004

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VICTORIA

A campainha havia tocado, e eu fui atender.

Quando abri a porta, tive a infeliz visão do homem loiro de olhos azuis com um sorriso pervertido no rosto.

—O que faz aqui? —Perguntei com os olhos arregalados e as mãos trêmulas.

—Eu vim te ver, não está feliz? —Ele se aproxima e tenta colar nossos lábios, mas eu o impeço.

Irritado, segurou meu braço com força e percebi o seu ódio no olhar e...

—Victoria! —Meu Padrinho me chamava apressadamente.

—Ah é você. —Me sento na cama abraçando um travesseiro.

—Quem mais seria? —Perguntou confuso.

—Ninguém. O que queria?

—Eu quero que entregue esse pacote à Gavi, e preciso que seja o quanto antes.—Ele deixa a encomenda em cima da cama e sai. Não tive tempo nem de contrariá-lo.

Sem vontade alguma, me levanto da cama, me arrumo e vou entregar o tal pacote ao Gavira.

Assim que cheguei em frente à sua casa. Não, casa é um xingamento para essa, mansão.

Toquei a campainha e fui atendida por uma mulher, de aparentemente 40 anos.

—Olá?

—Oi, eu gostaria de ver Pablo, por favor.

—Quem gostaria?

—Victória, afilhada de Xavi.

—Xavi? Entre querida fica a vontade. —Dá espaço para que eu entre no ambiente, era uma linda casa.

Me sentei no sofá a espera do queridinho de todos.

—Está me seguindo Hernández? —O garoto diz assim que desce o último degrau de sua escada.

—Como se eu quisesse. —Me levanto, ficando de frente para ele.

—Para, eu sei que quer. —Refiro os olhos e mudo de assunto.

—Vim te entregar isso. —O entreguei o pacote.

—Obrigada, quer comer ou beber alguma coisa?

—Na verdade, eu quero uma água.

—Tudo bem, mas não vai se acostumando, não sou seu empregado.

Tomei minha água, me despedi e fui embora.

Hoje eu teria aquele tal encontro que Valentina armou para mim, Deus, onde eu fui me meter?

⊰✯⊱

Já estávamos no restaurante, falando a um bom tempo sobre sua coleção de figurinhas raras. Alguém me tira daqui.

—Aqui senhores. —O garçom diz entregando nossos pratos.

—Gosta de comida italiana? —Tento não ser grossa com essa pergunta óbvia.

—Sim, eu adoro. —Olho para o meu prato que portava uma deliciosa lasanha.

—Eu já falei muito de mim. Me fala mais sobre você.

—Não tenho muito o que falar. Meus pais morreram quando eu ainda era criança, meus avós morreram faz um ano e meio e agora eu moro com meu padrinho, nada de mais.— Foi ombros e volto a comer.

Ver seu olhar de pena me matava por dentro, odeio isso.

La Luna - Pablo Gavi  Onde histórias criam vida. Descubra agora