Kim Jongin é o príncipe rebelde da segunda família mais importante do país e próximo na linha de sucessão ao trono, mas odeia tudo que a realeza representa. Sua lista de transgressões é extensa: vomitar em banheiros públicos, orgias em quartos de ho...
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Kyungsoo tem seis ou sete anos.
Está debruçado sobre uma escrivaninha provençal de madeira nobre, com pernas esculpidas à mão. Uma peça encomendada especialmente para que se dedicasse aos estudos. Os pés balançam alegremente, os calcanhares de vez em quando raspando no tecido grosso do tapete floral persa.
Do outro lado de uma alta janela retangular, prostrados contra a luz do amanhecer, ele vê a silhueta de sua mãe discutindo com o Sr. Jang, o primeiro de muitos tutores particulares que já pisou no palácio de Gyeongsang.
— Vossa Graça, permita-me expressar minhas observações sinceras sobre o jovem Kyungsoo.
— Mas é claro que sim, professor. Adoraria ouvi-las.
Eles estão quase sussurrando, mas Kyungsoo consegue escutá-los através dos vitrais.
— Durante nossas aulas e interações — prossegue o tutor Jang —, tenho notado que ele apresenta traços... incomuns a um menino de sua idade.
Sua mãe inclina a cabeça, demonstrando preocupação.
— E que tipo de traços seriam esses?
— Com todo respeito, marquesa, se me permite dizer... O jovem Kyungsoo me parece muito frágil e introspectivo, e sobretudo muito... delicado. Temo que ele cresça e se deixe levar por más tendências e inclinações.
Na escrivaninha, suas pernas rechonchudas de criança param de balançar. O desenho que rabisca em segredo, no canto de uma das páginas de Oliver Twist, de repente já não lhe parece mais interessante. Ele segura o lápis com força e apura a audição, à espera de mais detalhes.
— Ele é apenas uma criança — repreende a mãe. — Como pode insinuar...?
A voz dela se sobrepõe à do homem, estridente e aborrecida. O tom de uma mãe que faria de tudo para protegê-lo. Mas isso foi antes. Antes de ficar obcecada com a ideia de fazer de Kyungsoo o príncipe perfeito, de tentar apagar uma parte muito importante dele.
— Eu entendo, mas peço que considere minha sugestão — aconselha o tutor, torcendo as mãos em frente ao corpo. — Embora essa seja apenas uma característica, é importante considerá-la ao moldarmos a educação do jovem príncipe. Não seria adequado, se ele um dia quiser se casar, e também pode evitar que burburinhos e escândalos se espalhem pela alta sociedade.
