No jardim, Mad seguiu até a entrada da casa. Na sua cabeça viu a imagem de seus pais na cozinha preparando alguma coisa. Sua mãe, principalmente, seu pai talvez estivesse com o notebook na mesa da cozinha fazendo alguma coisa do trabalho. Não estava surpresa ao vê-los exatamente o que ela encontrou assim que entrou. Só que mais alguém os acompanhava.
Choque transpareceu em seu rosto e ela quase desabou de horror. Newt olhava para ela.
- Você não nos disse que Newt tinha voltado.- Sua mãe acusou.
Ela acabou de colocar uma caçarola de batata cozida na mesa.
- A culpa se aplica a mim, não liguei informando Mad que voltaria.- Newt confessara.
Nem que voltaria, nem que tinha decidido sair da vida de Mad. Não ligará nem para lhe dizer onde estava e o que estava fazendo. E do nada ele estava na cozinha da sua casa, como se devesse estar ali.
- Eu vou para o meu quarto, tenho que trocar de roupa.
De fato, ela precisava, também queria um tempo para entender o que estava sentindo com Newt dentro da sua casa, forçando aquela aproximação.
- Se apressa, o jantar está quase pronto.- A mãe falou.
Seu pai não tirava os olhos do notebook. Não sabiá se ele estava prestando atenção. Talvez alguma parte dele estivesse, porque ele simplesmente a olha e dá um breve aceno.
- Não deixe sua mãe esperando. - Colocara.
Mad simplesmente não responde e sobe para o seu quarto. Lá ela pensa em alguma forma de evitar aquele jantar, talvez inventar alguma doença súbita, não era como se ela não estivesse se sentindo doente. Sentia um desconforto dentro do seu peito, como se tivesse sido abandonada. Pensou que deveria esquecer aquilo, voltar para a cozinha e tentar parecer o mais distante possível.
Newt não precisava saber o quanto a tinha magoado, talvez aquilo até mesmo fosse um combustível para ele, que provavelmente sentia prazer com aquilo.
De roupas limpas e mais confiante, Mad volta para a cozinha. Seguindo o plano de manter uma certa distância, ela ajuda com os pratos e se esquiva de Newt que se aproximou indo para a outra ponta. Mad não olha em nenhum momento para ele. Provavelmente frustrado por não conseguir feri-la mais ficando perto dela.
- Então como foi seus estudos no Canadá? - O pai de Mad pergunta.
Foi o que Mad tinha dito para eles quando Newt desapareceu. Foi uma desculpa plausível, foi o que ela tentou acreditar por algum tempo. Que talvez alguma coisa muito importante tinha acontecido e ele precisou ir morar com seus primos.
- Foi bom, descobri muitas coisas.
Mad sentiu um olhar intenso sobre ela..
Ele parecia ter entendido que era apenas uma desculpa, e não contestou aquilo. Mad queria que tivesse, talvez assim ele pudesse lhe dar uma dica de onde exatamente ele estava e por quê. Era melhor que não. Descartou a ideia da sua mente. Mesmo que ele fosse para alguma coisa muito importante, era melhor não saber. De repente se viu não querendo ter nada a ver com ele.- E o que fez quando não estava estudando? Se não for nenhum problema perguntar. - A mãe entra na conversa.
Mad sente seus músculos rígidos, torcendo para que Newt inventasse alguma coisa.
- Fiquei na fazenda dos meus tios carregando feno e cuidando dos animais, depois construímos um seleiro e colocamos um curral com algumas vacas.
Aquilo pareceu convincente. Será que era verdade? Mad queria saber, mas teria que acabar com os planos que ela criou de não querer saber nada dele, também não deveria se importar. Provavelmente aquilo nem era verdade.
A conversa continuou e Mad apenas falou quando perguntada. Ela não olhou para Newt, mas não é como se não sentisse seu olhar sobre ela algumas vezes. Seus pais não sabiam o inferno que ela estava passando, se soubessem não estariam tratando Newt tão bem assim. Talvez sua mãe tivesse percebido seu distanciamento, mas alegara para ela mesma que provavelmente os dois tinham discutido e agora Mad estava evitando o conflito.
Finalmente Aquele inferno tinha terminado. A mãe lavou a louça e o paí secou, deixando Newt e Mad sozinhos. Ele tentou dizer algo, mas Mad não facilitou, erguendo a mãe, evitando que ele continuasse. Por sorte ele não insistiu e agora ele estava indo embora.
- Obrigado pelo jantar, vou voltar amanhã, Mad precisa me ter por perto, é isso que namorados fazem.
Mad queria dizer para ele ir para o inferno, ou simplesmente esclarecer que eles não eram namorados. Ele tinha acabado com essa possibilidade quando dessidiu ir embora. Ela quase podia sentir a mágoa naqueles pensamentos. Lembrou do pesadelo que teve na noite, bem no dia em que o pai de Newt a levou para casa. Ela tinha uma floresta densa em frente a ela, e um lobo a espreitava, ele queria estraçalhar seu corpo e arrancar sua pele. Foi quando um urso apareceu, grande e majestoso. Tudo que ela pode sentir foi alívio, ela não sabia como, mas ela estava salva, aquela serenidade a abstendo, tudo ficaria bem. Mas no momento seguinte o urso virou e foi embora, o lobo a espreita teve um caminho livre para machucá-la, e ele simplesmente fez.
Quando ela acordou estava suada e o coração acelerado como se tivesse ocorrido uma maratona. Mas o pior foram os seus sentimentos, aquela sensação de traição e abandono. Ela carregou aquilo nos próximos dias seguintes tentando aliviar a dor. Ela estava decidida, Newt não iria fazer parte da sua vida.
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Newt
RomanceLivro 3 Newt pertencia a uma família detestada pelo bando, seu pai traiu o bando quando foi embora para se ajuntar com os motoqueiros, um grupo de shifters desajustados que a única coisa que rondavam eram os bares, deixado seu único filho no bando...