O segundo príncipe

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Pov: Natasha Romanoff

Era uma manhã silenciosa, interrompida apenas pelos sussurros da brisa que entrava pelas frestas da janela semiaberta. Ali, naquele ambiente tão íntimo e tranquilo do castelo, o tempo parecia ter diminuído, como se o mundo inteiro desaparecesse para deixar espaço para o momento mais importante das nossas vidas.

Estava sentada na beirada da cama, com o coração apertado de ansiedade e amor, enquanto segurava a mão de Wanda, minha amada esposa. Seus olhos, normalmente brilhantes e cheios de vida, estavam agora nublados pela dor das contrações que a acometiam. A barriga da minha esposa estava enorme, o auge de sua gravidez, e era impossível não ficar maravilhada com a beleza desse milagre da vida que carregava dentro de si. O quarto estava repleto de aromas suaves de ervas calmantes, parte do preparo cuidadoso que tínhamos feito para este momento. Eu estava usando uma camiseta de linho e calças, escolhendo o conforto sobre a vaidade, pois sabia que, no fim das contas, a elegância não importava.

A cada contração, via o rosto de Wanda assumir uma expressão de dor. Não havia palavras para descrever a admiração e o respeito que sentia por ela. Sua força, sua coragem, sua capacidade de suportar aquela dor eram simplesmente inacreditáveis. Eu a amava mais a cada instante, e minha preocupação só crescia. Beijava suavemente sua bochecha, fazendo um carinho reconfortante em seus cabelos escuros, que estavam um pouco úmidos com o esforço e o suor. Eu podia sentir sua mão apertando a minha com firmeza, e cada aperto me lembrava do poder da mulher que eu tinha a honra de chamar de minha esposa:

- Você está se saindo tão bem, meu amor - eu sussurrava, tentando oferecer todo o conforto que minhas palavras podiam proporcionar - Estamos quase lá. Nosso bebê está a caminho - Mestre Bruce tinha acabado de sair do quarto e dizer que ainda demorariam algumas horas para nosso filho se encaixar da forma que deveria. Maximoff ainda passaria um bom tempo sentindo essa angústia dolorosa. Wanda fechou os olhos por um momento, ofegando enquanto outra contração passava por ela. Eu me inclinei e beijei sua testa com ternura, depositando um beijo gentil como se pudesse afastar a dor - Eu te amo, Wanda - disse, minha voz embargada com a emoção - Você é a mulher mais forte e incrível que já conheci. Vai valer a pena, eu prometo.

Ela abriu os olhos e me encarou com gratidão, seus olhos verdes encontrando os meus com amor e força de vontade. Era como se nossos corações estivessem conectados, batendo em uníssono enquanto fazia o possível para amenizar o sofrimento dela:

- Onde está a Ceci? Preciso vê-la - a morena pede, não olhando para mim, mas sim para Peggy Carter que estava do outro lado da sala. A mulher assente com a cabeça e some no corredor - Preciso ver a nossa filha.

- Peggy vai trazê-la, meu amor. Você precisa se acalmar um pouco - Wanda estava ainda mais agitada do que esteve no nascimento da Cecília, penso em questionar o que estava acontecendo, mas não quero irritá-la. A mulher aperta minha mão, sentindo uma contração mais forte do que a anterior - Vai passar, minha princesa - beijo sua testa.

- Você nunca mais vai encostar em mim, Natasha - pressiono meus lábios em seus cabelos e solto uma risadinha baixa.

- Não vamos nos precipitar, não é mesmo?

Ficamos alguns minutos em silêncio, Maximoff tinha negado o chá de calmanéssia dessa vez, alegando que queria estar bem acordada para ter certeza de que tudo ocorreria bem. Quero questionar quais são suas preocupações, quero fazer tanta coisa, mas Wanda não me permite, talvez seja melhor esperar até depois do parto, apenas para garantir que eu não pioraria as coisas.

Com um empurrão, Cecília abre as portas do quarto e corre até a cama, pulando no colo de sua mãe, tento segurá-la, mas não sou rápida o suficiente:

The Rise of the Heiress (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora