Capítulo VIII

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A vida se tornou uma guerra
Sob os nossos senhores
Eu os olho nos olhos
Eu continuo cruzando as amargas mentiras
Não me segure
Eu nunca fui nada, mas forte e livre é
O inimigo número um
Porque eu não estou hipnotizado
Eu me recuso a acreditar nas mentiras
Nossa rebelião começou

Dominion - Skillet

√√√ Rebelião √√√

Miguel observava com um misto de desinteresse e resignação enquanto os nobres debatiam questões que lhe pareciam fúteis e irrelevantes. O principal tópico de discussão era a identificação dos responsáveis pela Conspiração e a melhor forma de neutralizá-los. A teórica morte de um dos suspeitos não tinha saciado a sede de vingança dos nobres; pelo contrário, seus orgulhos feridos pareciam mais inflamados do que nunca.

- Temos que fazer algo para mostrar à população que ainda temos tudo sob controle. - Gustavo, um dos nobres mais poderosos da sala, irritado com a situação, exclamou.

- Ah, sim, porque é evidente que temos absolutamente tudo sob controle. - Outro nobre respondeu sarcasticamente.

Impaciente, Gustavo perguntou a Castro:

- E o que você sugere, então, Castro? Não vejo você fornecendo nenhuma solução.

Castro, visivelmente nervoso, apenas balançou as mãos, incapaz de apresentar uma solução concreta.

Finalmente, Miguel decidiu intervir:

- Por que não fazemos uma visita a uma das províncias? Mostramos a eles que ainda estamos no comando e destacamos isso na mídia.

Isso provocou olhares surpresos de alguns dos presentes. Alessandro, um terceiro nobre que até então tinha permanecido em silêncio, levantou uma sobrancelha intrigada.

- Uma visita a uma província? Você acha que isso seria eficaz? – perguntou.

Miguel assentiu com determinação.

- Absolutamente. Se invadirmos uma das províncias rebeldes e demonstrarmos nosso controle absoluto, poderemos mostrar ao povo que a Conspiração não representa uma ameaça real.

A discussão continuou, com Miguel apresentando detalhes de sua ideia e delineando como poderiam executá-la de maneira eficaz. Enquanto os nobres debatiam, ele manteve um olhar sério, determinado a garantir que seu plano fosse aceito. Sabia que, para alcançar seus objetivos, precisava influenciar a mente daqueles que, até então, estavam cegos pela fúria e pelo orgulho ferido. Seu plano era uma peça fundamental no quebra-cabeça da Revolução, e ele faria de tudo para vê-lo se concretizar.

Miguel segurou um suspiro de tédio enquanto observava todos falando ao mesmo tempo e traçando a estratégia sugerida. Claro que eles resolveriam tudo com mais mortes; era a forma mais simples de solucionar todos os seus problemas. Tentando manter a expressão impassível, ele se concentrou em contar as horas que faltavam para que o que havia planejado começasse. Seu plano tinha duas frentes, uma que se iniciaria naquele mesmo local em que se encontrava e outra que estava a caminho da reunião com Magnus. Se tudo desse certo, como organizara, em pouco tempo a Revolução teria o que merecia.

√√√ Rebelião √√√

Clara se acomodou no banco do carro enquanto Magnus dirigia com calma. O silêncio que pairava no interior do veículo era quase insuportável, mas ela não se sentia à vontade o suficiente para tentar iniciar uma conversa com o homem ao seu lado.

Com Miguel, havia um acordo tácito de manter um convívio amigável. Mesmo que ela não admitisse, sentia-se à vontade na presença dele o suficiente para soltar algumas frases sarcásticas de vez em quando. No entanto, com Magnus, havia uma lacuna que ela não tinha certeza se queria ou sabia como preencher.

Saga Revolução - Livro I RebeliãoOnde histórias criam vida. Descubra agora