A desilusão do sentir

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A porta ao abrir-se
já não me causa
nenhuma admiração.
Tudo o que existe
e os sentimentos
já traspassaram meu coração.

Sou agora, apenas,
um expectante
indiferente ao seu ofício
que busca no vislumbre
de praças distantes
um viver sem sacrifícios.

Um transeunte no vento
da vida e a passagem
do tempo revelam-me:
eu sou uma miragem.

O que digo que sou,
não sei concerteza,
pois a  vida muda -
tal qual a beleza.

E a porta ao fechar-se
no produzir de um som
que me é familiar
lembram-me o meu peito
se afogando e arfando
por falta de ar.

Por sentir com profundidade
num deserto
de sentimentos;
por ser proficuidade
num mar
de esgotamentos.

Sentimentos.

Sentir...

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