Capítulo 35

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Maraisa Pov

Abri a porta devagar orando para que Marília estivesse acordada, desde que chegamos do hospital, ela só dorme por conta do medicamento.

Eu sou a menos fudida na história, Marília levou vinte e cinco pontos na costela, dois perto da sobrancelha, cortou o lábio em um local, cinco pontos na parte direita das costas e dois no lado direito do bumbum, esse, eu ri.

Olhei ao redor e não à vi, provavelmente estava no banheiro, fechei a porta novamente e caminhei até a cama sentando perto da cabeceira. Peguei meu livro junto com meus óculos e comecei a ler, Marília quando entra no banheiro, é uma coisa difícil para sair.

- Mara. - Ouvi sua voz grossa e olhei para a porta do banheiro.

Ela estava com o rosto vermelho e os olhos pequenos, acho que por conta do sono.

- Vem aqui amor, deixe-me ver seus ferimentos. - Falei deixando o livro e o óculos no criado mudo.

Ela caminhou mancando até mim e sentou à minha frente, segurei seu rosto em minhas mãos e neguei.

- Isso está péssimo, passou remédio ontem à noite?. - Ela negou. - Marília, você tem que cuidar disso direito, minhas mãos estão machucadas também. - À repreendi.

- Eu estou toda fudida, provavelmente eu teja que tomar uma injeção para inflamação. - Neguei e capturei o potinho de pomada do criado mudo.

- Isso não é tão difícil de fazer, é só enfiar o dedo no pote e passar na cara. - Ela riu gostosamente me fazendo suspirar e rir depois.

- Desculpa Mara, mas eu não sei cuidar de mim. - Neguei. - Quando eu tomei um tiro na perna, Aline que cuidou do ferimento. - Olhei pra ela.

- Você e Aline são muito amigas, se conhecem desde quando?. - Peguei o algodão passando no potinho já que estava cheio ainda.

- Nos conhecemos desde o colégio, somos amigas desde o primeiro ano do ensino médio. - Assenti. - Fizemos as provas e tudo juntas para entrar na Swat, não é querendo me gabar nem nada, mas eu sempre fui melhor que ela. - Olhei para ela enquanto ela falava.

- Ninguém é melhor que ninguém Marília. - Pressionei o algodão na sobrancelha e ela puxou o ar.

- É, claro que não, digo em termos de provas e objetivos à serem alcançados, Aline sempre foi a mais preguiçosa da nossa turma, e isso nunca mudou até hoje. - Sorri. - Mas alguém pode mudar esse gênio dela, é a única pessoa que passou na vida de Aline, depois dela, ninguém conseguiu se aproximar da minha amiga. - Suspirou.

- Quem seria esse ser maravilhoso?. - Ela riu e eu puxei sua blusa para cima para passar no outro ferimento.

- Lari, Lari foi a melhor coisa que aconteceu na vida dela, acredito eu que...

- Lari Ferreira?. - Perguntei fitando seus olhos.

- Sim, você conhece?. - Franziu a testa.

- Digamos que um pouco, mas ela não está com aquela garota de cabelos azuis?. - Marília deu de ombros.

- Eu não sei, mas eu adoraria juntar as duas novamente, são dois anos Maraisa, dois anos que ela não fica nem se interessa por ninguém, eu acho que está criando teias de aranha em certos, lugares. - Disse rindo.

- Eu posso ajudar se quiser. - Ela ergueu as sobrancelhas.

- Você tem contato com a Lari? De onde conhece ela?. - Dei de ombros.

- Já pegamos um caso com ela, a empresa dela estava sendo roubada ou algo assim, e o meu setor era um dos fundamentais para a missão, e ela sempre falava comigo quando passava pela minha mesa. - Marília assentiu e eu baixei sua blusa olhando para seu lábio.

Hostage - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora