que a garota só sentia uma vez a cada um ano ou mais.

    — Isso aqui está um chiqueiro. — Audrey reclamou apontando para uma pilha de roupas na cadeira acolchoada de Chloe. — Você pegou este costume de seu pai. As empregadas não retiraram isso ainda? Incompetentes, irei demitir todas.

    — Eu pedi para elas não tirarem as roupas para lavar, mais tarde eu levarei elas até a lavanderia.

    Isso era mentira, o moletom amarelo e a camisa larga branca estavam com o cheiro do perfume de Marinette desde a tarde do dia anterior. Chloe ainda gostaria de sentir a fragrância por mais tempo antes de pedir para lavarem a roupa.

ꜱʜᴀᴍᴇʟᴇꜱꜱ | ChloenetteOnde histórias criam vida. Descubra agora