Capítulo 37

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Marília Pov

Hoje era o dia da audiência, Maraisa estava mais nervosa que tudo, e tudo era motivo de choro, não entrávamos no quarto do Léo desde o acidente do banheiro.

- Mara?. - Chamei e ela respondeu em um som nasal. - Está na hora, vamos. - Ela assentiu e se levantou da cama.

Peguei as chaves do carro e fechei o apartamento saindo junto com Maraisa, entrelacei nossas mãos e entramos no elevador em direção ao estacionamento.

Minhas mãos ainda estavam entrelaçadas nas de Maraisa quando avistei Maiara e Luísa. Maiara estava encostada na lateral do carro e Luísa à pressionava, elas pareciam estar realmente se dando bem.

Acho que Maraisa viu elas também, porque apertou minha mão com força.

- Passaremos direto. - E assim fizemos, entramos dentro do carro e colocamos nosso cinto.

Quando estávamos saindo Maiara conheceu meu carro e acenou, buzinei com um sorriso labial e saí dali.

(...)

- Iniciada a audiência número 0098, todos os júri em seus lugares. - Maraisa estava apertando minha coxa em baixo da mesa.

- Vai dar tudo certo Mara, calma. - Sussurrei em seu ouvido e ela assentiu.

(...)

- Eu acho que minha cliente tem todo direito da guarda da criança senhor, ela o resgatou das ruas, o alimentou, deu um abrigo e vestimentas, uma coisa que ele não estava recebendo desde os seis anos de idade, além do mais, recebia amor e atenção de ambas as partes. - Murilo dizia.

- Ele está sob a minha responsabilidade. - O homem gritou.

- Silêncio. - O juiz disse batendo a marreta na madeira. - Quero que o Sr. Léo entre. - O segurança assentiu e abriu uma porta enorme de madeira.

Eu estava quase pedindo arrego, mas eu não sairia dali até ter Léo sobre minha guarda e guarda de Maraisa.

Léo entrou e sentou na cadeira que estava ao lado do juiz, ele sorriu quando me viu e viu Maraisa.

- Ele está tão lindo. - Maraisa sussurrou.

Ele vestia um pequeno terno vinho com gravata branca, escolha de Bruno.

- Sr. Léo, o que podes dizer sobre a Srta. Mendonça e a Srta. Pereira?. - O juiz perguntou.

- Elas foram como minhas mães, na verdade elas ainda são como minhas mães, tia Mara me protegeu e me tirou das ruas, eu devo a minha vida à ela, e o mesmo eu digo para tia Lila, além de mãe, ela foi como uma irmã que eu nunca tive. - Disse olhando para o juiz, sorri.

- E sobre seus tios?. - Perguntou e ele olhou para o casal que estava ao nosso lado.

- Eu não os conheço. - Disse e todo mundo começou a cochichar.

- Silêncio. - O juiz gritou novamente batendo a marreta. - Como não os conhece? Eles são seus tios. - Disse incrédulo.

- Desculpe senhor, mas eu nunca os vi na vida. - Disse dando de ombros.

- Que mentira Léo, somos seus tios, você não pode nos negar por causa de duas aberrações. - A mulher disse com nojo.

- A única aberração que vejo aqui é você, que teve coragem de largar uma criança nas ruas e ainda matou a minha mãe, eu tinha seis anos mas eu não era cego. - Disse e o juiz abriu a boca.

- Do que está falando Léo?. - Ele perguntou.

- Isso mesmo, eles mataram meus pais e me largaram na rua, eu mereço estar com elas. - Apontou para nós.

Hostage - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora