Demikas suspirou, sentindo a brisa fria da noite acariciar seu rosto. Ele havia deixado para trás o grupo com o qual compartilhara parte da jornada, em busca de seus próprios objetivos e destinos. O cavalo sob ele trotava com confiança pela trilha dente-de-serpente, seus cascos batendo ritmicamente no chão de terra batida.
O céu estava repleto de estrelas, como pequenos faróis em meio à escuridão. Demikas permitiu-se um momento de contemplação, olhando para o vasto cosmos que se estendia acima dele. Em suas viagens, ele havia aprendido a encontrar conforto na imensidão do universo, onde os problemas dos homens pareciam tão efêmeros quanto a luz de uma estrela distante.
Ele ajustou seu capuz e acomodou-se melhor na sela, perdendo-se em pensamentos enquanto seu fiel cavalo seguia o caminho. A trilha serpenteava pela floresta escura, os galhos das árvores se estendendo como dedos retorcidos em direção ao céu noturno. O silêncio era quebrado apenas pelo som suave dos cascos do cavalo e o farfalhar das folhas ao vento.
Demikas refletiu sobre as palavras que trocara com os garotos que deixara para trás. Ele não era um homem de muitas palavras, mas suas experiências o haviam ensinado a reconhecer o peso das cicatrizes invisíveis que cada pessoa carregava consigo. Às vezes, a empatia era mais poderosa do que qualquer magia ou espada.
Enquanto a noite avançava e o cavalo continuava a trotar, Demikas manteve os olhos fixos na estrada à sua frente.
Conforme Demikas avançava pela trilha na escuridão da noite, ele começou a notar um sentimento sutil de inquietação. O vento sussurrava entre as árvores, e uma sensação de que algo estava fora do lugar o invadiu. Os cascos do cavalo batiam ritmicamente, mas o som se tornou mais abafado à medida que ele se aproximava de um trecho da trilha rodeado por densas sombras.
Foi então que ele ouviu isso: um leve farfalhar de folhas, quase inaudível. Demikas franziu o cenho e agarrou as rédeas com firmeza, enquanto seu coração começava a bater mais rápido. Ele não estava sozinho.
Da escuridão emergiram figuras encapuzadas, silenciosas como sombras. Seus vestes escuras e capuzes ocultavam seus rostos, tornando-os completamente irreconhecíveis. Eles cercaram Demikas e seu cavalo com uma eficiência que denotava treinamento militar.
Demikas não perdeu tempo. Com um movimento rápido, ele desembainhou sua espada, mas antes que pudesse reagir completamente, um dos encapuzados avançou, ágil como uma cobra. Ele empurrou Demikas contra o cavalo, fazendo-o perder o equilíbrio e o derrubou ao chão. O choque o impediu de oferecer resistência imediata.
Os encapuzados agiram com precisão e brutalidade. Um deles sacou uma espada longa e com um único golpe, cortou o pescoço do cavalo de Demikas, matando o pobre animal assustado. Outros dois encapuzados agarraram Demikas, prendendo seus braços e impedindo-o de se mover.
Demikas lutou para se libertar, mas estava em desvantagem numérica. Um dos encapuzados, com uma força surpreendente, atingiu-o com um soco no rosto. O golpe o atordoou e ele sentiu o gosto do sangue em sua boca, enquanto a visão embaçava.
Em um piscar de olhos, o mundo de Demikas escureceu enquanto ele perdia a consciência. O som das risadas triunfantes dos encapuzados foi a última coisa que ele ouviu antes de ser envolto pela escuridão total.
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Demikas suspirou enquanto tentava se recompor. A visão ainda estava turva, mas ele conseguiu perceber que estava preso em uma cela escura e úmida. A dor latejante em sua cabeça era o lembrete constante do golpe que o deixara inconsciente.
Ele tentou mover os braços, mas o choque de dor que percorreu suas mãos o fez perceber que estava algemado. Aos poucos, sua visão foi se ajustando à escuridão, revelando uma figura feminina na cela ao lado. Ela estava de pé, olhando diretamente para ele.
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Fall Of Chaos
FantasiEm um mundo envolto em trevas e perigos, onde monstros espreitam nas sombras e as forças malignas conspiram para trazer caos e destruição, a jornada dos irmãos Ryon começa. Syrus, um jovem com um complexo de inferioridade e habilidades ocultas, e Sv...