Miguel sentiu como seu corpo estava quente, ele pensou em tomar um supressor, seria apenas um dia de cio, era madrugada então ele viu como Robby estava dormindo, seu corpo estava com uma alta temperatura assim como sua libido, ele meio que observou a mala que estava ao lado dele do armário, isso significava que o marido iria viajar e deixá-lo sozinho.

Aproximou-se do corpo adormecido de seu omega onde passou o braço em volta da curva de sua cintura, antes de tirar a camisa sentindo calor, trouxe o corpo esguio de Robby contra seu peito e beijou gentilmente sua marca

- Eu te amo, Robert- Ele sussurra baixinho, ouvindo como Robby se afasta dele.

Ele pediu por isso, ele pensa enquanto tenta se aproximar de Robby novamente e envolve seus braços em volta dele querendo sentir seu corpo quente contra o dele, procurando por seu cheiro, o relaxando no processo.

À medida que seu corpo fica mais quente, ele busca o apego de seu corpo ao de seu ômega com mais desejo, ele quer se esfregar sem vergonha e fazer o homem que descansa ao lado dele ser dele, mas ele não pode fazer isso...

Seu lobo quer tanto tirar o pijama de seda que o cobre, e beijar cada parte de sua anatomia, que ele acha que vai enlouquecer se não conseguir fugir, torna-se impossível quando Robby o abraça de volta

"Como nos velhos tempos "- Ele pensa com saudade devido a proximidade de seu marido novamente enquanto estava inconscientemente se permitindo ter uma parte amorosa de Robby, aquele que quando ele está acordado desaparece ao primeiro raio de sol que bate em seu rosto

O alarme não dispara muito depois, e ele observa seu marido se levantar relutantemente, ele se senta no colchão macio observando cada movimento dele

-Você pode acordar o Anthony?- Robby faz a pergunta enquanto abotoa a camisa lilás, enfiando-a dentro da calça preta e veste um suéter creme por cima.

Ele apenas acena com a cabeça e caminha para o outro quarto, seu filhinho parece tão fofo dormindo que ele não quer acordá-lo.

-Robby, Anthony e eu vamos ficar bem, posso tomar um supressor, você pode ir tranquilamente em sua viagem de negócios- Ele explica, vendo como seu filho muda de posição ao dormir, o ômega que havia chegado naquele momento olha para ele por um alguns segundos e acena com a cabeça.

- Bom. Fique só dentro de casa e cuida dele Miguel- Seu olhar duro é quase como um aviso que ele pretende obedecer

Ele vê como o marido deixa um bilhetinho na mesa do quarto do filho, acompanhado de um beijo na testa.

-Cuidado Miguel- Isso soou tão seco que doeu, ele o vê com sua mala indo para o carro

É estranho viver com Robby quando ele se comportava como se fossem estranhos obrigados a viver juntos, e ele concordou com o marido dele, ele só buscou esse desprezo.

[...]

Dentro do carro, suspira aliviado por não ter levado o filho, liga o motor e segue seu caminho.

Quando chega ao aeroporto, um dos guarda-costas de confiança de Salazar espera-o à entrada, entrega-lhe a mala e caminham

-O Senhor o verá no avião- Ele diz evitando olhar para ele, eles chegam no jato particular onde Robby embarca

Ele olha para todos os assentos até ver Hector tomando um uísque.

- Álcool tão cedo?- Os olhos castanhos do Salazar o examinam da cabeça aos pés

-Lindo como sempre- Ele revira os olhos com o elogio

-Como sempre, evitando o assunto- Hector ri zombeteiramente

-Onde está o pequeno Anthony?- O Alfa pergunta sobre a criança, Robby deixa sua bolsa no assento ao lado

-Em casa, com o pai- Diz Robby um tomando champanhe trazido por uma comissária de bordo

-É uma pena, eu queria ver meu neto.

Ambos sorriem cúmplices, Robby fica olhando pela janela

-A remessa chegou?- Ele pergunta olhando o que seria seu sogro se o marido soubesse que Hector é seu pai

-Em excelente estado, as armas já estão com seus respectivos compradores- Salazar comenta, olhando para o celular

-Bom. Hector, posso te fazer uma pergunta?

-Conte-me querido.

-Você já pensou em conhecer o Miguel?- Ele sabe como era difícil para o marido viver sem uma figura paterna

Assim como ele, seu pai também não estava muito presente em sua vida, mas pelo menos agora era um bom avô.

-Robby, você sabe o quão difícil seria? Seu marido é policial e eu sou uma dos mais procurados- Antes da explicação ele apenas acena com a cabeça, concordando com ele- Mas...

- Mas?

- Se fosse em um contexto diferente, claro que faria, ele é meu filho no final das contas, é uma pena que ele seja policial, seria um bom sucessor do meu lugar nos negócios

- Nisso concordo com você, Miguel seria um bom líder, se não fosse a justiça estar enraizada em suas veias... Será em outro universo.

-Neste universo você é o perigo e a beleza ambulante Robby.

O ômega ri do que o homem disse.

-Você é definitivamente um bom bajulador, Hector.

- Eu sou latino, o que você esperava?

-Eu sei, Miguel e você tem aquele charme latino irresistível- Olha o homem mais alto que sorri paquerador para ele

- Isso que me deixa tão orgulhoso do meu filho.

-Mesmo que ele seja tão infiel quanto você.

A perplexidade no rosto de Hector é única, pisca muitas vezes até vê-lo fixamente

- Ele foi infiel a você?

- Sim, com uma colega de trabalho, mas não se preocupe, já tirei ela do caminho.

-Meu Deus, você sabe que agora eu gosto mais de você?

- Acabei de te contar que matei a amante do meu marido e você diz que gosta mais de mim?

- Sim, isso não importa, pelo contrário, isso me emociona- O olhar intenso que o Alfa lhe lançou provocou em seu rosto um sorriso astuto

-Não ultrapasse um limite que você não pretende ultrapassar, Hector.

-Eu quero atravessar, você é quem não me dá permissão.

- Você brinca com fogo Hector, eu sou um homem possessivo, gosto de exclusividade, que nem você nem seu filho poderiam me dar- Responde honestamente, observa como o Alfa se inclina para o olhar mais de perto.

-Estou disposto a queimar por você Robert, também para pertencer a você. Se você apenas me der uma chance.

O ômega bebeu de seu copo enquanto seus olhos verdes examinavam o rosto do homem mais velho.

- Você fala de modo mansinho, eu aceito, gosto disso... E muito- Ele pensa por um momento enquanto observa o Alfa

Ele não era santo, mas nunca havia sido infiel em seus oito anos de relacionamento com Miguel.

Agora não tinha impedimento para isso, Miguel já o havia decepcionado, não teria remorso por fazer o mesmo.

Ele pagaria a ele com a mesma moeda.

Identidades- Kiaz/Robbyguel (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora