Capítulo 26

239 42 13
                                    

Maraisa Pov

Tinha feito compras com Ariana, ela me faz rir bastante com seu humor contagiante, o único problema que tivemos, foi sua ex esbarrando conosco e eu tive que tomar par da situação ou Ariana começaria a chorar na frente da garota.

Acontece que Naya traiu Ariana com a Sandra, foi assim que Marielle e eu conhecemos Sandra, de uma forma ruim, mas conhecemos.

E não culpamos a coitada da Sandra afinal, ela não sabia que Naya namorava, e Ariana bateu na Sandra sem dó, isso foi... horrível.

Tive que tomar frente e dizer que Ariana era minha namorada, na época que elas namoravam, eu era apenas uma conhecida para Ariana. Cara, fazem quatro anos que elas terminaram o relacionamento e Ariana ainda não superou, a vida segue certo?.

- Obrigada por ter me protegido hoje Mara. - Ela disse abraçada em meu braço.

- Amigos são para essas coisas Ari, quando você precisar de proteção, eu estarei aqui, Bruno estará com você e Julyer também. - Ela sorriu. - Você tem os melhores amigos que uma garota pode ter Ari, e eu digo o mesmo sobre vocês. - Ela sorriu e me abraçou.

- Eu te amo Mara, obrigada por ser minha amiga e sempre me apoiar em todas as decisões. - Sorri e acariciei seu braço.

- Eu te amo também Ari, e não tem o que agradecer, é a minha obrigação. - Ela se afastou sorrindo.

- Aproveita que é minha amiga, e me apresenta uma gatinha. - Gargalhei e ela corou.

- Está falando sério? Quer mesmo alguém?. - Ri e ela coçou a nuca.

- É pecado querer. - Gargalhei mais ainda e ela ficou vermelha.

- Tudo bem, eu terei alguém para te apresentar, juro. - Joguei um beijo no ar. - Quer uma carona até em casa?. - Perguntei balançando a chave do carro no ar.

- Não, vou encontrar com uma amiga antiga da faculdade, relaxa estou de boa. - Sorri abraçando-à mais uma vez.

- Tudo bem, não me troque por ela. - Serrei os olhos apontando a chave para ela que gargalhou gostosamente com as mãos entre as pernas e saiu andando.

Eu adorava aquela risada e o jeito fofo que ela fechava os olhos quando estava corada.

Odiava quando alguém fazia meus amigos chorarem, eu me sentia mal em vê-los tristes, era como se aquela dor, fosse minha também.

Parei em um semáforo e capturei meu celular no banco do passageiro, nenhuma mensagem de Marília ou ligação.

Ela sempre me ligava quando chegava em casa, não entendi direito por que justo hoje, ela não me ligou.

Eu ainda estou um tanto abatida com a perda do meu bebê, a Marcela tinha se tornado algo na minha vida, na verdade era bem óbvio que ela era algo na minha vida, enfim vocês entenderam. Ouvi uma batidinhas no meu vidro e olhei abaixando o mesmo.

- Boa tarde tia, pode me dar dinheiro pra comida?. - Olhei aquele garotinho de pele branca suja de graxa e os cabelos levemente bagunçados, e meu coração partiu.

- Entra no carro. - Falei baixinho.

- Você vai me sequestrar?. - Perguntou baixinho também e eu sorri.

- Tenho cara de quem sequestra crianças?. - Perguntei divertida ele riu negando.

- Tem cara de rica e o seu carro é extremamente bonito, só para gente rica. - Soltei um riso e baguncei seus cabelos.

- Entra no carro, vou te levar pra lanchar tudo bem?. - Ele assentiu e deu a volta, na hora que ele sentou no banco o sinal abriu.

Ele estava sentado em silêncio ao meu lado, observando tudo enquanto eu dirigia para a cafeteria mais próxima.

- Você não tem vergonha de mim?. - Perguntou quando estacionei na frente do Starbucks.

- Vergonha? Por que eu teria?. - Ele deu de ombros.

- Eu sou um garotinho que mendiga dinheiro por aí para poder comer, as pessoas sentem nojo e vergonha de mim. - Olhou para suas mãos.

- Quantos anos você tem? E qual o seu nome. - Falei me sentando de lado.

- Tenho nove, me chamo Léo. - Disse sem me olhar.

- Sou Maraisa. - Estendi a mão para ele. - Tenho, vinte anos. - Falei baixo e ele me olhou.

- A senhora tem vinte anos? Nossa, me desculpe mas não parece. - Sorri quando ele soltou minha mão.

- Pareço ser mais velha?. - Perguntei segurando os cabelos e fazendo um bico, o que tirou uma risada gostosa dele.

- Não, parece ser mais nova, talvez uns dezessete ou dezoito. - Coloquei a mão no peito.

- Uau, me senti. - Ele riu e saímos do carro. - Eu não tenho por que ter vergonha de você Léo, você é um garotinho forte, só por estar nas ruas, tentando conseguir algo para se alimentar, você é um guerreiro. - Ele sorriu com os olhos brilhantes.

- Posso ser um príncipe?. - Dei risada.

- Claro que pode, no mundo das crianças, você pode ser tudo que quiser Léo. - Ele sorriu e segurei sua mão entrelaçando nossos dedos e entramos na cafeteria.

Todos olhavam para Léo com nojo, e ele se escondia atrás de mim. Puxei sua mão para que ele ficasse à minha frente e sentamos em uma mesa um pouco afastada.

- Boa tarde, é... ele não pode ficar aqui. - Uma garçonete apontou para Léo e eu olhei para ela.

- Por que ele não pode?. - Cruzei os braços.

- Porque ele está... sujo. - Olhei para ela incrédula.

- Você que está suja, não fale assim do Léo, ele é um ótimo garoto, você não o conhecesse para falar assim dele. - A garçonete engoliu à seco. - Eu poderia muito bem chamar o gerente fazendo ele te expulsar, porém eu vou fingir que você não foi idiota o suficiente e me trazer dois achocolatados um com chantilly e o outro com morango. - Olhei para Léo. - Você gosta de torta?. - Ele assentiu.

- Gosto, tia. - Assenti.

- Me traga uma torta de morango também e só. - A garçonete assentiu.

- Uma torta inteira?. - Perguntou incrédula.

- Claro sua imbecil, se eu quisesse um pedaço eu pediria um pedaço de torta. - Revirei os olhos e ela saiu rapidamente.

- Obrigada por me proteger Mara. - Sorri ouvindo a voz do garotinho ao meu lado.

- Por nada anjinho. - Baguncei seus cabelos.

(...)

- Podemos nos ver de novo tia Mara?. - Sorri acariciando seu rosto.

- Claro que sim amiguinho, eu sempre passo pelo centro de Seattle, qualquer dia desses irei vir te buscar para passearmos. - Ele bateu palmas animado.

- Eu vou te esperar. - Ficou me olhando. - Posso... posso te dar um beijo?. - Soltei um riso.

- Claro, vem aqui. - Me agachei e ele selou minha bochecha em um beijo gostoso que me fez sorrir. - Não quer mesmo que eu te leve para casa?. - Perguntei mais uma vez.

- Não, está tudo bem, eu vou encontrar com a minha mãe aqui. - Ele deu um sorriso de lado e coçou a nuca.

- Tudo bem então. - Entrei no carro. - Tchau Léo. - Gritei acenando e ele acenou sorrindo, logo eu estava indo em direção de casa.

(...)

Subi com o elevador até o andar onde Marília e eu morávamos e logo a porta de metal se abriu. Tirei a chave do molho e tentei abrir a porta porém coloquei a chave errada, droga. Achei a chave certa e abri a porta largando todas as comprar no chão.

Marília estava deitada no sofá e uma garota um pouco menos branca que ela deitada em cima do seu corpo, de calcinha e sutiã, as duas dormiam.

- Que porra é essa Marília?. - Gritei fazendo ela me olhar assustada.

- Mara?. - Perguntou atordoada.

Hostage - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora