Sexta-feira
8:00h
Ele usava sua força de uma forma prazerosa, suas costas foram marcadas por minhas unhas, quando fui morder o pescoço dele fui surpreendida por ele segurar meu pescoço, seus olhos estavam firmes nos meus.Eu não entendia nada, até que ele se sentou na cama e disse:
— Serena... Eu...
— Você é comprometido?
— Estou em uma situação complicada.
— Entendo.
— Sério?
— Sim, pode ficar tranquilo.
— Você quer um cigarro?
— Aceito...
— Vou buscar.
Eu estava desapontada, me sentindo confusa, porém ao mesmo tempo realizada. Ele apareceu na porta do quarto, eu comecei a me vestir, ele ficou sério e saiu andando para a sala recolhendo a roupa e eu fui atrás dele.
— Aonde pensa que vai?
— Você se vestiu, acho que te fiz mal, não deveria ter me metido nisso...
— Ei, vai com calma, você ao menos sabe algo sobre mim?
— Pensei que não tivesse problema sabe... Você tava me convencendo.
— Porque tá escrito VADIA no meu portão?Andrew eu não estou expulsando você.
Passei por ele e peguei um cigarro e fui para o pátio de casa, ele apareceu vestindo a cueca e ficou calado me olhando, acendeu um cigarro e disse:
— Então não fica agindo como se estivesse iludida, sempre quebro a cara com as pessoas...
— Eu apenas não esperava ouvir isso, se tivesse dito antes eu também não estaria me importando, eu encontro você no hospital e te trago para minha casa.
— E?
— Você tem a cara que arrasta essas filhinhas de papai e acha que eu sou uma delas.
— Tá bom, foi mal, e aí vai querer ficar de papinho ou vai curtir a noite?
— Vamos curtir, estou precisando de mais um pouco de você.
— Pensei... Vem aqui.
Andrew estava me deixando melhor, seu jeito de ser, tivemos três horas de sexo, estamos exaustos, colocamos um filme e fiquei deitada por cima dele no sofá, ele me contou o motivo de ter matado o cara, confesso que me senti assustada, mas ele supera qualquer situação que eu passei.Durante a manhã ele ficou comigo, do nada o telefone tocou e ele precisou ir embora disse que voltava pela tarde, bem na hora peguei meu caderno e escrevi um texto. Decidi publicar:
Como te vejo
Não precisei de muito para decifrar você, seu jeito me disse muito mais do que havia me dito. Um cara cheio de mistérios com um sorriso cheio de malícia, então enxerguei sua verdadeira face, um ser frio, porém protetor, um vampiro.
Não um vampiro qualquer, mas aquele que fez da minha energia seu alimento, no beijo seus dentes mutilavam a minha boca, tirando sangue, o ar puxado de minha garganta carregava minha energia vital que passava para sua boca como a fumaça de um cigarro.
Assim que te reencontrei me senti alegre, era como se minha visão estivesse nítida, seu sorriso tira minha concentração e eu me perco em poucas palavras fazendo você achar graça, era difícil falar algo com você encarando meu jeito atrapalhado.
Já havia encontrado muitos da sua raça, porém nenhum deles foi forte suficiente para me prender com um simples olhar.
Eu precisava respirar e você parecia dominar tudo sem mover um dedo, então decidi me entregar aos teus poderes. Em minha casa estávamos na sala...
“Vampiro”.O texto acima é um novo artigo que fiz, alguém bateu na porta agora... vou atender meninas beijo até mais tarde.
Abri a porta e vejo Ygor desesperado.
— Ainda bem que você está viva, eu quase enlouqueci sem notícias e quando vou ao hospital você não está mais lá e...
Seguro sua mão e puxo ele para um abraço, ele parece não querer me soltar.
— Eu tô bem agora...
— Serena não faz isso por favor.
— Eu sei...
— Você está diferente.
— Eu estou viva de novo.
Ele parecia confuso, não sabia o que fazer, sorri e pedi para ele esperar na sala, fui tomar banho, assim que terminei saí de toalha e ele ficou com os olhos arregalados e vi seu rosto ficar vermelho, eu sorri e fui me trocar.
Assim que fiquei pronta sentei no sofá, ele ainda parecia envergonhado, segurei sua mão e falei:
— Bem, preciso de um copo daquele café que só você sabe preparar.
— Vamos então...
— Você está nervoso?
— Bem eu nunca te vi assim sabe...
— Assim como?
— Parece que está se tornando outra Serena.
— Quem sabe...
— Vamos?
— Sim.
Tranquei a casa, no carro ele me olhou várias vezes e percebeu uma marca no meu pescoço, eu joguei o cabelo por cima.
— Ygor...
— Oi...
— Por que não tenta conhecer uma garota, tem tantas meninas que frequentam o Café.
— Você ainda não entende.
— E porque não me faz entender?
Ele parou o carro e me olhou sério.
— Você...
— Ygor já falei, eu sou um problema.
— Tem noção com fiquei?
— Sei, mas eu estou aqui agora.
