Vai à barraca, caída em seu mundo
longe de todos, perto do fundo,
longe de tudo - longe, infecundo -
em que se vive a morrer neste longo segundo.Abre a porta em um longo segundo.
Vê se há alguém a jazer moribundo.
Entra na sala de móveis imundos
e tira o chapéu - considera profundo.Cumprimenta-lhe então num gesto profundo.
Senta-te à mesa num ato redundo
e pergunta-lhe da dor - meditabundo.Espera a resposta - meditabundo -
e ao ouvires - com um respiro iracundo -
arrepende-te de teres vindo ao mundo.Manaus, 2017
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Hospedaria de Abstrações
PoesiaUma coleção de poemas e versos, escritos pelo autor ao longo de vários anos, que abordam temas como: sentimentos de não-pertencimento, aspirações existenciais, a decadência da existência, do amor e da própria noção de si, enaltecendo a escrita poéti...