7.1- Iniciação...

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16:30h
Vi decidiu passar logo na pizzaria, no estacionamento fiquei para fumar, Vi entrou para fazer o pedido, em alguns minutos minha mente se prendeu a marca que sumiu do meu pescoço, depois em Andrew estar sendo observado, caçadores estariam chegando em Arcádia...
Saí do estacionamento, bem na porta de entrada esbarrei em um homem que usava um sobretudo com capuz, ele ficou parado eu toquei seu braço me desculpando:
— Nossa! Perdão... eu sou um desastre.
— Sem problemas! Tenha um bom dia.
Eu não consegui ver o rosto, entrei sem jeito e Vi estava rindo.
— Como você não viu aquele cara?
— Sei lá...fez o pedido?
— Sim, vai sair Jajá.
Esperamos o pedido sair, pagamos, escutamos músicas da época da escola, chegando na frente de casa, Vi parou o carro e ficou de boca aberta ao ver o portão, me encarou e disse:
— HONEY É REAL!
— Eu disse...
Em casa, sentadas no chão da sala Vi me revelou muitas coisas quando discutimos.
— Honey você entende agora?
— Claro, o que me fez tentar o suicídio foi me enxergar como um peso para vocês.
— Mas agora você tá livre do embuste e agora tem um vamp como peguete...
— Ai Vi você me mata...
Começamos a comer a pizza com uma Pepsi, Ygor abriu a porta e Vi fica de pé em pose de luta e ele fica rindo, ela senta de novo e questiona:
— Como diabos você tem as chaves?
— Eu fiz cópias para ele caso acontecesse algo enquanto eu estava com o Marcus.
— Ah...quando aquele lixo tava te perseguindo.
— Sim...
Ygor colocou na mesinha de centro um pacote de Fini e barras de Alpino, comemos, conversamos.
— Nossa... olhei tudo isso aqui e lembrei de uma coisa...-Ygor.
— Eu sei o que é.-falei.
— Nossas reuniões após a aula.-Vi.
Meu celular tocou, era Andrew.
— Oi...
— Acabei de chegar, você está bem?
— Que bom, estou bem, mas ficarei melhor quando você voltar.
— Relaxa, logo logo estou aí, fica bem tá gata.
— Tá bom, vou te esperar.
— Beleza, vou desligar, beijos.
— Beijo.
Eles ficaram me olhando eu aproveitei e peguei meu notebook no quarto e mostrei meus textos do Tumblr, os dois baixaram em seu celular para acompanhar minhas postagens, Vi me olhou e disse:
— Já pensou nossa história em forma de livro ou filme?
— O quê?-falei.
— É Serena, deveria escrever, você é muito boa nisso desde a escola.
— Só você mesmo Vi.
Depois de comer Ygor disse que voltaria para o CAFÉ e Vi disse que o acompanharia, nos despedimos e marcamos de dar uma volta a noite.
Andrew me ligou novamente, pediu para que tomasse cuidado ao sair a noite, fui tomar banho, no espelho procuro a marca em meu pescoço e ela realmente desapareceu, enquanto escolho minha roupa no notebook recebi uma notificação.
Um texto foi salvo e tenho uma mensagem na caixa de entrada, é de um perfil novo, sem conteúdo nomeado ANONIMUM000.
MENSAGEM:
Se liberta dele ainda dá tempo...

De início levo na esportiva para imaginar que seja uma interação comum, ignoro a mensagem e continuo a me arrumar, espero Vi entrar em contato, após algumas horas Vi me ligou dizendo que não sairia por conta do trabalho amanhã na livraria, inclusive eu iria auxiliar ela, como eu já estava arrumada pedi um Uber e fui até uma boate próxima ao centro.
22:00H
PRESA RARA

A música alta, a boate toda iluminada em vermelho, fui até o balcão e pedi uma gin tônica, o atendente tinha um olhar tão vivo com as lentes vermelhas.