— Mas não está comigo... A Vi só fala que sou sexy e não toma uma atitude.
— Espera você gostaria de pegar nós duas?
— Ai Deus... Não, bem vamos pro café...
Ao chegar ele fala para o atendente trazer dois trufados de menta, fomos até a parte de cima do estacionamento onde fica a sala dele, vários livros, CDs, fico encantada ele disse que eu poderia ficar a vontade, sentei em um sofá vinho perto das estantes cheias de livros, ele apareceu e sentou ao meu lado.
— Serena eu sinto que estou muito confuso.
— Com o que?
— Olha sei que acabou de sair da fase mais tensa da sua vida.
— Sim...
— Bem, ontem assim que saí da sua casa e deixei você dormindo... Do nada você é encontrada quase morta...
— Marcus me ligou de madrugada, eu apenas queria deixar de ser um fardo para todos que estavam sempre parando de fazer algo para me socorrer.
— Então... A emergência foi acionada, o Marcus ligou pra lá, ele apareceu aqui que nem um louco e disse que você estava morta em sua casa.
— Mas o Marcus não tinha a chave...
— Pois é, não houve arrombamento.
— E onde ele está?
— Bem apenas disse que ia sair da cidade e sumiu.
Nesse momento eu tinha um mistério dentro da minha história, veio Andrew em minha mente mas desconsiderei.
— Ygor aonde me encontrou?
— Bem você já estava na ambulância e acompanhei, você ficou junto a um cara estranho com as mãos feridas e ele estava fraco e o médico disse baixo mas ouvi que ele havia perdido sangue ou algo do tipo.
— Quando acordei ele estava lá mas foi liberado assim que acordei.
— Marcus agora é um mistério...
— Acha que ele pode ser o assassino?
— Ygor eu não tenho marcas.
— Seu pescoço...
— Isso não é uma mordida.
— Ah...Então, nova fase chegou, literalmente você passou por uma desintoxicação.
Ficamos conversando, vi a hora e resolvi voltar pra casa.
— Quer que eu leve você?
— Não precisa eu vou caminhar um pouco.
— Tá bom, aparece mais aqui.
— Pode deixar, te amo muito Ygor.
— Também te amo.
Saí a caminho de casa, chegando lá eu vejo um carro parado na frente, Luka desceu e me encarou sério.
— Oi Luka.
— Você está bem princesa?
— Agora estou.
— Vadia...
— O QUE?
— Tá escrito no seu portão.
— AH... Foi o meu ex que fez isso.
— Bem acho que esse termo não combina com você.
— É, mas fazer o que?
— Eu vim me despedir.
— Como assim?
— Viagem de trabalho.
— Entendi... Olha obrigada por tudo.
— Me dá um abraço.
No abraço ele me olha e me dá um selinho, ficou calado e diz:
— Se cuida e cuidado com quem você deixa entrar na sua casa.
— Tá bom pode deixar...
— Ei promete uma coisa?
— O que?
— Esquecer a ideia de tirar a própria vida.
— Prometo.
— Isso aí! Até a próxima.
— Até!
Entrei tranquei tudo e fui para o meu quarto, depois lembre da conversa com Ygor.
Levantei e observo que nenhuma porta foi arrombada, está tudo em perfeito estado.
No começo da tarde Andrew me ligou dizendo que estava em frente de casa, abri o portão e ele entrou.
— Te incomodo?
— Não... Estava escrevendo um novo artigo.
— Você leva bem a sério essa coisa de Tumblr né?
— Sim, inclusive tenho um pedido.
— Pode falar.
— Se eu escrevesse sobre você... Teria algum problema?
— Bem... E se eu sugasse você até a morte teria algum problema?
— Continua falando assim e eu ligo pra polícia.
— Liga e prepara um café pra mim?
— Como consegue ser assim?
— Assim como Serena?
— Deixa pra lá , já vi que sua resposta sobre escrever ao seu respeito é um não...
Me sentei no seu colo e ele ficou rindo.
— Pode fazer o que você quiser...Escreva, na sua fantasia eu sou o que mesmo?
— Imagino você como um vampiro.
— Então eu sou o chupador de pescoço?
— É porque eu associei a coisas e comportamentos seus.
— E se eu fosse de verdade um vampiro?
— Isso é ridículo, parece minha amiga Vi falando.
— Você não acredita?
— É IMPOSSÍVEL!
— Tá bom... E você escreveu um texto falando sobre um vampiro e me associa a essa criatura...
— Sim, porque é uma ficção.
— Tudo bem, relaxa, trouxe um combo para a gente comer.
— Ai que bom, mas e sua companheira?
— Muda de assunto pode ser?Automaticamente ele fechou a cara e seu maxilar marcado no rosto.
— Andrew desculpa, mas é sempre assim...sempre com esse mistério.
— É eu percebi, eu não quero fazer com você o que faço com as outras presas.
— Lá vem você com esses enigmas, que presas? Quem realmente é você?
— Aí levanta, eu vou embora.
— Andrew será que não pode ser maduro uma vez?
