Algumas vezes,
perdido
na contemplação
do azul do céu,
de um azul sem mágoa,
sou como um náufrago:
sem embarcação,
naquela sensação
de que tudo
é água.À deriva
pouso
meu olhar soturno
na ideia fixa
e angustiada
de que sou soprar
de um ar noturno
naquela sensação
de que tudo
é nada.Deslumbrado
assim
com minha existência
e despojado
de tudo que vou,
volto para casa
sem nenhuma essência:
a sensação
de que tudo
voou.Grito, então,
ao céu
que me revele
e aos oceanos -
por onde estou -
qual será a força
que me impele?
E a identidade
de ser
quem sou?
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Hospedaria de Abstrações
PoetryUma coleção de poemas e versos, escritos pelo autor ao longo de vários anos, que abordam temas como: sentimentos de não-pertencimento, aspirações existenciais, a decadência da existência, do amor e da própria noção de si, enaltecendo a escrita poéti...