Slow Burn

Parte 4

[Contém cenas 🔞]

A primeira vez que viu Nanon foi na faculdade.

Apesar de terem a mesma idade, Ohm já cursava o primeiro ano de veterinária enquanto os dois estavam no último ano da escola. Ele sabia que Nanon estava nesse colégio há menos de um ano vindo de outra cidade. Ele não quis perguntar muito para que Perth não desconfiasse da sua intenção.

O irmão não tinha muitos amigos e parecia superprotetor quanto a Nanon, inclusive nem o deixava entrar na casa que dividiam. Por esse motivo, Ohm se manteve afastado para respeitar o espaço de Perth.

Todo ano, a faculdade fazia um evento para os estudantes conhecerem os cursos disponíveis e atividades de lá. Apesar de ser um calouro, Ohm pediu para participar como auxiliar do representante de curso. Ele tinha um magnetismo e os seniores queriam usar isso em favor das admissões. "Nós vamos te usar como se fosse uma isca para atrair predadores, Ohm!! Com esse rosto, esse corpo e esse charme, vamos ter que abrir turmas extras esse ano. Tenho certeza!" Era o que dizia Mix, o representante do curso, rindo.

Ohm era alto, forte, tinha uma energia diferente e uma presença marcante. Quando estava sério, sua feição oscilava entre sexy e assustador. Porém seu rosto era muito mais habituado aos sorrisos fáceis e sinceros.

White, um de seus colegas de classe, sugeriu que ele usasse óculos durante o evento, acreditando que ele ficaria menos interessante. Frustrado, White resolveu ir embora quando viu o fracasso do seu plano.

As meninas passavam cochichando, quer dizer, pretendiam cochichar, mas era perfeitamente audível todas as vezes que falavam "Fofo" e faziam "Aww" enquanto lançavam olhares para Ohm.

Além dos óculos, ele vestia um camiseta de manga longa, azulada, com um quadrado vermelho no centro, escrito "Future is now" em branco.

Quando Perth e Nanon apareceram para a apresentação do curso de veterinária, Ohm sentiu uma atração imediata. Se Nanon fosse de outro curso, outra faculdade, outro planeta, Ohm iria atrás dele sem nem pensar duas vezes.
Se o futuro é agora, ele queria que Nanon fizesse parte dele desde já

Se ele era energético, neste dia, isso foi multiplicado por 10. Até os alunos de outros cursos passavam e demoravam em frente ao stand de Ohm.

Após as apresentações, Ohm se aproximou do irmão e do amigo, que estavam sentados conversando.

Ele se abaixou e abriu seu melhor sorriso para a câmera de Perth, que gravou um pequeno vídeo.

"Quem é seu amigo? Eu nunca o vi antes!" Ohm perguntou, tentando manter a calma, mas sentia um leve calor no rosto.

Perth percebeu.

Nanon não se importou. Ele se apresentou e o cumprimentou sem nem olhá-lo exatamente. Ele parecia entediado e disse que ia esperar por Perth do lado de fora, pois ali estava muito barulhento.

"O que você achou do programa do curso?" Ohm insistiu, antes que ele saísse.

"Não é para mim. Não nasci para salvar vidas." E, com um sorrisinho de canto de boca, que fez pular a mais perfeita covinha, motivo de muitos dos sonhos de Ohm, Nanon complementou "Além disso, me deixaria em evidência!" E piscou para Perth, virando as costas e indo para a saída.

Ohm não entendeu o que ele quis dizer, pois naquela hora ele não estava raciocinando bem. Em casa, com mais calma, ele pensou que Non devia ter percebido que seus sentimentos eram evidentes e se culpou.

Se culpou por não saber disfarçar, por ter sido barulhento, por não ser interessante e toda uma lista de situações que só existiam em sua cabeça.

Durante a faculdade, Ohm tentou convidar Perth e Nanon para sair, mas seu irmão introvertido sempre negava, irritado.
Com o tempo, ele parou de pedir, mas acompanhava essa amizade à distância.

Os estudantes de T.I. (este foi o curso escolhido pelos dois e para infelicidade de Ohm, o prédio deles ficava do outro lado do campus, que era enorme), eram low profile, quase não usavam redes sociais, raramente iam aos bares e festas da faculdade. Era comum ver os dois conversando e fazendo passeios de carro.

Um dia, Ohm perguntou se havia algo entre eles. Seu coração estava acelerado e ele não sabia se queria ouvir a resposta.

Ele não esperava que Perth fizesse uma cara de nojo ao mesmo tempo em que negava enfaticamente balançando a cabeça.

Ohm respirou aliviado na hora, porém, no seu quarto, mais tarde, ele ficou pensando se a cara de nojo de seu irmão era relacionado a homofobia.

Eles nunca falavam sobre relacionamentos amorosos. Perth era muito reservado com seus sentimentos e Ohm nunca se sentiu a vontade para falar sobre sua orientação.

Ele era bissexual, mas abertamente só tinha namorado com garotas. Ele não se sentia preparado para falar sobre isso. Este tinha sido o motivo pelo qual seu último relacionamento havia terminado. First, o primeiro e único namorado de Ohm, entendia o seu processo de aceitação, só que isso não o impedia de ficar triste. E Ohm se culpava.

Após seis meses juntos, First pediu um tempo.

Ohm quis conversar com o irmão, quis falar com os pais, quis fazer um post na rede social. Ele quis muitas coisas. E no final, só esperou que First voltasse atrás.

Dois meses depois, ele encontrou First e seu novo e assumido namorado, Khaotung no supermercado, se cumprimentaram e seguiram seus caminhos.

Ohm ficou triste, mas não chorou, pois já esperava que isso fosse acontecer. Em seu coração, ele desejava que First fosse feliz. Ele o admirava e era grato por todos os momentos que passaram juntos.

Algum tempo depois, aconteceu o evento da faculdade, o encontro com Non e, a partir desse dia, só existia espaço para ele em sua cabeça e em seu coração. Ele teve alguns casos amorosos. Nada nuito sério porque ele não conseguia parar de pensar naquelas covinhas.

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Quando deitou na sua cama após ouvir a porta fechando e eles saindo, Ohm, agora, podia pensar no sorriso e no olhar de Non.

Non Non Non, ele adorava esse apelido que ele tinha criado. Isso os aproximava, mesmo que o outro não soubesse .

Ele lembrava do olhar de Non percorrendo seu corpo.

Ohm tocou seu braço direito com a mão esquerda e foi subindo até o ombro, percorrendo todo o caminho do olhar de Non. Com a mão esquerda aberta, ele envolveu seu pescoço, pois ali o olhar dele havia parado por um tempo.

Ele imaginou a mão do seu Non massageando seu pescoço, era o polegar de Non que ele queria que tocasse seu maxilar, seus lábios. Ele queria que fossem os dedos dele a apertar sua nuca e puxar seu cabelo.

Com a outra mão, ele abaixou o short e começou a se masturbar. Ele sabia que estava sozinho, então gemia alto e chamava por Non, imaginando seu sorriso enquanto eles se tocavam.
Ele queria beijar a boca de Non. Morder todo seu corpo. Queria ouvir seu nome sendo sussurado pela boca exausta dele enquanto gozavam.