— PORRA SERENA ACORDA! É UM VAMPIRO QUE TA MATANDO ESSAS PESSOAS, EU SOU UM VOCÊ NÃO ENTENDEU AINDA?
— Que?
Ele me olhou e ali eu fiquei paralisada, os olhos dele estavam tão vermelhos, a respiração estava agitada, ele cerrou os punhos, o maxilar tão travado ele parecia se segurar, me aproximei e ele deu um passo para trás.
— Andrew.
— Sai...
— Como pode ser?
— Serena...eu vou embora, não vou fazer isso com você.
— Deveria...
— Foi você que pediu!
Ele me segurou e avançou no meu pulso, seu dentes eram afiados, fechei os olhos e pude sentir a dor correr como uma descarga elétrica, e com um tempo ele soltou meu braço. Se levantou e foi até a porta,fui atrás dele e disse:
— Por que não fez?
— Não quero que seja mais uma.
— Faço o que você quiser.
Seus olhos brilhavam, se aproximou bastante e disse:
— Você ainda não acredita né?
— Acredito porque estou vendo você assim.
— Qual o seu limite?
— Não sei...
— Bem, vou testar você primeiro.
— Tá bom...
— Preciso de lâminas ou agulhas.
Foi somente isso que ele disse, encontrei umas lâminas e levei até ele, sentado no chão da sala me chamou para acompanhá-lo.
Andrew me contou sobre sua transição, seus bloqueios, traumas tudo sobre a vida de ser realmente um vampiro, e não tem nada a ver com o que se fantasia em filmes, livros e séries.
A tarde passou tão rápido, anoiteceu e ele então começou o teste.
— Você é forte?
— Depende...
— Você consegue me mutilar?
— Consigo.
— Eu poderia fazer no seu braço?
— Pode...
— Seja verdadeira.
Ele realmente sabia o que se passava dentro de mim.
— Não estou preparada, desculpe...
— Não se preocupa com isso, você é muito sensível e vive se desculpando.
— Foi mal...
— Ta vendo... Deixe acontecer.
— Vamos acabar logo com isso.
Ele me encarava e eu comecei a fazer vários cortes em seu braço, ele parecia estar hipnotizado pelo sangue que escorria lentamente em uma taça de vinho, minha mão estava toda suja então parei e percebi que era uma sensação boa para ele. Limpou o braço e segurou meu pulso, eu estava tensa e ele disse:
— Tem alguma decepção, mágoa acumulada?
— Sim... Minha vida amorosa...
— Quem está em foco nessa vida amorosa?
— O nome dele é Dante...tem o meu ex Marcus.
— O cuzão que pichou o portão...foca nele.Se concentre nisso e use essa dor para suprir as outras.
Olhei fixamente para ele e acenei que sim, a lâmina passava em minha pele e parecia não fazer nada acompanhada de uma dor suportável, o sangue começou a sair como pequenas lágrimas, um sentimento confuso e maravilhoso eu estava me sentindo estranha porém satisfeita.
Ele passou seu polegar em meu sangue e disse:
— Abre a boca...
Fechei os olhos e abri a boca, sua mão gelada tocava meu rosto, seu polegar massageava meus lábios, o cheiro do sangue me entorpecia, seu dedo tocado por minha língua, o gosto férrico, uma sensação atraente, ele me puxou e disse em meu ouvido:
— Você é maravilhosa.
Ele limpou meu braço, pegou a taça e tomou uma dose da mistura do nosso sangue, me deu um selinho e eu mordi seu lábio, ele sorriu e me colocou em seu colo, mais uma vez fui mordida, dessa vez no pescoço, ele segurou por um bom tempo, eu segurei sua nuca enquanto era mordida com toda força, eu estava excitada, gemia com todo aquele prazer.19:00h
Nossos olhos se fixaram e um beijo veio acompanhado de convites, ele tirou minha blusa, eu sorri e arranquei a blusa dele, eu estava louca para transar com ele, levantei para pegar um cigarro.
Andrew era um cara lindo, seu rosto era provocante, sua pele branca, um corpo em definição, joguei a carteira para ele, acendeu o cigarro e me chamou para sentar em seu colo, eu sentei de frente para ele, sua mão apertava minha cintura, passávamos a fumaça para a boca do outro. Eu peguei a lâmina e fiz cortes no outro braço, o chão da sala estava sendo pintado com o sangue, as cinzas do cigarro, as lâminas ensanguentadas e frias, eu precisava explorar mais esse garoto...Andrew estava tomando a última dose da taça, tirei da mão dele e virei a dose voltando a beijar ele, o sabor tomou conta da boca, meu corpo se arrepiava por inteiro, eu sentia meu tronco tremer por dentro.
Era absurdo tudo isso.
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1- Sua Marca
Teen FictionEm 2018 na cidade de Arcádia... SERENA tomou a decisão de romper seu namoro com Dante e com isso virão as consequências... Uma aventura surge na vida de Serena, aonde ela narra sua trajetória após sua tentativa de suicídio, essa experiência vai traz...