one-shot 21: traumas

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Pov:narrador*

Se passou dois meses desde a ida da família a casa do casal e suas filhas. Nesses dois meses, aconteceram várias coisas e uma delas foi Enid ter levado pela primeira vez suas filhas vacinar.

Normalmente, quem levava as pequenas para vacinar era Wednesday, no entanto, a morena estava ocupada com os regulamentos da renovação do contrato com Chico que estava na cidade apenas por causa deste contrato.

- Tem certeza que não quer que eu as leve?- Wednesday perguntou a loira que estava determinada.

- Não, não posso depender sempre de você, irei levá-las hoje - disse a loira sorrindo.

- Claro que pode depender de mim, sou sua esposa, faço tudo o que pedir - Wednesday disse em tom óbvio fazendo a loira rir.

- Sim, você é minha esposa e por isso mesmo preciso que não se sobrecarregue - disse Enid depositando um beijo na testa de Wednesday.

No final a morena apenas aceitou e Enid levou as meninas para tomar vacina. Ao chegarem lá, as enfermeiras se surpreenderam ao ver que não era Wednesday e sim a loira.

Enid não entendia o motivo dos murmúrios entre elas.

"Coitadinha", "aposto que não irá aguentar", "10 dólares", "fechado".

"Aposto 100 dólares que ela conseguirá "- Maria apostou com fervor.

Até apostaram para ver o que iria acontecer. Ao chegar no consultório de Anna a mesma ficou sem reação.

- Onde está a Wednesday?- Anna perguntou.

- Está trabalhando, espero que eu sirva - disse Enid tentando não ter pensamentos ruins.

- Enid.. tem certeza?- Anna estava receosa.

- Claro - Enid respondeu sem entender a pergunta.

Anna assentiu, Enid se sentou em uma cadeira com Etér no colo, enquanto a médica colocava as luvas e preparava as injeções.

- Calma, meu amor, é rapidinho - disse Enid para Etér que estava inquieta.

- Está tudo bem, Etér, tia Anna garante que é só uma picadinha - disse Anna se abaixando até a perna da pequena.

Quando a agulha penetrou a pele de Etér, a menina gritou de dor, enquanto lágrimas quentes percorriam suas bochechas rechonchudas. E naquele momento, em que Enid segurava sua filha que esperneava e chorava de dor, ela entendeu o motivo dos murmúrios.

Seus olhos encheram de lágrimas ao escutar os gritos de sua filha e ao ver seu rostinho franzido em seu choro. Gritava, olhava para sua mãe como se pedisse ajuda, a loira sentiu seu coração despedaçar.

Lembrou das noites que passou no galpão quando mais nova, lembrou do quanto gritava e suplicava para seus pais lhe tirarem de lá, para que seus irmãos lhe salvassem, mesmo que eles mesmos tinham lhe colocado lá.

Anna olhava para Enid com uma certa pena, ao ver a loira morder os lábios e respirar fundo tentando conter as lágrimas e se manter forte.

Anna pegou Etér e colocou no bebê conforto com cuidado após colocar a gase com adesivo de bichinho. Pegou Nix e colocou sobre o colo de Enid que segurou a menina que já esperneava após escutar o choro da irmã.

- Está tudo bem, Enid?- Anna perguntou preocupada com a loira que estava pálida.

- Sim...

Sem rodeios, Anna aplicou a segunda vacina na pequena que teve a mesma reação da irmã, a cada lágrima de Nix, Enid sentia uma parte de seus coração desintegrar.

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