Ivanova verificou cada uma das pastas e balançou a cabeça cansada
-Eles são tão inúteis que não têm nada- Ela fechou a pasta frustrada, soltando um grunhido quando a porta se abriu revelando uma ômega com outro copo de café
-Você parece muito cansada- Expressa a secretária de forma amigável
É óbvio demais, pensa a russa, pegando a bebida
-Obrigado Moon, por enquanto preciso ficar sozinha, por favor- Ela pede, vendo como a mulher acenar com a cabeça e sair lentamente do escritório.
Ela não está procurando um romance no momento, ela está focada em seu trabalho
Ela recebe uma notificação de seu chefe na Rússia e fecha os olhos por um momento.
Sim, ela precisa descansar...
Ela sai do escritório com o café na mão, caminha pelas ruas de Los Angeles, tudo tão diferente da Rússia, ela olha para o telefone por um momento, o papel de parede de seus pais a faz dar um pequeno sorriso
Ela tem muitas saudades deles...
Entra numa mercearia onde aproveita e compra alguns chocolates e cerveja
Ela caminha em direção ao seu apartamento com algumas idéias em mente, chega em sua atual casa e deixa a sacola na cozinha, pega uma cerveja, abre e toma um gole.
Às vezes ela bebe para esquecer
Três anos e meio atrás:
Uma jovem policial voltou para casa depois de um longo dia, trouxe frutas que sua mãe havia encomendado para ela.
Ela percebe que a porta está aberta, ela sente como sua loba fica nervosa, instantaneamente ela também fica
O cheiro de sangue atinge suas narinas, o que a deixa alarmada, ela entra completamente em sua casa onde tem a pior visão de todas. Seus pais estão mortos, ambos amarrados a cadeiras da sala de jantar, espancados, sangraram até a morte, parece que foram esfaqueados até não poder mais
Ela solta um gemido lamentável e com lágrimas escorrendo pelo rosto, chama seu superior, caminha em direção à porta e se permite chorar.
Ela quer vingança e vai conseguir.
Tudo está tão confuso em sua mente que ela se envolve totalmente no caso, seguindo cada uma das pistas, mas não encontra nada.
Se a justiça não ajudar, a máfia fará.
Até que surja uma oportunidade, ela irá para os Estados Unidos, a polícia sabia de um possível suspeito, Hector Salazar, ele estava na Rússia na data em que seus pais morreram
Ela quer o matar com as proprias mãos quem matou seus pais.
Eles não eram santos, eram espiões do governo, em algum momento alguém iria caçá-los como um leão a um cervo e matá-los a sangue frio, mas ainda assim a dor não iria embora
A dor ficava latente esperando matar o culpado e amenizar a dor
Sentada no sofá, ela olha para o nada, revendo em sua mente todos os detalhes do assassinato de seus pais até que se lembra de algo, um pequeno desenho em um canto do quadro-negro onde seus pais anotaram as tarefas pendentes.
Uma Cobra, o que estava relacionado com a morte de seus pais?
Ela vai descobrir o que é isso, ela sente isso.
[...]
O ansioso Miguel entrou no escritório do marido reparando que tudo estava perfeitamente organizado até ver algo inusitado...
-O que é isso? Você sabe que no seu estado não pode- Ele pergunta pegando uma cigarreira vazia
-Calma Miggi, o que você pensa que eu sou para fazer mal ao meu bebê? Não é meu, era do Senhor Suárez- Ele menciona observando como Miguel franze a testa
-Ele não deveria fumar perto de você, você está grávido- Ele afirma irritado por saber que Héctor sabe sobre seu marido e mais porque isso pode prejudicar sua saúde
- Eu sei Miggi, o Sr. Suárez não sabe da minha condição, por que você fica com raiva toda vez que menciono meu sócio?
O Alfa abaixa a cabeça, senta-se no sofá previamente afastado de qualquer aroma
- Seu nome não é Héctor Suárez querido, é Héctor Salazar, e para ele sou um marido apoiado por você que busca um pouco de adrenalina e tem corrido tão bem para mim que ele me pediu para ser seu segundo em comando
Robby fica em silêncio como se fosse assimilar as palavras do Alfa, na verdade ele sabe de tudo, Héctor conta até o menor detalhe a ele
- É Héctor Salazar? O traficante? Seu objetivo?
-Sim
-É por isso que você estava tão nervoso?
-Sim, querido.
- Não acredito, tenho um criminoso como sócio, isso ia me gerar grandes perdas- Finge estar preocupado com sua empresa enquanto olha de soslaio para Miguel, está do outro lado da escrivaninha olhando pela ampla janela com vista para a cidade, o pôr do sol começa a aparecer no céu
-Robby... Não quero que se arrisque, caso algo dê errado, fuja do país.
- Sem você Miguel? Como você pode me pedir isso?- Reclama o ômega com a voz quebrada
Ao que Miguel imediatamente, percebendo sua voz ficando estridente para silenciar um guincho, se aproxima para abraçá-lo
-Calma Robby, esse é o pior cenário, nunca vou permitir que te machuquem...
promessas, promessas, promessas,
Keene sente pena de Díaz, o fato de ser ele quem está com a faca e que em determinado momento vai enfiá-la nas costas em um ato de traição o faz fechar os olhos e se abrigar mais nos braços do pai de seu filho-Eu sei, é por isso que te amo- Ele sussurra baixinho, inalando suavemente o aroma viril que emana do Alfa
[...]
Robby acaricia os cabelos cacheados de seu filho enquanto mostra a ele um desenho da família.
Ele pensa na bela percepção que seu filho tem da família que eles têm e fará de tudo para que seu filho tenha essa imagem pelo maior tempo possível, está é uma promessa que ele está disposto a cumpri-la.
- Papai, algum dia serei como você?
-Em que sentido você diz isso meu amor? Como empresário ou o outro?
- O outro pai -Os olhos doces de Terry olham para ele com sua inocência e ele sorri
- Sim meu amor, você ainda está ausente, mas você será melhor do que eu- Ele diz quase como se tivesse certeza de que isso aconteceria
Eles se permitem ter essa conversa porque Miguel está tomando banho.
Quando Miguel sai de pijama, visita o quarto do filho e senta na beira da cama vendo seus amores
-Vamos pedir pizza?- Pergunta tirando o telefone da calça de algodão
- Sim! -Terry grita feliz vendo seus pais sorrirem, Miguel mais que Robby
Naquela noite, Robert Keene prefere ser pai de família e se concentrar neles.
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Identidades- Kiaz/Robbyguel (Concluído)
FanfictionRobby tem duas identidades, um marido quase perfeito, vida perfeita, pai amoroso, que não precisa de nada... E depois há a outra identidade, com mãos ensanguentadas e alma podre. Ele é capaz de manter o equilíbrio entre as duas vidas?