Slow Burn

Parte 11

Ohm tinha dito que precisava voltar logo. Ele sabia que seu irmão desconfiava dos dois e não queria que isso prejudicasse a amizade deles mesmo sem entender  como essa relação funcionava.

Non contou que Perth não reagiu bem quando ele falou que esteve na clínica por causa do cachorrinho. Ele tinha falado demais, agora precisava manter a mentira consistente.

Nanon dirigiu até uma rua sem saída e agarrou Ohm novamente. Seu corpo suado da academia era afrodisíaco, ele beijava seu rosto, seu pescoço, seu peito. Suas mãos tinham livre acesso as pernas de Ohm, que usa um short largo.

Ele queria sentir todo seu corpo e todo seu gosto.

Ohm estava sem fôlego e excitado. Por mais tesão que ele tivesse naquela hora, ele achava imprudente avançar demais. Era uma rua sem saída, mas ainda eram cinco horas da tarde.

"Nanon.... Nanon!!!" Ohm tentava contê-lo "Noon, por favor!"

Ele parou ao ouvir seu nome dito dessa forma.

"Você me deve um café, lembra?" Ohm disse "Você foi um babaca comigo, não paga o café que me deve  e acha que pode me pegar desse jeito?" Ele queria parar Nanon e alfinetar ao mesmo tempo

Com um suspiro alto, Non se encostou no banco do motorista e olhou para frente. Ele não gostava de ser contrariado, mas Ohm tinha razão. Ele sabia que era uma brincadeira, mas ele conseguia enxergar que o outro ainda estava machucado pelas palavras ditas no almoço.

Se ele queria ter Ohm para si, precisaria ir com calma, não poderia colocar tudo a perder novamente.

"Como está sua agenda, Doutor?" Nanon perguntou.

"Estou livre na quinta a noite e no sábado a tarde até às 19h" ele respondeu, consultando o celular.

"Uau!" Non deu uma gargalhada "eu não sabia que você ia levar minha pergunta tão a sério. Você é muito ocupado, ou melhor, tem muitas demandas, você vai ter tempo pra mim?"

Ohm o olhou sério e Non teve medo de que sua piada o tivesse ofendido.

"Se eu não puder te ver, eu te comunico por e-mail!" Ohm devolveu a provocação. Nanon sorriu e percebeu que a nuvem cinza que flutuava nos olhos dele começava a dissipar.

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Perth acompanhava os passos do irmão a distância. Não era possível estar ao lado dele o tempo todo, então verificava as filmagens, suas saídas, seu humor e parecia que tudo estava normal.

Ohm estava sendo Ohm, então não havia motivo para essa inquietação dentro dele.

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Ohm entendia um pouco mais sobre como First se sentia na época em que estavam juntos: os encontros escondidos, receio de ser pego e nunca ir para a casa dele. Era desconfortável estar do outro lado.

Ohm sabia que Non era dele assim como ele era de Non. Então, por que parecia que uma pequena parte dele não era acessível? Non morava sozinho, por que eles nunca podiam ir para lá? Ohm respeitava seu espaço, mas não conseguia afastar essa sensação estranha.

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Nos últimos dias, Nanon estava em constante estado de excitação. Estranhamente, eles não caçavam nada há muitos dias.

Desde que se tornaram mais íntimos e estreitaram a amizade, Perth sabia que ele não faria nada sozinho. Nanon era impulsivo e violento, mas também era submisso a ele.

Perth conseguia controlá-lo do mesmo modo que se controla um cachorro louco. Nunca se sabe a hora que ele pode te morder.

Ele tinha consciência de que Nanon o  admirava, porque, diferente dele, Perth nunca tinha sido pego, por isso ele o obedecia.