Identidades- Kiaz/Robbyguel (Concluído)

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A luz do quarto o fez abrir os olhos e a primeira coisa que encontrou foi um buquê de rosas vermelhas ao lado de sua cama

"Não importa o que me custe toda a minha vida, farei você confiar em mim novamente"

Sempre seu, Miguel.

Robby acariciou a pétala de uma das rosas, parou e procurou um vaso para colocá-las, o que viu, amoleceu seu coração duro.

Era o Miguel cozinhando enquanto o filho comia umas panquecas, feliz por ver o pai a cozinhar.

-Achei que era minha vez de fazer algo pela minha família- Menciona o Alfa sorrindo levemente

Ele não consegue acreditar no que um traidor recentemente perdoado é capaz.

Mesmo assim, ele sorri, se deixa levar pela mentira de que se faz de bobo, dá um beijo na testa do filho e depois se aproxima de Miguel, onde o mais alto o pega pela cintura e lhe dá um beijo casto, ouve o barulho do falso vômito do filho e eles começam a rir, como uma família perfeita.

Ele quer viver essa mentira por um tempo.

[...]

Fazia muito tempo que Demetri não acordava abraçado a alguém, a sensação de segurança era estranha, ele abriu os olhos lentamente apenas para ver o rosto adormecido de Shawn.

Ele não pode evitar, ele está sorrindo estupidamente por causa do que aconteceu na noite anterior, ele nunca se sentiu tão desejado antes como o Alfa o deixou com seu toque

Ele queria tanto tirar uma foto e guardá-la para sempre, para lembrar onde e com quem ele foi feliz.

Porém, ele não o fez, não podia se dar ao luxo de se descobrir com um noivo policial que vasculharia até embaixo das pedras para descobrir a identidade do homem da foto.

Ele tira o braço da cintura, e coloca os lábios na bochecha do outro, o lençol que o envolve deixa de cobri-lo, ele não quer chegar em casa com cheiro de sexo então resolve tomar um banho rápido

Quando a água quente cai em seu corpo, ele sente braços em volta de sua cintura, ele se vira para ver Shawn meio sonolento mas acompanhando ele

- Bom dia- Ele sussurra cúmplice vendo Shawn sorrir

- Olá- Diz o outro beijando seu ombro nu

Eles tomam banho na tranquilidade do silêncio enquanto trocam olhares tímidos e outros nem tanto.

Quando ambos estivam vestidos com as roupas do dia anterior, Demetri coloca sua mochila no ombro

-Obrigado Shawn, eu precisava de alguém para me ouvir- O lindo sorriso do Alfa faz o sangue subir às suas bochechas

-Sempre estarei aqui para você- O Alfa murmura, depositando um beijo suave em sua testa, dando-lhe apoio.

Ele sai da cabana em direção ao seu apartamento, quando as chaves se juntam à fechadura de sua "casa" o remorso começa a atacá-lo.

E é irônico, porque com certeza Eli não sentiu remorso até descobrir e, se não tivesse feito isso, teria continuado a fazê-lo.

Ele entrou no local furtivamente, não vendo a presença de seu noivo até chegar no quarto que compartilhavam que o viu dormindo.

Deixou a bolsa em seu escritório e começou a fazer o café da manhã, nada tão trabalhoso, o aroma inconfundível de Eli chegou ao seu nariz, ele se virou para vê-lo ainda de pijama

-Você está descansado? -Ele pergunta olhando para seu noivo que não diz nada, senta e só olha para ele

-Sim, você vai trabalhar ou vai ficar em casa para descansar?

Em que ponto eles chegaram a esse ponto de monotonia e desinteresse?

Demetri balançou a cabeça.

- Hoje eu já estou descansando, vou fazer as compras para repor o armazem- Menciona servindo a mesa, a mão de Eli paira sobre seu pulso

-Você não veio a noite toda, sai cedo e você não tinha voltado ainda...- Ele diz isso em voz baixa e parece magoado.

- Eu disse que saí para o trabalho- Tenta se livrar dele, mas o Alfa não deixa

-Acho que não foi trabalho!- Ele o agarra, apertando sua pele pálida com os dedos

A lembrança de Shawn beijando suas mãos e pulsos vem à sua mente.

-Acredite no que quiser! Solte-me Eli!- Ele se puxa, mas o aperto em seu pulso só aumenta

-Não! Tenho certeza que você dormiu com outra pessoa!- O mais baixo se levantou da cadeira, puxando o outro

-Deixe-me Eli!

- Diga-me ou encare as consequências!- Demetri viu toda aquela violência retida em seus olhos

-Você realmente me machucaria? Eli, você gostaria disso?- Sua voz falhou com o pensamento de que o Alfa que ele amava seria capaz de colocar a mão nele.

Essas foram as palavras necessárias para Eli se soltar e ficar atordoado

-E... Eu...

Ele se afastou do homem de olhos azuis e colocou o prato do café do manhã na mesa.

- Como acabamos assim? Eu realmente acreditava que o nosso amor seria eterno - Ele está desapontado com o que eles se tornaram, Eli não o ama, mas o quer ao seu lado, e ele o ama, embora eu o use para seu próprio benefício

Eles permaneceram em silêncio olhando um para o outro, o homem de cabelos negros só podia ver como sua relação de anos estava desmoronando diante de seus olhos

[...]

Ambos deixam o filho na escola, Robby quer que Anthony cresça com a ideia de que ele tem a família perfeita, não importa que ele seja muito jovem e não consiga ver o que está nas rachaduras de sua felicidade, ele quer seu filho tenha o que ele não teve

O que nem ele nem Miguel tinham.

Enchendo de beijos sua pele morena e acariciando seus cachos negros, ele é idêntico ao pai, parece uma minicópia de Miguel

Ele ainda se lembra de quando o viu pela primeira vez no hospital após o parto, naquele dia ele quase morreu, mas ter seu filho nos braços era tudo o que ele precisava para recuperar as forças.

Ao ver o filho atravessar o portão de mãos dadas com a professora, ainda se lembrava vividamente do momento em que Miguel o beijou com o filho nos braços, agradecendo a oportunidade de ser pai e por ser o homem mais feliz do mundo

Robby queria voltar ao tempo em que seu casamento não foi rompido mesmo tendo o marido vivendo em um mar de mentiras.