Riley Velez sonha em ser cantora. No seu aniversário de 18 anos descobre que passou para a etapa do The Voice Alemanha e agora vai para as audições às cegas. Mas, o programa não mudará sua vida apenas profissionalmente.
O resto vocês vão ter que ler...
Berlim nos recebeu majestosa. Não sei se é a euforia de estar ali ou se a lugar é realmente tão lindo quanto meus olhos enxergam. O hotel que nos hospedamos é pequeno e simples, mas aconchegante. Perto do centro e do pub mais badalado da cidade, que minha mãe está doida para visitar. Ficamos em dois quartos, eu com a Izzy, minha mãe com a Sookie. Logo que nos acomodamos, a música dos Hanson toca em meu celular, apitando uma chamada. Sr. Ledger. Ele nos aguardava no saguão, para irmos juntos para o estúdio gravar o vídeo da chamada e tirar as fotos. Normalmente, esses materiais são gravados pelo próprio participante, porém, para melhorar a qualidade da mídia, o programa optou por eles mesmos fazerem esse primeiro vídeo.
Fico boquiaberta quando o carro estaciona em frente ao estúdio. O lugar é enorme e se não tivesse um staff nos esperando, nos perderíamos facilmente. Logo que chegamos, entrego as fotos solicitadas e sou encaminhada para o camarim para fazer a maquiagem e cabelo. Para após gravar o vídeo, tirar as fotos e fazer a passagem de palco.
Não consigo deixar de encarar minha imagem no espelho. A maquiagem está bem discreta, destacando meus olhos e a cor avermelhada natural da minha boca. Meus cabelos estão com leves ondas feitas com secador e escova. Um staff me busca para as fotos e apenas assinto, o acompanhando pelos corredores. Minha mãe e os outros estão gravando a parte deles em outra parte do estúdio. Entro em uma grande sala, cheia de holofotes, luzes penduradas e diversos cenários espelhados. A luz está posicionada em frente ao cenário com o logo do The Voice. A assistente me conduz até a marcação. Os primeiros dez minutos foram comigo tentando acostumar com a luz e as caras e bocas que mandavam fazer. As fotos tiradas hoje servirão para a divulgação nas próximas etapas, se eu passar. Procuro relaxar ao máximo e ao todo, fiz três trocas de roupas.
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Depois de mais ou menos 40 minutos, vou em direção o local fazer a passagem de som. As luzes estão acessas e a banda esperando para fazer as marcações da música. As cadeiras lendárias já estão posicionadas, então cumprimento os músicos e o ensaio começa. Enquanto canto, olho para cada detalhe daquele lugar, tentando gravar ao máximo em minha memória. Quase choro quando erro o tom duas vezes seguida, mesmo depois de tantos ensaios. Vamos, Riley. Respiro fundo, uma, duas, três vezes e faço sinal para começarmos de novo.
Não consigo aproveitar o resto da noite como gostaria. Errar mesmo depois de quase um mês cantando, me deixou muito frustrada. Mal consigo dormir, pois todas as vezes que fecho os olhos, sonho que tento cantar e minha voz não sai, passando a maior vergonha em rede nacional. Na manhã seguinte, acordo com uma tremenda dor de cabeça e um mal humor, disfarçando o medo e ansiedade crescente. Me mantenho calada durante todo o café da manhã, mesmo minha mãe tentando a todo custo me fazer rir com suas piadas ruins.
Enquanto me arrumo para ir para o estúdio, fico pensando se realmente estou fazendo certo, se tenho talento para participar de algo desse porte. Escolho por uma blusa preta de mangas bufantes, calça de couro preta e um scarpin preto de salto alto. Durante o caminho, vejo várias chamadas não atendidas e mensagens do Lucas, cogito por um momento responder, mas opto por deixar isso para depois. Uma coisa de cada vez. Assim que chegamos no estúdio, já sou encaminhada para tirar algumas fotos.
