Essa noite custei para conseguir dormir. Li e reli diversas vezes a carta do programa e em todas, eu ficava eufórica. Já vi tantos artistas iniciarem suas carreiras por conta de programas que descobrem talentos, e agora tenho a oportunidade de ser uma delas. Mesmo que não ganhe ou não vá para a final, tenho a chance de alguma gravadora se interessar pela minha voz.
Fico longos minutos apenas olhando para as luzes coloridas - rosa, roxo, amarelo, verde e azul - piscando no teto do meu quarto. Não contenho um sorriso assim que me espreguiço. Depois que faço minha higiene, começo a arrumar minha mochila e a bolsa para o campeonato de vôlei que vai acontecer hoje na escola, e que vou participar. Ontem, eu estava agitada demais para fazer qualquer outra coisa a não ser pensar no The Voice, então toda minha organização caiu por terra. Demoro cerca de 10 minutos para colocar a infinidade de coisas que preciso para passar o dia inteiro na escola. Percebo que minha mãe ainda está em casa quando desço para tomar café.
— Nossa, porquê esse monte de coisas? — pergunta, enquanto coloca café na minha xícara.
— Hoje é o dia do torneio — coloco açúcar e mexe com a colher — E tenho prova de inglês agora no primeiro horário.
— AAAAAAHHHHH — praticamente grita com o celular nas mãos — Viu quem vai ser técnico no The Voice? — muda de assunto com muita facilidade — Tá calor hoje, né? — ela começa a se abanar.
— Não vi, quem?
— Os gêmeos Kaulitz, Tom e Bill — me mostra a imagem no celular e dá um pulinho. Os irmãos estão sentados na cadeira lendária. Um loiro e outro moreno. Ambos com um sorriso bonito no rosto.
Desde pequena minha mãe é apaixonada pela banda Tokio Hotel, do qual Tom e Bill Kaulitz fazem parte. Cresci escutando ela cantar às músicas e acompanhando cada etapa da carreira deles. Chega a ser engraçado, pois muitas vezes ela fala sobre eles, principalmente sobre Bill Kaulitz, como se fossem amigos íntimos. "Viu o que o Bill postou?" ela mostra os stories dele no Instagram "Esse Bill" fala sempre que os vídeos terminam.
— Você tem que escolher eles, Lily — eu sabia que falaria isso.
— Se eles virarem a cadeira eu posso pensar — falo rindo e coloco minha xícara de café na pia. A buzina do Golf encerra nossa conversa. Pego minhas coisas e saio de casa. Logo que entro no carro, Izzy me dá aquele sorriso de quem está aprontando alguma coisa.
— O que você aprontou, Iz? — dá uma risada alta, ao estilo Izzy.
— Por que acha que eu fiz alguma coisa? — pergunta, olhando pelo retrovisor, enquanto acelera pela rua.
— Porque você tá com essa cara de piranha louca — respondo — Fala logo — ri mais ainda.
— Adivinha quem me pediu o seu telefone? — ergue as sobrancelhas e vira o rosto para mim.
— Quem? — apesar de já ter uma breve ideia de quem seja, pergunto mesmo assim.
— Lucas Parker — o sorriso travesso volta para o seu rosto.
Izzy é quase obcecada com minha vida romântica inexistente. Beijei alguns poucos garotos lá e acolá, mas nunca tive um namorado. Estou sempre tão focada nos estudos, jogos de vôlei, cantar e tocar, que ter um namorado nunca me fez falta.
— Diz que você não deu meu telefone para ele — a encaro e ele dá de ombros — Você não tinha esse direito, Izzy Harris — ela me olha surpresa, pois só a chamo pelo nome completo quando estou zangada — Eu não estou procurando um namorado, muito menos um bad boy como Lucas Parker.
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Lovely - The Voice | Tom Kaulitz
FanfictionRiley Velez sonha em ser cantora. No seu aniversário de 18 anos descobre que passou para a etapa do The Voice Alemanha e agora vai para as audições às cegas. Mas, o programa não mudará sua vida apenas profissionalmente. O resto vocês vão ter que ler...