— Não. — Rodrigo repetiu convicto.
Uma série de reações surpresas seguidas de "o quê?" foi audível na Igreja. Carlos e André levantaram-se juntos dos bancos, encarando aquela cena que parecia tão inacreditável quanto um sonho. Juliette o encarava perplexa. E não somente ela, Bianca, Roberta, Viviane e Sarah partilhavam do mesmo. Pareciam não acreditar no que ouviam.
Rodrigo disse NÃO?
Antes que Juliette o dissesse?— Não. Eu não aceito me casar com Juliette. — Ele soltou sua mão levemente — Sinto muito, Ju. Seja feliz com a Sarah!
De repente, em um solavanco, a porta foi aberta bruscamente.
Os olhos foram atraídos para lá. Gilberto entrava com o mesmo terno púrpura que Rodrigo adoraria estar usando naquele casamento. Entrava com lágrimas nos olhos e visivelmente nervoso.— Como assim não, Rodrigo Stival? — Seu pai falou alto e autoritário — Enlouqueceu?
— Acho que vou desmaiar... — Josivânia caiu para trás, sendo rapidamente acolhida por sua família que estava próxima.
— Rodrigo, você, eu... — Juliette tocou em seu braço.
— Eu preciso fazer isso. — O homem tocou em sua mão, tirando-a dali. — Por favor, vá agora para os braços de sua verdadeira noiva.
Rodrigo tomou o microfone das mãos do sacerdote, que seguia tão perplexo como os outros, sem conseguir fazer nenhuma objeção naquele instante.
— Ju. — Sarah chamou baixo, mas o suficiente para que ela ouvisse e olhasse para trás.
A morena aceitou a mão estendida da loira e rapidamente desceu do altar, se aconchegando em seus braços, sem ao menos pensar no que fazia.
— Bom! Muito bem. Eu não vou me casar e a Juliette também não. Digo, eu não vou me casar com Juliette. — Rodrigo iniciou em seu tom sarcástico — E vocês devem estar se perguntando: por que não, Rodrigo? A resposta é muitíssimo simples. Eu sou gay.
Um coro de "hã?" foi audível novamente. André caíra sentado no banco da Igreja e nada se dizia de Josivânia que desmaiou novamente.
— É isso aí. Eu sou gay! E toda a minha família sabe disso e eu decidi que não vou mais me submeter e nem mesmo submeter a Juliette a uma situação dessas em prol do sobrenome Stival que nem é tão interessante assim. — Pontuou, arrancando um riso de Juliette.
— Isso é impossível! — André gritou, levantando-se — Você. Não. É. Gay.
— Ah, não? — Indagou irônico, descendo do altar — Pois, tudo bem.
Rodrigo foi em direção a Gilberto que seguia estático no centro da Igreja. O homem tinha suas pupilas dilatadas e o queixo trêmulo. Queria fugir, mas sequer conseguia mover os pés.
— Eu... Posso? — Indagou baixo, recebendo um aceno trêmulo do homem — Esse é o meu noivo, Gilberto. Aquela ali, abraçada à minha melhor amiga, é a noiva da Juliette. Não acreditam? Então, vamos sanar isso.
Sem pensar duas vezes, o homem uniu os lábios ao de Gilberto e segurou seu rosto. A resistência foi clara e isso o fez recuar. Mas, quando olharam nos olhos um do outro, foi a vez de Gilberto tomá-lo em um beijo apaixonado.
— Juliette, você... Não... — Carlos se aproximou, mas ambas se esquivaram — Então...
— Papa, eu posso-...
— Carlos! — Adélia chamou, segurando em seu braço — Por favor.
— Você sabia disso? — Alterou seu tom de voz, olhando para a própria mulher.
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Say Yes For Me | Sariette
FanfictionUma agente de casamentos e uma mulher misteriosa que se esbarram por acaso numa cafeteria no centro da cidade de Pittsburgh. Tudo estava fluindo bem, mas o que elas não esperavam era serem jogadas em uma verdadeira bola de neve que mudaria para semp...