Fuga da paciente

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Pov:Marie*

Fui dopada por um gás estranho quando entrei na ambulância, acordei quando uma enfermeira tentou me furar aqui no hospital.
Ao ver a ponta da agulha, senti um calafrio gélido me percorrer, tenho pavor de agulhas.

- Nem fudendo!- Bati na mão dela a fazendo derrubar a agulha que era interligado no soro.

Eu pulei da cama em supetão vendo a mulher me encarar com os olhos arregalados, minha respiração estava ofegante. Ela me olhava de maneira desconcertada e praticamente perdida.

- Sai de perto de mim, eu estou bem!- Disse rapidamente sentindo o frio do chão em meus pés descalços.

Meu corpo está gelado, credo, até parece que eu morri, eu em.

Quando olho para meu corpo, arregalo os olhos, não estou com o uniforme do colégio e nem com alguma roupa normal. Estou com um diacho de pano fino como cortina de banheiro e ainda por cima, ela não cobre totalmente minhas partes importantes. Povo tarado, como ousam!?

- Moça, por favor, se acalme, tenho que cuidar de você - aquela mulher disse tentando se aproximar de mim.

Sai de mim doida, estou quase pelada e você com uma agulha, tem tudo para dar errado aqui. Eu em!

- Onde estão minhas roupas?- Pergunto ao perceber que não estão no quarto.

- Moça, deite-se, por favor...

- Onde estão minhas roupas?!!!- bato o pé a olhando irritada, mulher descarada!

Ela suspirou pesado, meneando a cabeça com certa descrença.

- Estão no porão, onde vão ser revistadas pela polícia, depois lavadas e devolvidas a você - Ela respondeu.

Polícia? Agora sou obrigada a ficar praticamente pelada?! Que porra que lei esses padrões têm?

De certo, estou com cara de ficar aqui esperando minhas roupas com  uma mulher tentando me furar e minha privacidade sendo roubada de mim. Aham, esperem sentados que eu irei ficar aqui. Vou buscar minhas roupas, xerife, prefeito, Papa, seja quem for, não vai ficar no meu caminho. Tenho orgulho ainda, tá!

- Moça, por favor, não me obrigue a chamar ajuda para te obrigar a tomar o medicamento - a enfermeira pediu com um olhar cansado.

- Não precisa se preocupar comigo - digo me aproximando da cama e tirando o lençol branco que ficava sobre meu corpo.

- Eu estou bem, pode se furar com a agulha, se insiste tanto em dizer que é para meu bem, faça bem a você mesma - digo colocando o lençol em volta de mim.

- Moça...

- Tchau, seus tarados!- Corro em direção a porta, escutando os gritos da enfermeira atrás de mim.

O chão é frio e claro, aqui tudo é claro, não me lembro da última vez que vim em um hospital, sou uma dríade, não preciso desse lugar. O cheiro daqui é inebriante.

Vejo muitos quartos, pessoas tristes, algumas chorando, outros nitidamente com raiva.

- Nem venha!- eu disse para um enfermeiro que me olhou com a intenção de me devolver ao meu quarto.

- Moça!!

- Volte para seu quarto!!!

- Nem a pau, seus doentes!!- grito de volta sabendo que estão correndo atrás de mim.

Preciso fugir, compro roupas novas, sei lá, não quero ficar aqui, não quero continuar com essa humilhação, sou uma dríade, caramba!!

Foi quando eu vi, em meio ao meu desespero de fuga, eu vi aqueles olhos azuis, como duas safiras puras, como as ondas mais calmas do oceano em um dia ensolarado de verão que se tornam turbulentas pelas chuvas da estação, causando catástrofes muitas vezes, mas sempre continuando ali, sendo admiradas pelos olhos humanos e.. pelos olhos de uma dríade.

Family WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora