Capítulo 2

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Maraisa Pov

Eu estava me sentindo nua, completamente nua, os olhares de Marília para mim eram amedrontadores, se eu estava com medo? Juro que sim.

- Então Maraisa. - Ouvi sua voz rouca soar e saí do transe. - Maiara me disse sobre o seu trabalho, é um pouco parecido com o nosso?. - Sorri de lado.

- Talvez, vocês são da... - Tentei lembrar.

- Swat. - Disse e eu bati as mãos uma na outra.

- Isso, Swat, acho que é mais avançada do que o FBI. - Sorri. - Mas se eu pudesse escolher, eu escolheria ser uma dona de casa. - Maiara riu.

- Eu consigo ser uma dona de casa mesmo trabalhando para a ST. - Maiara disse rindo e eu Dei de ombros.

- É diferente pra mim. - Olhei para Marília e ela fitava minhas pernas. - Eu acho melhor eu ir, Luísa já deve ter chegado e... Eu preciso ir. - Me levantei segurando-me no sofá para não cair.

- Ah, que isso Mara, fica um pouco mais. - Maiara pediu se levantando.

- Não posso mesmo Mai, marcamos outro dia tudo bem?. - Ela suspirou e assentiu. - Foi um prazer te conhecer Marília. - Estendi minha mão e ela sorriu se levantando.

- Eu te levo. - Maiara bateu palmas.

- É, usem o caminho para se conhecer, eu vou fazer o jantar. - Maiara se apoiou no ombro de Marília e selou sua bochecha saindo em sequência.

Fitei seus olhos de mel por alguns segundos, eles realmente me davam medo, céus.

- Vamos?. - Perguntou indicando a porta.

- Claro, vamos. - Capturei minha bolsa e ajeitei meus cabelos.

Descemos o elevador e eu sentia um frio percorrer toda minha espinha, parecia que minha morte estava chegando, mas na verdade, era a presença daquela mulher.

Chegamos ao estacionamento que estava completamente deserto, o que me deixava com mais medo ainda. Entramos em seu carro e só então percebi que ela estava de top.

- Não tem problema dirigir assim? - Indiquei suas roupas, ela soltou um leve riso.

- Sempre ando preparada. - Se inclinou para pegar algo no porta luvas e eu senti seu perfume.

Marília tirou uma blusa dali e logo vestiu, me remexi incomodada com o seu perfume e pude ouvir ela rir. Colocamos o cinto e ela deu a partida.

O silêncio estava confortável eu posso dizer, mas Marília dirigia vagarosamente, como se não quisesse chegar lá.

- Você ainda não me disse nada sobre você. - Ouvi sua voz e à olhei.

- O que quer saber de mim? - Ela sorriu e me olhou rápido antes de parar no semáforo vermelho.

- O que tem pra me contar?. - Perguntou colocando o braço no encosto do banco, uma verdadeira bad girl.

- Bom, eu tenho vinte anos. - Ela riu. - Não sei como me apresentar para alguém. - Ela assentiu me olhando.

- Ok, deixe-me adivinhar algumas coisas. - Cruzou os braços olhando para frente. - Você é o típico de garota que tem medo dos filmes de terror, que tem medo até da própria sombra, mas é irônico porque trabalha no FBI. - Me olhou.

- Isso pode estar certo. - Ergui a sobrancelha esquerda com um sorriso de lado.

- Ok, você gosta de romances, e tem medo de pessoas. - Assenti.

- Você é boa nisso. - Ela riu.

- Meu pai me ensinou a ler os olhos de alguém. - Sorriu de lado e acelerou o carro nos deixando novamente em um silêncio.

Indiquei os lugares que ela deveria ir, e logo estávamos em frente ao meu prédio.

- Obrigada. - Falei rápido e tirei meu cinto, mas ela segurou meu braço.

- É... leve a sua esposa esse sábado, iremos fazer, um passeio. - Assenti e saí do seu carro dando um último aceno para ela que acelerou o carro em sequência.

Passei pelo porteiro, altamente cega, apenas dei boa noite e entrei no elevador.

Quando cheguei frente a porta do meu apartamento, respirei fundo e toquei a campainha, eu estava com preguiça de pegar a chave.

Luísa abriu a porta com o cenho franzido e ladeou a cabeça quando me viu.

- Perdeu a chave? - Revirei os olhos e entrei.

- Não consegui achar, te atrapalhei? - Ela negou.

- Não, eu estava lendo. - Assenti e fui em direção as escadas.

- Maraisa. - Ela me chamou e eu à olhei. - Com quem você veio? - Respirei fundo.

- Com a esposa de Maiara, iremos sábado lá para você conhece-lás, elas trabalham na ST. - Ela assentiu e eu subi as escadas.

Marília Pov

De uma certa forma, aqueles olhos castanhos me chamavam atenção. Eu era amante do medo, e sentir isso nos olhos de Maraisa, era satisfatório.

Abri a porta do apartamento e Maiara estava sentada no balcão como sempre, lendo um de seus livros.

- Foi rápido. - Ouvi ela dizer e sorri tirando a blusa.

- É, ela mora perto. - Falei com uma indiferença que eu não sentia. - Está lendo o que hoje? - Perguntei ficando entre suas pernas e com a capa do livro em meu rosto.

- Um amor para recordar. - Disse e eu revirei os olhos.

- Chato - Prolonguei as vogais. - Por que não lê algo mais... Violento? - Ela tirou o livro do meu rosto para fitar-me.

- Porque não me chamo Marília. - Sorri de lado. - Não consigo entender por que você é tão agressiva em certas questões e é carinhosa comigo, certo, eu não consigo separar sentimentos. - Sorri.

- Ah, você consegue sim. - Passei as mãos por suas coxas e ela riu.

- Ok, eu consigo, mas agora não. - Me empurrou de leve e desceu do balcão. - Agora nós vamos comer. - Mordi o lábio inferior. - Comida Marília, comida. - Ela disse saindo e eu ri seguindo-à.

Maraisa Pov

- Não estou no clima. - Falei o que pareceu ser a vigésima vez.

Luísa me olhou e suspirou se afastando, ela simplesmente não poderia forçar algo que eu não queria.

- O que aconteceu? - Soltei o livro sobre minhas pernas.

- Não aconteceu nada, eu só não quero transar hoje. - Ela la riu.

- Por que? - Perguntou incrédula.

- Porque não, eu só não vou transar com você e fingir gemidos certo? - Voltei a atenção no livro e ela fechou a expressão se levantando da cama em sequência.

- Você fala assim, como se eu nunca tivesse te dado prazer. - Respirei fundo.

- Eu não quis dizer isso. - Olhei para ela.

- Mas foi o que pareceu. - Passei a mão no rosto e à olhei.

-Eu só não quero agora, vai me forçar? Não estou me sentindo bem, custa alguma coisa você apenas aceitar isso e me dar carinho? - Ela suspirou.

- Desculpa Mar...

- Não, eu não vou te desculpar. - Peguei o meu travesseiro. - Você acha que pode fazer o que você quiser e depois me pedir desculpas? Não é assim que a banda toca. - Pisquei para ela e saí do quarto em sequência.

Eu odeio quando alguém me força a fazer qualquer que seja a coisa, ainda mais se essa coisa, for sexo.

Hostage - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora