Canto de despedida

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Meus olhos, meu Deus
estão cheios de adeus
por não ter mais nos meus
dias efêmeros
amores plebeus,
nem cetros excêntricos.

Esta vida fugaz
não respeita idades.
É sutil, pertinaz...
oportunidades
que encontram alguns tais,
mas outros, jamais.

O telefone tocando.
Será alguém me chamando -
se preocupando -
de minha introspecção?
Não! É só o relógio marcando
minha desilusão.

Meu caderno ainda possui
algumas folhas vazias
e em outras só flui
algumas fatias
de um indagar que conclui:
por que ainda não fui?

Onde está a amizade? Foi-se?
E o amor de verdade? Houve?
Meu coração solitário, dou-te.
Tenho medo de ter
pesadelos à noite
ao adormecer.

...

O aceno de mão
que de longe se vê
e que dói como não
poder mais viver,
não é um "até mais ver".
É só um agradecer.

Agosto, 2016

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