Descobertas

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— Sarah, está tudo pronto com os fotógrafos?

— Sim. Gilberto, ordene que comece a música de entrada dos padrinhos.

— Entendido! Vai começar em três, dois, um…

A música Photograph, de Ed Sheeran, começou a tocar. Escolhida a dedo pelos noivos. E assim que a porta se abriu, os olhos esverdeados se arregalaram com o que via. Sarah abaixou a câmera e a fitou. E como se seus olhos fossem ímãs, as orbes castanhas se esbarraram com as verdes.

Sarah a via. E a reconhecia.
Era aquela mesma mulher de ontem e de hoje de manhã, que acabava de entrar pela porta.

Ela estava deslumbrante. E mais que isso… Agora tudo fazia sentido.

Horas antes…

Sarah desceu a escadaria rapidamente.
O relógio marcava sete e meia. Mas, obviamente, isso excedia todo o seu cronograma do dia. E toda a sua preocupação tinha nome e horário.

Casamento da Camila, às 16h.

— Oi… Pode preparar um sanduíche caprichado hoje?

— Oi, dona Sarah. Posso sim. Café?

— Puro. — Retrucou rapidamente, fazendo a atendente sorrir — Por favor.

— Sim, senhora. Por que não se acomoda um pouco? Acho que será bom ter uma conversa com a moça ali. — Apontou para uma mesa ocupada aos fundos — Ela está esperando a senhora.

Sarah tentou vê-la, mas sem sucesso, uma vez que estava de costas.

— Disse quem era?

A atendente negou.

— Ela disse que a senhora saberia exatamente quem ela é.

— Uma mulher misteriosa?— Sarah riu, mas sua mente deu um estalo de consciência e logo ela se tocou no que havia falado — A mulher misteriosa? — Repetiu séria.

Sentiu um frio intenso em seu ventre e involuntariamente suas mãos começaram a soar. A ideia de ter aqueles olhos castanhos para si, o perfume adocicado e o sorriso doce perto novamente, era demais para aquelas horas iniciais da manhã.

— Boa sorte! — A atendente sorriu, dando as costas para Sarah que se viu completamente sozinha.

A loira arrumou o boné preto na própria cabeça e respirou fundo, reunindo um pouco de coragem.

Por que ela queria vê-la? E mais. Como Sarah iria agir tão próxima a ela outra vez?

“Tudo bem. Não é bem o fim do mundo! Ela só quer devolver a minha camisa.” Sarah pensava consigo mesma. “E outra… Nem nos conhecemos. Não dá pra desenvolver algo assim.”

Respirando fundo e com a própria consciência fervendo a partir daqueles pensamentos mais que intrusivos, a loira marchou até a mulher que lhe aguardava pacientemente.

Soube que queria me ver. — Sarah falou próximo ao seu ouvido — Algo importante?

De imediato, o perfume adentrou em suas narinas. Era instantâneo como em pouco tempo, aquele cheiro tornou-se mais que conhecido. Tornou-se algo impregnado em sua mente, difícil de largar ou sair.

E em uma resposta rápida dos seus instintos, a loira inspirou o cheiro da morena. Era doce e Sarah poderia jurar que era importado.

Sarah…

A mulher misteriosa virou-se um pouco e sorriu ao encontrar seus olhos. Percorreu com as orbes castanhas a posição que Sarah estava. Próxima de si, com ambos braços apoiados sob a mesa, impedindo que ela saísse ou fizesse alguma mínima movimentação. A morena poderia julgar uma atitude ousada e pedir que esta saísse, isto é, se ela não tivesse gostado.

Say Yes For Me | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora