Minha

97 4 1
                                    

 Passei o dia todo em casa procurando o que fazer, era difícil simplesmente não fazer nada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Passei o dia todo em casa procurando o que fazer, era difícil simplesmente não fazer nada. Já era quase cinco horas da tarde quando ouvi alguém bater à porta. Ino e Hinata me aguardavam do outro lado com comida e flores.

- Não precisava, meninas! - falei abraçando-as - Muito obrigada!

- Imagina, você precisa de todo mimo agora.

- Olha só quem fala, a grávida aqui é você. - Retruquei.

Sentamos na mesa que ficava na varanda de casa, apesar do calor o vento estava gélido, mas isso não nos impediu de ficarmos a vontade.

- Como você está?

Quis saber Hinata.

- Estou... me recuperando. Não é fácil ficar em casa sem fazer nada, principalmente com alguém vigiando você.

- Tem alguém nos vigiando?

Quis saber Hinata, ela parecia incomodada em pensar que estávamos sendo observadas.

- Sim, mas não se preocupe, foi a pedido do Kakashi-sensei.

Mal falei o nome de Kakashi e as duas começaram com risinhos debochados. Também ri, de forma involuntária, mas a verdade é que eu estava contente por finalmente poder conversar com alguém sobre ele.

- Sakura-kun - começou Hinata - eu gostaria de pedir desculpas pelo comportamento do Naruto aquele noite em casa.

Respirei fundo relembrando a pequena discussão que tivemos sobre isso.

- Você não precisa se desculpar de nada, Hinata. Naruto é um cabeça dura.

- Mas eu entendo ele - falou Ino - é meio estranho, pra não dizer bizarro, ver você e o Kakashi-sensei juntos.

Senti o rosto arder, eu tinha conhecimento de que não era algo comum de se ver.

- Eu sei, eu também não estava planejando isso - respondi abraçando os braços me recordando de seus beijos - Mas as coisas foram acontecendo... eu não sei o que dizer pra vocês.

- Mas você está feliz, não está? - Quis saber a Hyuga.

- Sim, muito.

- Então vamos brindar à isso.

Disse Ino levantando seu copo de suco a fim de brindarmos.

Brindamos entre risos e cochichos.

Por um segundo ficamos em silêncio. No início estávamos curtindo o momento entre nós, mas o silêncio foi se tornando cada vez mais tenso conforme sentíamos algo se aproximar, uma presença forte, um chakra diferente.

Hinata foi a primeira a se levantar, mal percebi quando ativou seu Byakugan. Ela olhou ao redor girando o corpo a 360° buscando alguém ou alguma coisa.

Ino se adiantou e pulou em minha frente na tentativa de me proteger.

- Está vendo algo, Hinata?

- Não, seja lá quem for se escondeu muito bem, não consigo enxergá-lo nem com o Byakugan.

- Será a pessoa que Kakashi-Sensei colocou para te vigiar, Sakura?

- Não sei, até agora não tinha sentido presença alguma.

Era estranho pensar que elas estavam sentindo a opressão de uma presença que, para mim, não parecia ser tão forte, era como se elas estivessem muito mais receptivas à chakras do que eu.

- De qualquer forma foi embora - comentou Hinata desativando os olhos - Vamos entrar.

Respirei fundo sentindo-me impotente. Eu não deveria estar naquela situação, era eu quem deveria proteger Ino que estava grávida e não o contrário!

  Entramos e fechamos todas as janelas e portas com a estranha sensação de perigo iminente.

- Eu odeio isso - comentei- Me sinto prisioneira da minha própria casa.

A sensação de aprisionamento naquele lugar onde estive dias antes tomou conta de mim, um arrepio forte subiu pelas espinha e eu ainda podia sentir o maxilar doendo pelo espancamento.

- Quer que eu chame o Hokage?

Questionou Ino.

- Não, eu já tenho babá o suficiente. Além do mais, ele está fora da vila em alguma visita política.

 Era quase nove horas quando elas foram embora, mas não sem antes se certificarem de que todas as janelas estavam fechadas.

 Entrei no banho sentindo meu corpo cansado, pesado e dolorido, pela primeira vez trancava a porta do banheiro mesmo estando sozinha em casa, eu que antes sempre me sentia segura agora era uma refém do meu próprio medo.

 Após o banho fui direto para cama tentando não pensar na sensação de estar sendo observada, mas mais do que isso, eu podia sentir meu corpo muito mais pesado agora com as mãos e pernas dormentes. Sem demora tomei os comprimidos que estavam na cabeceira da minha cama e estava prestes a deitar quando senti um vento gelado atingir meu corpo olhado ainda enrolado na toalha, só então percebi que a janela do meu quarto estava aberta.

 Fui até ela na intenção de fechá-la, mas fiquei por um tempo encarando a lua grande no céu que iluminava toda a aldeia. Respirei fundo sentindo o ar da noite entrar pelos pulmões e circularem pelo corpo, eu estava tão cansada daquela situação, farta de ser dependente, de não conseguir me proteger, pela sensação de impotência... Fechei a janela e deixei a toalha cair no chão e me aninhei embaixo das cobertas, amanhã quem sabe seria um novo dia.

 Fechei a janela e deixei a toalha cair no chão e me aninhei embaixo das cobertas, amanhã quem sabe seria um novo dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

 Eu podia ouvir, mesmo ao longe, sua respiração cansada enquanto dormia. Os cabelos rosados jogados no travesseiro claro pareciam pequenas flores de cerejeira. Seu rosto, os olhos verdes, o corpo desnudo debaixo da coberta me faziam arfar, sentia o rosto queimar e o corpo ferver, eu a queria tanto quanto ele, queria tê-la de todas as formas, queria seus olhos voltados para mim e somente para mim.

Meu doce anjo... minha Sakura... se eu pudesse beijá-la ao amanhecer... acordar ao seu lado com o corpo colado ao seu... só pensar nisso sinto que vou explodir enquanto te vejo descansando. Mas a hora certa chegará meu anjo e você finalmente será minha.

Cerejeira [KakaSaku]Onde histórias criam vida. Descubra agora