Clima.

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Ficamos bastante tempo no lugar da batalha, até restar poucas pessoas além do nosso grupo.

- Ae família, vou indo já. - disse Brennuz se despedindo do povo. - Você vem? - falou ele se voltando para mim.

- Vou sim. Tchau pessoal. - me despedi de todo mundo e troquei meu número com algumas pessoas.

- Chamei um uber pra nós já. - disse Breno colocando seu braço envolta dos meus ombros e me guiando pra esquina.

- Uh, qual o nome dele? - perguntei animada. Era meu passatempo favorito zoar o nome dos motoristas do uber.

- Newton. - respondeu e eu ri baixo.

- Pelo menos esse tem noção da gravidade. - falei segurando o riso. Ele me olhou com as sobrancelhas franzidas e deu um sorriso de provocação.

- Que piada de nerd da porra. - riu.

- Desculpaa. Não resisti. - respondi rindo. - Só espero que ele não queira testar a lei da inércia. - olhei pra ele com cara de paisagem e ele balançou a cabeça.

- To quase te abandonando aqui.

Quando chegamos no prédio, paramos novamente no corredor na frente das nossas portas.

- Consegui terminar de arrumar meu apartamento hoje. Quer ver? - ofereci, mas logo me arrependi. Não quero que ele pense que eu to querendo apressar as coisas.

- Claro. Mostra ae. - ok, pelo menos ele não recusou.

Destranquei a porta, ascendi as luzes e dei espaço para ele entrar. Ele passou os olhos pela casa e parou em frente aos desenhos que eu havia pendurado.

- Você que fez?

- Foi sim. Precisava enfeitar a casa com algo meu.

- O que mais você sabe fazer que eu não sei em? - disse ele rindo.

- Ah eu canto um pouquinho também e toco um violão. - respondi tímida.

- Agora vai ter que cantar pra mim. - respondeu se aproximando.

- Você já tá me devendo uma pela bandana e ainda quer me cobrar é? - provoquei.

- Isso aí já é culpa do Schuler. - disse ele rindo baixo.

- Mas ele não tá aqui agora né. - me aproximei.

Estávamos a apenas alguns centímetros de distância. Brennuz sorriu e colocou sua mão no meu rosto, levantando meu queixo para mais perto de sua boca, até que finalmente quebrou o espaço que havia entre a gente.
O beijo foi profundo e se encaixou perfeitamente, parecia que estávamos esperando por isso há muito tempo.
Ele colocou sua outra mão na minha cintura e a apertou de leve, me puxando para mais perto dele.

Até que seu celular tocou, interrompendo o momento. Ele se afastou sem pressa, sorrindo de leve e atendeu o celular.

- Falae, Mikezin. Qual foi? Namoral mesmo? Ahhh cara, fodaa. - disse ele sorrindo e andando de um lado para o outro. - Blz irmão, tamo junto. - desligou o celular.

- Tudo bem? - perguntei sorrindo.

- Vice City bateu 1 milhão. - respondeu sorrindo.

- Ahh, parabéns. - respondi animada abraçando ele. - Você merece muito.

- Valeu, ruiva. - disse sorrindo e olhando no fundo dos meus olhos. - Vou ir lá pra casa do Mikezin agora, vamos virar a noite comemorando.

- Beleza. Vê se fica vivo até amanhã. - ri.

Ele se despediu de mim com um beijo na bochecha, um sorriso de canto e saiu.

Fechei a porta e sorri boba. Não acredito que a gente se beijou.
Coloquei uma música e saí dançando pela casa enquanto trocava de roupa, até que meu celular apitou com umas mensagens. Era de um grupo com os Mc's todos do nosso grupinho.

Estava geral falando da batalha e parabenizando o Brennuz pela música ter batido 1 milhão. Entrei na conversa e ficamos batendo papo por uns minutos.

Na conversa falaram que ia rolar uma batalha amanhã, e como eu tava precisando de dinheiro não custava nada tentar né? Então já entrei em contato com os organizadores para colocar meu nome lá, amanhã eles me responderiam, já que estava tarde.

Tirei a roupa que estava usando e coloquei uma camiseta larga por cima, estava bem cansada, mas feliz. Então só deitei e dormi bem rápido, para a minha surpresa.

No dia seguinte acordei com alguém batendo na porta. Olhei meu celular e já era 12:40 da tarde. Levantei meio zonza e fui abrir a porta.

- Bom dia, ruiva. Trouxe um negócio que acho que você.... - disse Brennuz já entrando no meu apartamento, mas travou subitamente, me olhou de cima a baixo corado e desviou o olhar rapidamente.

Que merda, eu tinha esquecido totalmente que não estava usando calças. Corei na hora e pedi licença.
Voltei para o meu quarto e coloquei um short rapidamente.

- Éh, bom dia. Desculpa... eu... - ele me interrompeu sorrindo sem graça.

- Não, tá tudo bem. Relaxa. Trouxe umas coisas típicas daqui de SP que aposto que não tem igual no Rio. - disse levantando as sacolas que segurava.

- Espero que não tenha nenhum cachorro quente com purê aí. Isso eu nunca vou aceitar. - disse segurando o riso e o provocando.

Ele revirou os olhos e tirou as coisas da sacola, colocando-as encima da mesinha e me explicando o que era cada uma.

- Assim, só esse biscoito aqui que parece uma imitação fajuta de uma marca que tem lá no Rio, que a propósito, é muito melhor.

- Ah duvido que seja. E é bolacha. - disse ele provocando.

- Acho melhor não entrar nesse assunto, não vai dar bom. - respondi rindo.

- Vai na batalha de hoje? - perguntei.

- Vou sim. Vou batalhar hoje inclusive. Você vai?

- Vou batalhar também, acabei de confirmar. Mas relaxa, que se cairmos para batalhar um contra o outro vou pegar leve com você. - disse dando tapinhas no ombro dele, que, por sua vez, arqueou a sobrancelha.

- Vamo apostar então, quem vencer tem direito a um desafio. - disse ele com um sorriso de canto.

- Uh, se eu fosse você não faria isso. Eu pego pesado nos desafios. - respondi com um tom zombeteiro.

- Acho que vou ter que pagar pra ver. Mas de toda forma, eu que vou ganhar, então já vai se preparando, ruivinha. - provovou.

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Notas da autora:

Eai gente. Desculpa a demora pra postar, tive um fim de semana agitado. Teve uma batalha de rima na minha cidade e eu não pude deixar de ir, inclusive, foi muito foda.

Qualquer crítica ou sugestão, fiquem a vontade, espero que estejam gostando.

Bjus

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