Só levantei no dia seguinte por conta de meu poder.
E mesmo assim, algumas partes de meu corpo ainda doem.
Azriel saiu em missão pela manhã, mas voltará pela tarde.
Eu fui com Mor nas lojas de joias e roupas para ver se faltava algo para o tão esperado baile.
No fim eu escolhi o vestido preto, e as asas finalmente ficaram prontas.
São pretas e cheias de penas, quando elas se movem, algumas moléculas de brilho saem pelos ares.
Sorrio quando vejo isso.
Logo alguém bate em minha porta, e eu guardo o vestido rapidamente, junto as asas.
—Já vou!—Grito
Após tudo devidamente escondido, eu abro a porta com um sorriso no rosto, que rapidamente se desfaz.
Elain?
—Posso entrar?—Ela pergunta, parece meio nervosa.
Assinto devagar, e a mesma adentra ao quarto.
—Está sabendo da gravidez de Nestha, suponho...
Assinto novamente.
—É. Ela está grávida de Azriel, supostamente.
Ela me encara.
—E você está bem com isso?
—Por que eu não estaria? Afinal não temos certeza. E se realmente for, tudo bem. É responsabilidade de Azriel e Nestha.
—Você é parceira dele, não tem ciúmes?—Ela praticamente cuspe as palavras.
—Eu entendo a situação.
Ela assente, incrédula.
—Soube de seu irmão, não é? E de Amarantha.—Ela pergunta.
Leny??????
—Ah, não. O que há?
—Ele está do lado das rainhas atualmente, mais forte que nunca. Afim de proteger a amada. E Amarantha... esta viva.
Que?
O Leny...
Namora uma rainha...
Minha tia está viva?
Logo tudo fica turvo, e eu preciso me sentar na cama para não cair.
—Amor?—Chama Azriel, pelo laço.
—Estou bem.
—Azriel e o resto estão escondendo isso de você, suponho. Não confiam o bastante em você...
As palavras que ela diz, me atingem como flechas no peito.
—Não me diga que acreditou que realmente te acolheriamos do nada né? Se Rhysand deixar você vagando pelo mundo, a pegarão, e ficarão mais forte que ele e ele não vai conseguir dete-los. A parceria foi apenas algo a mais para complementar.
Claro.
CLARO.
COMO EU NÃO IMAGINEI?
como eu fui tola de acreditar?
Azriel... Ele parecia tão verdadeiro...
Será que ele me usou?
Meu estômago embrulha, e eu me abraço.
Aperto as unhas em minha cintura enquanto lágrimas ferventes descem por meu rosto.
Ele disse me amar...
—Amor? O que está acontecendo?
Não respondo. Não consigo responder.
—Estou indo.
Quando percebo, estou sozinha no quarto.
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Estou deitada em posição fetal quando Azriel entra no meu quarto.
Suas sombras se espalham, tomando o quarto em escuridão a procura de algo que possa ter me ferido.
Meu rosto está inchado e queimado devido às lágrimas. Não me dou o trabalho de olhar Azriel quando ele chega perto o suficiente para ver meu estado.
—Quem fez isso com você?
Não respondo.
Não consigo responder.
—Amor? Por que você estava chorando?
Ele se senta, e acaricia meu rosto com a mão áspera.
Não recuo, não respondo, não reajo.
Luz começa a ondular por mim, e sinto minha pele ficar quente. Azriel parece não se importar.
Suas sombras se entrelaçam em minha luz, em uma guerra por espaço, elas me envolvem, e Azriel me abraça, beijando todo meu rosto.
Nossos poderes se tornam um só, o que causa uma pequena explosão que me faz tremer.
Como isso é possível?
Podemos nos fundir...
—Minha princesa... quando quiser me dizer o que te fez ficar assim, estarei aqui, tá?
Assinto.
Não quero acreditar que tudo que ele diz é mentira.