— Estou te vendo hoje aqui ou já frequenta a casa?
— Primeira vez.
— Por conta da casa essa.
— Obrigada...seu nome é?
— Theo.
Quando eu ia falar meu nome, surge do meu lado a garota loira.
— Ora ora a vadiazinha tá só?
— Você tem algum problema garota?
— Como é que é sua puta?
Ela agarrou meu braço, os olhos dela vermelhos, eram vampiros, meu coração disparou, o bar man afasta ela e diz:
— Ágata vai dar uma volta!
— Vai se fuder Theo!
— Por que não diz isso ao Thomas...
— Filho da puta! Tá olhando o que sua puta!
— Ágata sai!
Fiquei sem entender, a garota arregalou os olhos e saiu, senti um arrepio, quando virei, dei de cara com um homem alto de aparência jovem, ele sorriu e disse:
— Perdão pelo comportamento da Ágata, sofre por rejeição...
— Tá tudo bem... Só não entendo o porquê desse ódio.
— Como se chama minha jovem?
— Serena.
— Ah... então temos uma presença ilustre.
— Como assim?
— Bem, eu me chamo Thomas Dalick, me concede uma conversa?
— Pode ser...
Fomos para o lado mais calmo da boate, ele sentou de frente pra mim, me olhou e tomou um gole de uma bebida vermelha.
— Então Serena, sabe o que está acontecendo aqui?
— Parece uma festa temática, não é?
— Vamos lá você é mais inteligente que isso...
— Faz melhor então, me fala de uma vez.
— Tá bom, é uma noite de caça.
— Calma... Você quer dizer...
— Vampiros Serena e sobre o assunto você entende agora.
Meu coração dispara e eu fico de pé tentando demonstrar resistência, lembrando de tudo que Andrew me disse, Thomas ri e diz:
— Se vai entrar nesse mundo é melhor saber de tudo.
Tentando sair da conversa e resolvo fingir não acreditar.
— Tudo o que? Por que tá todo mundo falando nessa coisa de vampiro?
— Ué você está com um agora!
— Você?
— Estou falando do Andrew, mas sim eu também sou, o Theo e todos que estão aqui presentes.
— Então hoje vou ser a presa de vocês?
— Não, se acalma...
— E como conhece o Andrew?
— Ele é meu aliado, preste atenção...
Ele fazia uma ligação e Andrew atende, Thomas põe no viva voz:
— Fala Thomas o que tá pegando?
— Andrew tem falado com ela?
— Serena?
— Óbvio...
— Falei agora a noite, por que?Ela tá em perigo?
— Calma...Ela está aqui comigo na boate?
— O que...?
— Não se preocupe ela já vai pra casa.
— Tô indo aí agora!
— Não ouse sair do esconderijo é uma ordem!
— Foda-se! Se eu chegar aí e ela não estiver você vai ver!
Desligou, eu estava preocupada, e no desespero falei:
— Se estão vindo caçadores pra Arcádia ele tá correndo risco!
— Já sabe dos caçadores então?
— Ai... Sei e não sei, tá tudo tão confuso...
Theo trouxe uma água e Thomas agradeceu.
— Serena vejo que tudo é muito novo para você, mas já sabe de muita coisa.
— Eu não tô com cabeça pra isso, tô preocupada com ele agora.
— Não se preocupa, o esconderijo é aqui perto ele já vem.
— Espero mesmo...
Bebi a água, olhei a hora e marcava meia noite, Andrew chegou gritando meu nome, Thomas recebeu ele e o trouxe até o local que eu esperava.
Ele estava com uma cara de irritado, me encarou e me abraçou com força.
— Eu deveria te dar uma bronca.
— Desculpa eu não sabia...
— Vou te levar pra casa.
Thomas se despede e nos acompanha até a porta, Andrew me dá a jaqueta dele, montei na moto e ele disse:
— Thomas manda cobertura, eu vou conversar com essa mocinha.
— Eliot vai logo atrás, está armando?
— Tô mas um reforço ajuda.
— Pode deixar, até outro dia Serena.
Acenei me despedindo, Andrew disse para segurar firme nele, saiu em uma velocidade absurda, eu estava amando a adrenalina, o amigo dele Eliot estava bem atrás, chegando em casa Andrew pediu para guardar a moto por uns minutos, ouvi Eliot dizer que esperaria próximo ao bosque e saiu.
Dentro de casa ele me abraçou por trás e beijava meu pescoço.
— Você tá estranha...
— Lembra quando perguntei se você conhecia todos os vampiros?
— Sim, o que tem?
— Aquela vampira loira Ágata ela tem um ódio inexplicável de mim.
— É?
— Antes de te conhecer ela me viu e me chamou de vadia.
— Relaxa, vou falar com o Thomas depois.
— Por que veio atrás de mim, você é louco...
— Eu não vou te deixar no meio de gente faminta.
Percebi que o olhar dele estava apagado, eu me aproximei e beijei ele, saindo do beijo ele desceu sua boca até o meu pescoço e depois se afastou pedindo um cigarro. Joguei meu cabelo pra trás falando:
— Aqui está...
— Eu pedi um cigarro.
— Eu tô te oferecendo meu sangue.
— Serena...
— Faz isso por favor.
— Não.
Me aproximei dele, meu corpo se aqueceu de um jeito, de forma instantânea Andrew pulou em cima de mim e se alimenta, dessa vez a dor era suportável, eu sentia meu sangue fluir para sua boca, meu coração começou a disparou, eu estava em um transe, ele me segura mais forte e depois me afastou de seu corpo, peguei um lenço para estancar um pouco do sangue que escorria, olhei para ele e vi seus olhos tão vermelhos, os dentes estavam visíveis, baixou a cabeça, olhava para o nada, puxei ele e o beijei, segurou minha cintura dizendo:
— Nunca mais faça isso Serena.
— Por que?
— É perigoso.
— Tá na hora de você entender que estou nessa contigo.
— Ainda não, tem muita coisa envolvida.
— Então me fala...
— Não posso, eu preciso ir agora.
— Tudo bem.
— Promete que vai se cuidar?
— Prometo.
— Até depois.
Ele me beijou e deu um abraço forte, acompanhei ele até a porta, peguei o celular e vi que estava muito tarde, eu precisava dormir, limpei meu pescoço e coloquei um curativo, me deitei e com uns minutos adormeci. Um sonho se constrói, um cheiro de rosas tão forte inebriante, a vista revela o lugar, é a livraria, um estante se destaca, lá uma serpente verde envolve um livro, logo depois já distante sinto algo em minha mão, um papel dobrado, abri e lá dizia:
“A partir de hoje toda rosa representa uma fase, e suas pétalas são as vezes que sangrou...”
Tudo ficou branco, o cheiro de rosas ainda continua forte, depois tudo se escureceu.

Segunda feira 6:40h
Acordei com a ligação de Vi, ela chegou assim que terminei de me arrumar, ela apareceu, me deu um abraço e sua cara dizia tudo:
— Dia vermelho?
— SIIIIIM ESSE INFERNO, TÔ COM UMA TPM HORRENDA, FORA O CHEFE QUE ESTÁ COMENDO MEU RIM POR CONTA DO ANFITRIÃO...
— Respira, sabe como é, se ficar assim vai piorar.
— É verdade... toma as chaves você dirige.
Ela jogou as chaves e eu disse pegando sem jeito:
— Vi faz um século que eu não dirijo...
— Quem tá no drama sou eu... agora vamos que ainda quero tomar um café no moz...
Ela tapou a boca e arregalou os olhos e depois fez o gesto de zíper na boca.
— Você ia dizer o que VIVIAN?
— Moço do café...
— Você ia dizer MOZÃO... AAAAAAI QUE FOFINHO!
— Puta! Eu tô de TPM dá pra você pegar leve comigo?
— Parei, parei...
Ela cruzou os braços e fez bico, eu ri de canto e fomos até o CAFÉ, cumprimentamos Ygor, ela correu para abraçar ele, Ygor fica sem entender e eu disse por gestos, que estava na TPM, ele abraçou ela e disse:
— O que acha de mais tarde a gente almoçar fora?
— Pode ser... bem nós temos que ir.
— Tudo bem, aqui está o café de vocês.
— Obrigada...
Saímos e fomos para a livraria, um carro preto já estava estacionado bem a frente dela.
Abrimos, eu fui organizar as estantes, após alguns minutos, a porta se abre e Vi levanta para receber o visitante, eu estou um pouco longe limpando a estante que vai ficar os livros.
— Bom dia Vivian!
— Bom dia, já estamos separando a estante de lançamentos, deixaremos aqui mesmo em frente, coloquei a estante próxima ao caixa, ele era alto, olhos claros, cabelo loiro, uma postura firme, me olhou e acenou com a cabeça e continua:
— Bem, eu preciso que coloque a descrição de autoria em meu nome.
— Claro, me passa seus dados?
— Marvin Bernic, anfitrião da Ordem.
— Vamos por em uma categoria específica?
— Numerologia subliminar.
— Se enquadra bem em fatos reais.
— Pode ser, você pode escolher o que for melhor.
— Prontinho, Serena irá buscar os livros com o senhor.
— Tudo bem.
Ele abriu a porta para eu passar, do lado de fora haviam dois rapazes de capuz ninja, lembrei da festa que fomos...
Um dos rapazes abriu a mala do carro e quando peguei a primeira remessa Marvin diz:
— Serena... É um belo nome...
— Obrigada senhor Bernic.
— Pode me chamar de Marvin.
— Como quiser, são apenas esses ou temos mais?
— Tem uma caixa aqui, mas eu levo.
— Não precisa, pode pegar eu levo junto.
— Eu faço questão querida.
Veio com a caixa, Vi piscou pra mim, fui direto para a estante, o livro era bem chamativo, quando voltei para organizar os livros ele já tinha ido embora.
Vi estava catalogando os livros e diz:
— Ainda bem que já foi...ainda bem que puxou assunto com você.
Organizamos tudo, atendemos, fomos para o CAFÉ, Vi sentou na mesa da frente e disse a Ygor:
— Vamos almoçar aqui mesmo.
— Tudo bem.
Uma moto preta parou bem na frente do CAFÉ, quando tirou o capacete eu reconheci, era Eliot...
— Você conhece?
— Sei quem é...
Ele fez sinal para eu ir lá fora e Vi segura meu pulso dizendo:
— Você não vai!
— Relaxa Vi.
Levantei e saí, Ygor e Vi ficaram olhando pelo vidro, Eliot me encara e me ofereceu um cigarro, eu aceitei.
— Ele mandou agradecer por ontem.
— Tudo bem...
— Thomas quer que eu fique de guarda, por ordens supremas.
— Não precisa.
— Precisa sim Serena, você ainda vai entender um dia.
— Tanto mistério...
— Ah... quase esqueci , Andrew mandou isso para você.
Ele tira de dentro da jaqueta uma rosa vermelha, eu me espantei e Eliot diz:
— Pega rápido, acho que tem caçadores vindo, não podemos ser vistos juntos.
Segurei a rosa firme e Eliot saiu às pressas.
Ao entrar percebi que era o mesmo cheiro do sonho, Vi estava de boca aberta e diz:
— Outro boy?
— Não, Andrew me mandou a rosa.
— Ai que lindo...
Naquele momento eu entendi que minha ligação nisso tudo é grande e o sonho foi um aviso importante



1- Sua MarcaOnde histórias criam vida. Descubra agora